quarta-feira, 24 de junho de 2009

Levantamento aponta mortalidade de quase 50% nos CTIs do Hospital Souza Aguiar entre abril e maio deste ano

Eliane Maria - Extra

A mortalidade de pacientes nos dois Centros de Tratamento Intensivo (CTIs) do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, estão acima do patamar considerado aceitável para uma unidade pública de grande porte. A acusação é do presidente do Sindicato dos Médicos (SinMed), Jorge Darze, autor do levantamento que aponta uma média de quase 50% de óbitos nos CTIs 1 e 2 da unidade - 20 pontos percentuais acima do ideal - em abril e maio deste ano.

- Para 100 pacientes admitidos, houve 48 óbitos nos CTIs 1 e 2. Mortalidade que se aproxima de 50%. A média geral aceitável para um CTI público de boa qualidade é de 30% - explica Darze.

O levantamento foi feito depois que o SinMed contabilizou 873 mortes nas salas amarela e vermelha da emergência da unidade, entre outubro de 2008 e maio deste ano. Na amarela, são atendidos pacientes de emergências clínicas, como AVC. Na vermelha, vítimas de trauma (acidentados, baleados).

Sem estrutura

A falta de estrutura estaria por trás dos óbitos:

- Faltam clínicos e material. Essa situação contribui para este número de mortes.

Em nota, a Secretaria municipal de Saúde disse que "números isolados não são suficientes para revelar alto índice de mortalidade". Segundo a SMS, foi implantado um plano de reestruturação de emergências, há um mês, e o Souza Aguiar teria recebido mais de 50 novos médicos para os plantões.

De acordo com o levantamento feito em abril e maio, 100 pacientes foram admitidos nos CTIs 1 e 2 do Hospital Souza Aguiar. Quarenta e oito morreram na unidade.

Abril de 2009

CTI 1: 23 pacientes admitidos, 16 óbitos. CTI 2: 24 pacientes admitidos, dez óbitos. A média aceitável de mortalidade é de 30%.

Maio de 2009

CTI 1: 31 pacientes admitidos, 12 óbitos. CTI 2: 22 pacientes admitidos, dez óbitos. A média aceitável de mortalidade é de 30%.

Extra Online

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