segunda-feira, 31 de março de 2008

Prefeitura confirma 44 mortes só no Rio

Nesta segunda-feira, secretário estadual anunciou que vai pedir médicos de outros estados.
Presidente Lula comentou a epidemia, afirmando que o importante é prevenir.

Do G1, no Rio, com informações da TV Globo

No dia em que a Secretaria estadual de Saúde anunciou que vai convocar pediatras de outros estados para ajudar no combate à dengue, a Secretaria de Saúde do município do Rio confirmou nesta segunda-feira (31) 44 mortes causadas por dengue apenas na capital. O número aumentou em 13 desde o último balanço, feito na sexta-feira (28).

Já a Secretaria estadual de Saúde divulga um balanço apenas às quartas-feiras. No último levantamento, do dia 26, a secretaria registrou 54 mortes pela doença.

Dos mortos 13 confirmados pela secretaria municipal nesta segunda (31), cinco são crianças. Um bebê de 9 meses morreu em Colégio, no subúrbio. Uma menina de 6 anos morreu em Realengo, na Zona Oeste do Rio. Na Maré, no subúrbio, um bebê de 4 meses foi a vítima. Em Anchieta e Inhaúma, subúrbio, um menino de 8 anos e uma menina de 7 anos morreram.
As outras vítimas foram confirmadas como moradoras da Vila Valqueire, Vila da Penha, Jardim Guanabara e Engenho de Dentro, no subúrbio, Gardênia Azul, Taquara e Anil, na Zona Oeste.

Esta segunda-feira também foi o primeiro dia (31) das ações nos três hospitais de campanha montados pelas Forças Armadas para tentar ajudar os pacientes com dengue no Rio de Janeiro. Somando os pacientes assistidos nas três unidades, da Barra, Zona Oeste do Rio, em Marechal Hermes, no subúrbio do Rio, e em Nova Iguaçu, cidade da Baixada Fluminense, foram realizados mais de 500 atendimentos.

Pediatras de outros estados

Com a contratação dos pediatras, o secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, anunciou em entrevista coletiva nesta tarde que deve gastar cerca de R$ 600 mil por mês. Côrtes afirmou porém que os valores ainda não estão sendo contadas as despesas com hospedagens e transportes.
O secretário não soube, entretanto, informar qual o déficit atual de médicos no estado, mas considera que 154 novas contratações seja o número necessário para que a secretaria possa abrir quatro novos centros de hidratação: no Hospital Getúlio Vargas, na Penha (16 novos pontos), no Iaserj da Gávea (24 pontos), no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo (48 novos pontos), e no PAM de Del Castilho (24 novos pontos).
Na quinta-feira (3), segundo Côrtes, haverá uma reunião com todos os outros secretários estaduais de Saúde do país. O secretário espera um plano de ofertas dos outros estados.

Lula comenta dengue

No Rio, para lançar as obras do PAC em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o presidente Lula comentou a epidemia. O presidente explicou que o importante é a prevenção, além de comentar que não há divisão entre responsabilidades dos poderes públicos.

“A dengue a gente tem que cuidar antes das pessoas serem picadas pelo mosquito porque depois é uma coisa mais delicada. Aí a responsabilidade é do presidente, do governador, do prefeito e de cada habitante deste país. Se a gente não limpar a água que está empoçada na nossa rua, na nossa casa, na nossa vila, todos seremos vítimas da irresponsabiliade.”

Novo hospital

Na terça será inaugurado o Hospital de Anchieta, no Caju, na Zona Portuária do Rio. O secretário disse estar contando com o decreto do governador Sérgio Cabral, que mandou os médicos cedidos para órgãos oficias serem devolvidos.
“O objetivo é ampliar o número de atendimento nas emergências dos hospitais e nos centros de hidratação, e, principalmente, ampliar os leitos, aumentar o número de leitos para internação de crianças”, explicou Côrtes. 
O secretário fez um apelo aos profissionais de saúde. “Nós estamos pedindo um esforço sobre-humano e que eles não faltem. A nossa população precisa ser atendida. Estamos com um problema sério. Temos ainda grandes filas”, pediu.

Estratégia

Côrtes afirma que os centros de hidratação foram colocados em pontos estratégicos como grandes cinturões de defesa para os hospitais.
"O de Santa Cruz vai receber pacientes do Hospital Pedro II. O do Retiro dos Artistas vai apoiar o Hospital Cardoso Fontes. A UPA de Campo Grande, recebe a população do Hospital Albert Schweitzer. Já o Hospital de Campanha da Aeronáutica vai atender quem inicialmente, procuraria o Hospital Lourenço Jorge. O do Exército, em Deodoro, apóia os doentes do Hospital Carlos Chagas e o da Marinha, recebe os pacientes do Hospital da Posse.”, explicou.
“Conseguir a hidratação venosa é o que acreditamos que pode alterar o curso da doença", disse Côrtes.

domingo, 30 de março de 2008

Hospital Cardoso Fontes tem dificuldade em atender demanda da dengue

Luiz Almeida

Rio - O Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, Zona Oeste, tem enfrentado dificuldades para atender à grande demanda dos pacientes com suspeita da doença. A espera para receber o diagnóstico e ser medicado tem durado cerca de sete horas.

