quarta-feira, 3 de junho de 2009

Placas de gelo podem ter danificado Airbus

Foto: Divulgação

Mesmo aptas a cruzar blocos de gelo, aeronaves ficam danificadas, como Boeing da Easyjet, em 2003

Rio - As pedras de ‘granizo gigante’, como são chamados os blocos de gelo encontrados em nuvens cúmulos-nimbo encontradas na região do acidente, estão entre as hipóteses para o desastre do voo 447. Apesar de preparadas para suportar esse tipo de impacto, as aeronaves sofrem graves avarias quando colidem com blocos de gelo. Em 2003, um Boeing 737 da Easyjet foi danificado por grandes blocos de granizo ao decolar de Genebra, na Suíça. Em 2006, um Airbus da TAM, que ia de Curitiba para São Paulo, teve o nariz arrancado por uma forte chuva de granizo. O comandante Ronaldo Jenkins, da Comissão de Segurança de Voo do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), não descarta a hipótese, mas alerta que as aeronaves passam por testes rigorosos.

Brasil e França preparam as buscas no fundo do mar

O rastro de cinco quilômetros de destroços localizado no início da tarde de ontem pela Força Aérea Brasileira a 650 quilômetros de distância da Ilha de Fernando de Noronha é do Airbus A 330-200 da Air France, que desapareceu no domingo com 228 pessoas a bordo. A confirmação é do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que esteve ontem no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, e conversou com familiares das vítimas. Os aviões R99 e KC-130, da FAB, localizaram uma poltrona, pedaços de metal branco, uma boia de cor laranja, tambor e uma grande mancha de óleo. O coronel Jorge Amaral, vice-chefe de Comunicação da FAB, considera que a presença de óleo no oceano significa que o tanque do avião não explodiu no ar. O local onde ocorreu o acidente tem tempestades fortes e ocorrência de grandes pedras de granizo — uma ameaça temida pelos pilotos.

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As autoridades consideram improvável encontrar a caixa-preta do avião. “Caixa-preta não boia. A região tem de 2 a 3 mil metros de profundidade e encontrá-la será difícil”, assinalou Jobim. Mas as equipe de busca, compostas por 550 homens divididos em cinco embarcações, trabalham com a possibilidade de encontrar sobreviventes. “É uma operação de salvamento e socorro”, afirmou o almirante Domingos Sávio Nogueira. Depois de receber as notícias dos destroços, o presidente em exercício, José Alencar, decretou luto oficial de três dias em todo o País.

A investigação sobre as causas do acidente ficará sob responsabilidade da França, já que a aeronave é registrada naquele país. A Aeronáutica informou que dois investigadores franceses já estão no Brasil para comandar a apuração. Eles receberão apoio do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), no Rio, e do Seripa II, em Recife.

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O governo da França informou que enviará a Natal navio especial para exploração no fundo do mar, com submarino de visualização e robô explorador. A Marinha brasileira tem apenas submarinos de guerra, inadequados para buscas. A procura por destroços, corpos e sobreviventes fica a cargo do governo brasileiro. Os objetos encontrados no mar serão recolhidos pelo navio Grajaú, da Marinha, e levados para Fernando de Noronha.

Reportagens de Amanda Pinheiro, Carol Medeiros, Élcio Braga, Francisco Edson Alves, João Marcello Erthal, Maria Inez Magalhães, Maria Luisa Barros, Natalia von Korsch, Paula Sarapu e Vania Cunha

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