Neste domingo, inconformado com a demora, o motorista do jornal O DIA, Marcelo Sant'Ana, pegou o menino Robson Leonardo dos Santos, de 4 anos, e invadiu a enfermaria do hospital. Só na frente da equipe, a criança já havia vomitado três vezes e estava quase desmaiando.

A mãe do menor, Kelly dos Santos, de 20 anos, chegou no local às 7h30 e até 13h30 só tinha preenchido a ficha. Só depois da intervenção de Marcelo o menino fez o exame de sangue, que tem demorado duas horas para sair o resultado.

O hospital era administrado pelo município e sofreu intervenção federal em 2005. Até as 15h, os responsáveis pela administração disseram que a demora nos atendimentos foi reflexo da demanda inesperada e excessiva provocada pela epidemia.

Hoje, mais uma pessoa morreu com suspeita de dengue no Rio. Com isso, sobem para quatro as mortes supostamente causadas pela doença no fim de semana. No sábado, três crianças morreram devido à provável contaminação com o vírus.

Rio tem mais duas mortes suspeitas de dengue

Os atestados de óbito não fazem referência à doença.
Uma mulher morreu na Barra e a outra na Baixada Fluminense.

Do G1, no Rio, com informações da TV Globo

Willian de Moura

AGÊNCIA O GLOBO

Atestado de óbito de Claudia não faz referência à dengue (Foto: William Moura/Ag. Globo)

As mortes de duas mulheres – uma no Rio, outra na Baixada Fluminense – podem ter sido provocadas pela dengue. A relação com a doença ainda não está confirmada pelas secretarias estadual e municipal de Saúde, que aguardam os resultados dos exames sorológicos. Os atestados de óbito de Claudia da Silva Correia, de 40 anos, e de Maria de Lourdes de Almeida, de 21 anos, não fazem referência à dengue.
Cláudia morreu na tarde de sábado (29) no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. A assessoria de imprensa da secretaria municipal de Saúde informou que o caso está sendo investigado porque a paciente, além do quadro clínico relacionado à dengue, sofria de outra doença anteriormente adquirida. O atestado de óbito aponta para insuficiência respiratória e hemorragia.

Antônio Carlos, o viúvo, insiste em que a mulher dele morreu de dengue, pois ela estava com todos os sintomas da doença. O atestado de óbito aponta para o lupus, um mal com que a dona-de-casa, moradora de Jacarepaguá, convivia há mais de 20 anos, diz  o viúvo. Uma amostra de sangue de Cláudia foi recolhida para o exame sorológico. O resultado deve ficar pronto em uma semana.  
Já Maria de Lourdes morreu na madrugada de sábado na Casa de Saúde e Maternidade Santa Terezinha de Jesus, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. No atestado de óbito, constam, como causas, choque distributivo, insuficiência respiratória e síndrome de angústia respiratória.
O pai de Maria de Lourdes acredita que ela morreu de dengue. Ele contou que a filha começou a passar mal na Semana Santa, apresentando febre alta e se queixando de dores nas juntas e dor de cabeça. Na sexta-feira (28), a vítima vomitou muito e apresentou uma baixa de plaquetas. Horas depois, morreu. O corpo dela foi enterrado no cemitério de Olinda, em Nilópolis, também na Baixada Fluminense.
Oficialmente, o Estado do Rio de Janeiro já registrou 54 mortes por dengue. Extra-oficialmente, esse número pode se elevar para 59, já que, nas estatísticas, seriam incluídas as mortes de Cláudia e de Maria de Lourdes, e de três meninas enterradas no sábado.

Atendimento em hospitais particulares

A Procuradoria Geral do município informou que ainda não recebeu a notificação da Justiça sobre a determinação de transferir para rede particular os pacientes com dengue, desde que não haja vaga nos hospitais públicos. A decisão da 35ª. Vara Cível, que estabelece ainda que estado e município devem pagar as despesas num prazo máximo de 20 dias, é liminar e foi concedida após pedido do Ministério Público estadual.
A procuradoria informou que, depois de ser notificada, irá decidir se recorrer contra a decisão. O governo estadual confirmou, ainda na sexta-feira (28), que já foi notificado e manifestou a intenção de recorrer contra medida.

Mais uma pessoa morre de dengue no estado do Rio

Jovem de 21 anos estava internada em São João de Merití

Bartolomeu Brito

Rio - Mais uma pessoa morreu de dengue no estado do Rio. Lourdes Almeida, 21 anos, faleceu no início da madrugada deste domingo, na Clínica Santa Terezinha, no Centro de São João de Merití, na Baixada Fluminense. Ela estava internada com suspeita do tipo hemorrágico da doença.
Segundo um familiar identificado somente como Sales, Lourdes começou a passar mal na semana passada e morava no bairro Édem. A jovem será sepultada, às 16h, no cemitério de Olinda, em Nilópolis, também na Baixada.
A morte de Lourdes pode elevar para 58 o número de óbitos pela doença este ano no estado.

Áreas violentas esquecidas

Distribuição de equipamentos da Polícia Militar, como viaturas e cabines, está muito abaixo da necessidade de combate ao crime em regiões com maiores extensões, população e criminalidade

Paula Sarapu e Thiago Prado

Rio - Privilegiados na distribuição do efetivo da Polícia Militar, os batalhões da Zona Sul e do Centro também concentram o maior número de viaturas, em detrimento de áreas com índices de criminalidade, população e extensão territorial mais altos. Levantamento feito por O DIA nos batalhões da Região Metropolitana mostra que a Zona Sul tem 62 viaturas para percorrer os 41,8 quilômetros quadrados dos bairros policiados por três unidades. Para se ter uma idéia da disparidade, o batalhão de Botafogo (2º BPM) dispõe de 30 carros para rodar em 15 quilômetros quadrados, enquanto o 15º BPM (Duque de Caxias) tem 29 viaturas para circular em 468,3 quilômetros quadrados.

As proporções desiguais de homens e recursos para garantir a segurança nas ruas se reflete na criminalidade. Caxias teve no ano passado 501 homicídios, quase 10 vezes mais que na Zona Sul. A PM, mais uma vez, não quis se pronunciar sobre os critérios para a distribuição dos recursos de logística da corporação. Desde terça-feira, O DIA vem mostrando que a balança do efetivo da PM pesa mais para os bairros de maior poder aquisitivo.

Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), usados oficialmente para planejar a segurança, mostram que a população e os índices de criminalidade nas zonas Norte e Oeste, na Baixada Fluminense, em Niterói e São Gonçalo são mais elevados que os Zona Sul.

O Leblon, por exemplo, tem o maior número de cabines do Rio: são 19, distribuídas pela orla e também pelos bairros de Ipanema e de São Conrado. Apesar de ter somente 14 viaturas, a região — de 21,5 quilômetros quadrados — ganha em número de policiais que fazem patrulhamento a pé, contribuindo para a sensação de segurança dos moradores. Na área atuam, ao todo, 913 PMs, 185 a mais que o batalhão de Rocha Miranda (9º BPM).

A unidade do subúrbio tem números superiores em todos os quesitos analisados para se planejar o policiamento: tamanho da região, população e favelas. Na área, em 2007, 25.324 roubos e furtos e 454 homicídios. Já o Leblon contabilizou 7.376 roubos e furtos e 28 homicídios.

‘ESPELHO INVERTIDO’

Para a coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, da Universidade Cândido Mendes (Cesec), Sílvia Ramos, o mapa de distribuição de policiais e equipamentos é um “espelho invertido” do mapa que registra a taxa de assassinatos na Região Metropolitana. “A Zona Sul apresenta padrão de Primeiro Mundo, enquanto regiões do 16º BPM (Olaria), 22º (Maré) e Santa Cruz (27º BPM) vivem um terror”, compara.

“Tudo indica que há outra lógica para nortear essa distribuição que não a lógica de proteção de vidas. Privilegia-se a proteção do patrimônio, com compromisso com o poder aquisitivo e a capacidade de pressão de pessoas desses setores”, critica.
Em Mesquita, Nova Iguaçu e Nilópolis, policiadas pelo 20º BPM, a situação se repete. Lá, há apenas uma cabine e 30 carros para dar segurança e coibir crimes num espaço de 581,5 quilômetros quadrados — uma viatura para cada 19,38 quilômetros quadrados. Copacabana, por sua vez, tem uma viatura em cada 290 metros quadrados, na medida em que são 18 carros circulando em pouco mais de 5 quilômetros quadrados. Em um ano, o 20º BPM viu o roubo a pedestres subir de 2.761 para 4.108 ocorrências. Copacabana teve, no mesmo período, 978 casos.

Carências na região de Niterói

Niterói, São Gonçalo e Itaboraí lideram o ranking de carência de viaturas por área patrulhada: um carro para cada 32,55 quilômetros quadrados. A região, ao contrário da tendência de todo o estado, conviveu, ano passado, com aumento no índice de veículos roubados: 1.156 carros foram levados, ante 1.043 em 2006.
Os batalhões da Zona Oeste, que enfrentam problemas como tráfico de drogas e milícias, também acabam prejudicados na matemática da distribuição. A área do Centro, repleta de agências bancárias e sedes empresariais, conta com o dobro de viaturas que a região do 14º BPM (Bangu), que tem 20 carros para patrulhar uma área gigantesca.
“Aqui na Zona Oeste até temos mais viaturas, mas não há efetivo suficiente para usá-las”, admite o comandante do 2º Comando de Policiamento de Área (Zona Oeste), coronel Paulo César Lopes. Hoje, o batalhão de Bangu tem 650 PMs. Lopes diz que o Quadro de Distribuição do Efetivo (QDE) de 1977 aponta que a unidade deveria ter 1.470 homens. Na região de Campo Grande, patrulhada pelo Regimento de Polícia Montada (RPMont), há um carro a cada 12,44 quilômetros quadrados.

Jacarepaguá e Barra também não são contempladas com a melhor distribuição. As duas unidades têm 861 PMs, 61 viaturas e nove cabines para policiar uma área de 282,5 quilômetros quadrados. Na região, também contrariando a tendência do estado, houve forte aumento de roubo de carros — passou de 497 para 626 casos.

EFETIVO CONCENTRADO NO PALÁCIO

Atualmente, o local do Rio mais protegido pela PM está, sem dúvida, na Zona Sul. Dados do Departamento Geral de Pessoal (DGP) da PM mostram que o Palácio Guanabara tem hoje 255 policiais para cuidar do patrimônio da casa. Os homens fazem parte da 1ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM).

O número cresce ainda mais se contabilizados os policiais cedidos para secretarias e gabinetes que ficam dentro do Palácio. A Casa Civil, por exemplo, que é sediada no local, tem 342 PMs, segundo levantamento de O DIA publicado em fevereiro. Na época, a estatística revelava que havia 2.311 PMs lotados em órgãos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário das esferas municipais, estaduais e federais. Procurado, o chefe da Casa Civil, Régis Fichtner, não foi encontrado para se pronunciar sobre o elevado número de PMs longe do patrulhamento das ruas. A assessoria da Secretaria de Segurança preferiu não retornar as ligações para esclarecer.

Há ainda na PM os casos de unidades que nada têm a ver com o policiamento ostensivo e que conta com muitos praças e oficiais nos seus quadros. É o caso, por exemplo, do Hospital Central da Polícia Militar, que, segundo dados do ano passado, tinha 950 homens. Para lá, são encaminhados policiais e seus parentes com problemas de saúde.

A Companhia de Música da PM, responsável por treinar as bandas que se apresentam em solenidades da tropa, tem 145 homens. Já o Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, que qualifica os recrutas da corporação, tem 831 militares. Mas o que impressiona é o número de PMs na ‘geladeira’ da corporação, o DGP: há 2.510 policiais nessa situação, recebendo salários mas fora do dia-dia do trabalho.

 

CAPA JORNAL EXTRA - DOMINGO 30/03/2008

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Bolsa fraude:na plantação dos 'laranjas'

Marcelo Dias - EXTRA

A quadrilha que explorava o bolsa fraude na Assembléia Legislativa forjou tantos laranjas para se apropriar do pagamento do auxílio-educação que criou verdadeiros laranjais - áreas que concentram famílias vítimas do bando. Um deles fica na Rua Walter Ferreira, em Olaria, em Magé. Lá, três funcionários fantasmas com 18 filhos foram aliciados para trabalhar no gabinete de Jane Cozzolino (PTC). Em outros quatro locais, os aliciadores buscaram funcionários para o gabinete dela. Numa das ruas, um funcionário e uma funcionária tinham 16 filhos no total e dividiam a mesma casa, em Fragoso, distrito onde vive o clã Cozzolino (entenda como foi desmontado o esquema do bolsa fraude) .

Renata do Posto (PTB) também tinha seu laranjal. Ela tinha como funcionárias as gêmeas Arlete e Liete da Conceição Martins, que dividem um casebre na Estrada do Paraíso, em Guapimirim. Cada uma tem sete filhos. Renata ainda contratou auxiliares no mesmo lugar que João Peixoto (PSDC). No caso, as também irmãs Cristiane e Jaqueline Briggs, com 15 crianças. Elas moram em Vila Isabel, no Rio. Tucalo (PSC) também tinha como funcionárias as irmãs Dinéia e Ruth Martins Conceição, com sete filhos, na Estrada Rio-Nova Friburgo, em Cachoeiras de Macacu.

Vergonha na rua

Num dos laranjais de Jane, na Rua Carlos Franco, em Mauá, os vizinhos já sabem quem são fantasmas. Perguntada sobre Marcos Gomes Pereira, pai de cinco filhos, uma senhora disparou:

- Eles se metem nisso e agora têm vergonha de aparecer na rua!

- Meu filho é trabalhador, ganha R$ 380 e está construindo uma casinha dentro do mato. Se ele ganhasse isso tudo que dizem, não estaríamos aqui - diz a mãe dele, Euelis Pereira, diante da casa de dois andares onde mora, em que aluga um quarto e uma barraquinha no imóvel.

Três meninas morrem com suspeita de dengue


Três meninas morrem com suspeita de dengue

Extra-oficialmente, o número de mortes se elevaria para 57; oficialmente, são 54.Deisiane, de 12 anos, Milena, 7, e Yasmin, 6, foram enterradas neste sábado.

Do G1, no Rio, com informações da TV Globo

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Três meninas morreram nas últimas horas no Rio de Janeiro sob suspeita de dengue hemorrágica. Elas foram enterradas neste sábado, e, embora não haja comprovação por meio do resultado do exame sorológico, pelo menos no caso de Deisiane Ribeiro da Silva o médico informou no atestado de óbito que a menina de 12 anos morreu de dengue hemorrágica. Os outras duas mortas são Milena Pinto de Lima, de 7 anos, cujo atestado indica suspeita de morte por dengue, e Yasmim Vitória do Nascimento, de 6. Oficialmente, elas ainda não entraram para as estatísticas dos casos fatais de dengue, o que só deverá ocorrer depois que saírem os resultados dos exames de laboratório.

Deisiane, 12 anos
Deisiane morreu na noite de sexta-feira (28) no Instituto Fernandes Figueira, no Flamengo, na Zona Sul do Rio, mas teria sido foi infectada pelo mosquito aedes aegypti em Itaboraí, na Região Metropolitana. O médico da instituição, que é a unidade pediátrica de referência da Fundação Osvaldo Cruz, declara que a estudante teve falência múltipla dos órgãos e septicemia em conseqüência da dengue hemorrágica. Josiléia Pereira da Silva, mãe da estudante, contou que o atendimento a Deisiane demorou porque não havia médicos no Hospital municipal de Itaboraí. No dia do aniversário da menina, ela foi internada, medicada e entrou em coma. Em seguida, Deisiane foi transferida para o Fernandes Figueira, na capital, mas já chegou em estado muito grave. A secretaria de saúde de Itaboraí, a médica Mônica de Almeida, contesta parte das informações da família da estudante. Diz ela que o caso só foi acompanhado a partir de quarta-feira, quando Deisiane deu entrada no pronto-socorro já em estado muito grave e não houve demora no atendimento pela equipe de plantão. À espera da transferência para o Rio, Deisiane teria permanecido, segundo a médica Mônica de Almeida, no CTI de adultos porque o Hospital de Itaboraí não possui leito para a pediatria. A secretária explica que em toda a Região Metropolitana há falta de pediatras, nega que tenha havido descaso e se solidariza com a família de Deisiane. Lembra ainda que os índices de infecção em Itaboraí não chegam a ser alarmantes na atual situação.

Milena, 7 anos


Ag. O Globo
Milena teria morrido de dengue hemorrágica (Ricardo Leoni/Ag.O Globo)
A menina Milena Pinto de Lima, de 7 anos, morreu na madrugada deste sábado (29)no Hospital das Clínicas Mario Leoni, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Segundo o hospital, Milena tinha os sintomas da dengue hemorrágica. A assessoria de imprensa do hospital não soube informar se, no atestado de óbito, consta dengue hemorrágica, como também não pôde informar se o exame sorológico identificou qual tipo de vírus matou a criança.

A mãe de Milena, Fernanda, contou que a menina começou mal de segunda-feira para terça-feira. Ela achou que fosse uma virose, mas levou a menina para o pronto-socorro, onde, apesar da demora, foi atendida na terça-feira à noite. A médica de plantão constatou que a criança estava com a garganta muito inflamada, não fez o diagnóstico preciso, mas não descartou a hipótese de dengue.

A médica receitou um remédio para febre e determinou que Milena fosse para a hidratação com soro, procedimento padrão para a dengue, mas Milena não ficou internada. Fernanda conta que a filha continuou passando mal e passou a ter vômitos com sangue. Ela voltou ao hospital na quinta e fez exame de sangue para contagem de plaquetas – o resultado não preocupou, mas, na sexta, a criança foi submetida a nova exame. Foi comprovada uma queda na contagem das plaquetas, Milena permaneceu internada, mas morreu na madrugada de sábado(29).

O corpo da criança foi enterrado à tarde no cemitério do Corte 8 em Duque de Caxias.

Yasmin, 6 anos
Yamim Vitória do Nascimento, 6, morreu na madrugada do sábado e foi enterrada em Realengo, na Zona Oeste do Rio, onde morava. O atestado de óbito consta como causa a dengue hemorrágica, mas a confirmação o a comprovação só será nom nascimenn As estatísticas são atualizadas uma vez por semana pela secretaria estadual de Saúde. Por ora, o número oficial aponta para 54 mortes desde o primeiro do surto da doença, em meados do ano passado. As autoridades já reconheceram que há epidemia na cidade do Rio de Janeiro, que já registrou 31 mortes – metade delas, de crianças -, enquanto o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, aponta outro problema: nem todos os casos são notificados, o que pode significar que o número de infectados e de mortes deve ser mais elevado do que o divulgado até o momento. O número de doentes ultrapassou, nesta sexta-feira (29), a marca dos 30 mil só na cidade do Rio de Janeiro.

sábado, 29 de março de 2008

Juíza obriga hospitais particulares a tratar vítimas de dengue

Decisão determina a internação em rede particular quando não houver vaga na pública.
Hospitais e clínicas serão pagos pelos governos estadual e municipal em até 20 dias.

Do G1, no Rio

A juíza da 35ª. Vara Cível do Rio de Janeiro, Patrícia Cogliatti de Carvalho, determinou que clínicas e hospitais particulares e unidades conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) atendam, de graça, pacientes com suspeita ou diagnóstico de dengue, sempre que a rede pública estiver sem vagas. A decisão tem caráter liminar e foi concedida a pedido do Ministério Público estadual.

A liminar garante a qualquer pessoa com suspeita de dengue o primeiro atendimento, o tratamento ambulatorial, exames e internação, e outras providências necessárias ao diagnóstico e ao tratamento. Caso o hospital público - estadual ou municipal - esteja lotado, o paciente será encaminhado para um particular. Nestas oportunidades, as clínicas e os hospitais privados serão pagos no máximo em 20 dias, com base na tabela do SUS.

O governo - estado ou município - responsável pelo hospital lotado vai arcar com os custos. Se desobedecerem à ordem judicial, os governos terão suspensa a verba orçamentária destinada a políticas públicas não-prioritárias, como a realização de shows e patrocínio publicitário.

'Negligência e descaso'

A juíza ressaltou em sua decisão que diante da “negligência e descaso do estado e do município, que até a presente data não adotaram medidas eficazes à prevenção e agora à repressão da epidemia, que obrigam os pacientes a passar por angústias e constrangimentos indescritíveis, fazendo cidadãos, inclusive crianças e idosos, aguardar horas para receber atendimento, correndo risco de perder a vida, a outra conclusão não se pode chegar senão a de uma flagrante violação aos princípios constitucionais, mormente o da dignidade da pessoa humana”.
A Procuradoria Geral do município disse que não foi notificada e, por isso, não vai comentar o assunto. O estado informou que já foi notificado. De acordo com a Procuradoria Geral do Estado, ainda cabe recurso da decisão.

Tenda de hidratação é inaugurada em Duque de Caxias

 
45 cadeiras vão atender sobretudo crianças do hospital pediátrico da cidade.
Na semana que vem, capital ganha três unidades no subúrbio e na Zona Sul.

Alícia Uchôa Do G1, no Rio

Começou a funcionar neste sábado (29) a quarta tenda de hidratação no auxílio ao combate à dengue no Rio. Desta vez, a unidade foi instalada em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, ao lado do Hospital  Pediátrico Ismélia da Silveira, que viu o número de atendimentos dobrar nas últimas três semanas, numa média de 1.300 crianças por dia.
Durante a inauguração, o governador Sérgio Cabral anunciou outras três unidades na capital fluminense, próximas ao Hospital Miguel Couto, na Zona Sul, Hospital Getúlio Vargas, na Penha, e Hospital Salgado Filho, no Méier, ambos no subúrbio. Já estão em funcionamento as tendas de Campo Grande, Santa cruz e Jacarepaguá, na Zona Oeste.

“O primeiro passo é acabar com a letalidade. Mas, acabou a crise, temos que continuar a prevenção. São 10 anos, com dengue ano após ano. Está na hora de resolver o problema”, disse o governador, que recebeu a visita do secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul, vítima de epidemia no ano passado.
A diferença entre as epidemias de dengue em Mato Grosso do Sul e no Rio, segundo Cabral, está no índice de mortes. “Lá foram 70 mil casos e apenas duas mortes”, comparou. No Rio, o número de mortos já chega a 54 no estado.

Denúncia-crime contra propagadores da dengue

A primeira paciente da tenda de Caxias foi a menina Neurian Lopes Pequeno, de 10 anos. Moradora de Jardim América, a menina procurou o hospital pediátrico Ismélia da Silveira.

O secretário municipal de Saúde de Duque de Caxias, Oscar Berro, quer denunciar criminalmente os propagadores do mosquito da dengue na cidade.
“Caxias tem muitas empresas grandes e terrenos baldios. Estamos catalogando e fazendo advertência. O próximo passo contra quem não colaborar é notificar a infração e multar. Em seguida, vamos à Delegacia de Crimes contra a Saúde Pública. A pena para o crime de propagação de epidemia é prisão e multa”, explicou Berro.

De acordo com ele, sete endereços já receberam advertência.

Ajuda das Forças Armadas

As Forças Armadas começaram, na sexta-feira (28), os trabalhos de montagem dos hospitais de campanha voltados ao tratamento de pacientes com dengue no Rio.
Serão três unidades de saúde provisórias, nos bairros da Barra da Tijuca e Deodoro, no Rio, e no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
A previsão é de que os hospitais de campanha comecem a funcionar na próxima segunda-feira (31) e sejam desativados no dia 31 de maio.

Cesar Maia reconhece falhas na prevenção da dengue na cidade

 
Alto índice de óbitos infantis é responsabilidade do Ministério da Saúde, afirmou prefeito.
Ele disse também que confirmou a existência de epidemia em algumas áreas.

Do G1, no Rio, com informações da CBN

O prefeito César Maia admitiu, na noite de sexta-feira (28), que houve falhas na prevenção ao avanço da dengue na cidade do Rio. Em entrevista à Rádio CBN, ele disse, no entanto, que evitar um surto da doença na cidade que recebe pessoas de vários estados e países é mais difícil.

"Falhas sempre ocorrem. Uma cidade como a nossa, com a taxa de densidade demográfica de algumas regiões, uma cidade que recebe migrantes, muita gente de outras cidades. Para se ter uma idéia só da Baixada Fluminense e da Região Metropolitana do Rio são quase dois milhões de pessoas diariamente aqui. Tem fluxo permanente de outros estados e países, então são condições completamente diferentes”, alegou Maia.

A Secretaria municipal de Saúde informou na sexta que subiu para 31.288 o número de casos notificados de dengue na cidade. Somente em 2008, 31 pessoas morreram por causa da doença no município.

Já o alto índice de óbitos infantis, ele afirma que “esses são de responsabilidade do Ministério da Saúde por não nos ter informado a tempo, tendo informações e tendo ocultado essa informação."
O prefeito disse também que confirmou a existência de epidemia em algumas áreas.
"Eu nunca neguei um surto epidêmico do final de janeiro para o início de fevereiro na região de Jacarepaguá, em algum entorno de Del Castilho e num corredor em direção a Senador Camará, Bangu. O que eu disse é que a cidade do Rio de Janeiro como um todo não vivia uma situação de surto epidêmico. Você não pode dar uma generalização porque todos os bairros da cidade vão demandar serviços que precisam estar concentrados nas áreas de surto epidêmico”.
César Maia afirmou que não acredita que o avanço da dengue em ano eleitoral poderá prejudicar a campanha da pré-candidata do DEM, a deputada federal Solange Amaral, na corrida à prefeitura do Rio, apoiada por ele.
"A população sabe exatamente o que cabe à administração pública. Quando nós colocamos em pesquisa perguntas a respeito disso temos a resposta. Aqui no Rio, principalmente, a população tem um alto nível de consciência política. Ela sabe alocar os erros da administração municipal, estadual e da federal.", garantiu o prefeito.
Ele informou também que não viu qualquer sinal de deboche quando foi à Igreja do Bonfim na Bahia, na semana passada, pedir para que o mosquito da dengue voasse em direção ao mar.
"Rezar, pedir a Deus ajuda...você acha que isso é motivo de brincadeira, de graça?", disse ele.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Conheça os sintomas para identificar a dengue

 

Getty Images

Apenas a fêmea do Aedes aegypti é transmissora da dengue

 

A dengue é uma doença causada por um arbovírus, ou seja, aquele que é transmitido por um artrópode (inseto). O mosquito Aedes aegypti é o hospedeiro intermediário do vírus, mas ele só passa a ser um agente transmissor quando pica uma pessoa infectada. Não há transmissão de pessoa para pessoa ou por meio de objetos.
» Tipos de dengue
» Veja como se prevenir
Segundo a clínica geral e infectologista Lígia Raquel Brito Francisco da Silva, o vírus passa por um período de incubação de quatro a 10 dias. "Esse é o período que o vírus se multiplica no corpo. Após isso, a pessoa começa a apresentar os primeiros sintomas", explica.
É importante ficar alerta para os sintomas, pois eles podem ser confundidos com os de outras doenças, como a gripe. Os primeiros sinais são febre alta, dor nas articulações e músculos, fraqueza, falta de apetite, manchas avermelhadas pelo corpo, fortes dores de cabeça e dor no fundo dos olhos.
A dengue é identificada pelo médico apenas pela observação dos sintomas. De acordo com o clínico geral e infectologista Paulo Olzon, o exame de sangue pode dar negativo em relação ao vírus quando a doença se encontra no estágio inicial. "O exame de sangue deve ser feito depois de duas semanas para que os anticorpos possam ser detectados na amostra", explica.
A chamada dengue clássica cura-se naturalmente, quando o organismo livra-se do vírus através de anticorpos. A forma hemorrágica, no entanto, requer mais cuidados, pois é esta que pode matar. "A dengue hemorrágica é extremamente rara", afirma Olzon.
Quando o paciente apresenta o quadro hemorrágico existe sangramento da gengiva, das narinas e de órgãos internos, o que ocasiona as dores abdominais. Apesar de trazer maior risco, este tipo da doença tem cura desde que os cuidados sejam tomados logo após os primeiros sintomas. É mais fácil acometer pessoas com organismo enfraquecido, como alguém com desnutrição ou sistema imunológico debilitado.
Tratamento
Não existe um tratamento específico para a dengue. Por esta razão, são tratados somente os sintomas, ou seja, antitérmicos auxiliam a controlar a febre e os analgésicos amenizam as dores musculares e de cabeça, por exemplo.
"Dengue é uma doença benigna e que se trata em casa. O principal é a pessoa se manter em repouso", afirma Paulo Olzon.
Cura
A dengue é uma doença de cura definitiva e espontânea. Isso quer dizer que a pessoa estará sã quando o ciclo do vírus se completar no organismo. "O organismo se livra da doença quando se livra dos vírus", explica Paulo.
Medicamentos que devem ser evitados
Quando há suspeita de dengue, todos os medicamentos que sejam feitos à base de ácido acetil salicílico têm de ser evitados. "O ácido acetil salicílico diminui o número de plaquetas e interfere na coagulação", explica Olzon. Portanto, este tipo de remédio aumenta a chance de a doença evoluir para o quadro hemorrágico.
"Não se deve utilizar AAS, aspirina e melhoral, entre outros medicamentos com ácido acetil salicílico. Para a dor, deve ser utilizado dipirona ou paracetamol", afirma Lígia.
Prevenção
O infectologista Paulo Olzon acredita que a prevenção da dengue se relaciona com a consciência de cada um. "A prevenção começa ao cuidar do seu próprio espaço para evitar que se tenha água parada", afirma.
"A melhor prevenção é tentar erradicar o mosquito. Outra boa medida é usar repelente", afirma Lígia.
Medidas preventivas
- lavar pratos de plantas e xaxins com bucha para eliminar ovos do mosquito ou trocar a água por areia molhada nos pratos
- limpar calhas e lajes
- lavar bebedouros de animais com bucha, além de trocar a água
- guardar garrafas vazias com a boca para baixo
- manter o lixo sempre fechado
- tampar caixas d'água e poços
Serviço:
Lígia Raquel Brito Francisco da Silva - clínica geral e infectologista
Site: www.hospitaledmundovasconcelos.com.br
Paulo Olzon - clínico geral e infectologista
Email: olzon@terra.com.br

Infectologista: mais 3 centros confirmam dengue tipo 4

 

A infectologista Maria Paula Mourão, doutora em doenças tropicais, afirmou hoje que o estudo realizado por cientistas da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT) teve seus resultados confirmados por outros três centros de pesquisa que eram parceiras no estudo, como Universidade Federal do Amazonas, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Universidade de Porto Rico. O relatório aponta a presença da dengue tipo 4 em Manaus e foi contestado em nota pelo Ministério da Saúde.

» Veja os sintomas e identifique a dengue
» Temporão descarta epidemia fora do Rio
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» Opine sobre a situação da dengue no Rio

"Eles usaram a mesma metodologia de nossa pesquisa, mas cada um em seu laboratório, e chegaram ao mesmo resultado", afirmou, sobre o estudo realizado entre 2005 e 2007 que ganhou repercussão depois de publicado em revista científica internacional.

Maria Paula informou que o artigo divulgado na Emerging Infectious Diseases é resultado da análise de 128 amostras de sangue de pacientes que procuraram a instituição com sintomas de febre aguda, tiveram diagnóstico negativo para os exames de malária e foram submetidos aos exames de dengue.

Nas análises, os vírus da dengue foram isolados a fim de serem identificados quanto a sua tipagem. "De todas as amostras analisadas, três delas deram resultado positivo para dengue tipo 4", contou, ao lembrar que o último caso desse tipo de dengue foi registrado no país há 26 anos, em Roraima.

A pesquisa foi concluída em agosto do ano passado e os resultados, informados às Secretarias de Saúde de Manaus e do Amazonas e ao Ministério da Saúde.

Entre outubro e novembro, técnicos do ministério coletaram em Manaus cerca de 50 novas amostras, incluindo sangue de pacientes adultos e de crianças com quadro clínico com suspeita de dengue, para avaliação em laboratórios de referência nacional, como o Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA) e na Fiocruz, no Rio de Janeiro (RJ).

"O objetivo era ver se havia outra indicação de dengue tipo 4", disse Maria Paula, que alegou não ter recebido o retorno disso. Ela afirmou, no entanto, que a descoberta de um novo tipo de dengue no Brasil representa apenas que a população brasileira tem mais uma chance de se expor à doença.

"Não existe qualquer relação de gravidade entre o tipo de vírus de dengue e a apresentação clínica da doença. Se os indivíduos não forem picados por mosquitos infectados, não vão adquirir vírus nenhum e nem a doença. O que faz a diferença é a situação de defesa do indivíduo. Se ele já foi exposto outras vezes a infecções por dengue, tem mais chances de ter a doença grave", ressaltou.

Para a infectologista, a entrada do vírus no País independe das ações integradas de saúde, já que "os vírus se transportam através das pessoas, ou seja, pessoas picadas por mosquitos infectados poderão levar a doença por onde forem. O que depende das ações de saúde é o controle do mosquito transmissor".

No Amazonas, neste ano, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, registrou, até quinta-feira, 1.221 casos suspeitos de dengue clássica e 55 confirmados de dengue hemorrágica (três mortes).

Sobre a nota em que o Ministério da Saúde contesta os resultados da pesquisa, dizendo que, no Brasil, somente os vírus de 1 a 3 circulam em território nacional e que, portanto, não há evidencia concreta de que o vírus tipo 4 esteja presente no País, Maria Paula Mourão ressaltou que a divergência entre a Fundação de Vigilância em Saúde do Estado e o ministério se deve a um erro no acondicionamento das amostras durante o transporte até o Rio de Janeiro.

"Não temos dúvidas de nossos resultados, mas o ministério sim. Os resultados no Rio de Janeiro ficaram comprometidos porque as amostras não foram submetidas às baixas temperaturas que deveriam para serem analisadas", concluiu.

Justiça obriga Governo a atender pacientes com diagnóstico ou suspeita de dengue

 

Rio - A juíza Patrícia Cogliatti de Carvalho, do Tribunal de Justiça do Rio, determinou na noite desta quinta-feira que, na falta de vagas na rede pública, o Estado e o Município do Rio estão obrigados a encaminhar os pacientes com suspeita de dengue ou com diagnóstico confirmado às clínicas e hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) que possuam clínica médica e pediátrica. No caso de não haver vaga nem na rede pública, nem no SUS, os pacientes deverão ser encaminhados aos hospitais privados, sob as custas do Governo.

O objetivo é garantir aos doentes o primeiro atendimento, acompanhamento ambulatorial, exames e internação, além das outras medidas necessárias ao diagnóstico e ao tratamento da doença. A decisão em caráter liminar foi dada durante o Plantão Judiciário, atendendo a uma ação civil pública impetrada pelo Ministério Público do Estado. De acordo com o MP, de janeiro ao dia 27 de março deste ano, foram diagnosticados 43.523 casos de dengue em todo o Estado, sendo 26.688 apenas no Município do Rio. Já foram cadastrados 54 óbitos, além de outros 47 que ainda estão sendo investigados.

"Perante todos esses dados, somados à negligência e ao descaso do Estado e do Município, que até a presente data não adotaram medidas eficazes à prevenção e agora à repressão da epidemia, que obrigam os pacientes a passar por angústias e constrangimentos indescritíveis, fazendo cidadãos, inclusive crianças e idosos, aguardar horas para receber atendimento, correndo risco de perder a vida, a outra conclusão não se pode chegar senão a de uma flagrante violação aos princípios constitucionais, mormente o da dignidade da pessoa humana", escreveu a juíza na decisão.

O não cumprimento dessas medidas, 24 horas após o Estado e o Município serem intimados da decisão, implicará o bloqueio das verbas orçamentárias municipal e estadual destinadas às políticas públicas não prioritárias sob o ponto de vista constitucional, como a realização de shows na orla litorânea, o patrocínio de clubes de futebol e publicidade.

Interditado prédio no Centro onde produto químico vazou

Defesa Civil informou que não há condições de trabalho no local.
Na quinta, 75 pessoas passaram mal; cheiro ainda é forte.

Do G1, no Rio entre em contato

O prédio no Centro do Rio, onde na noite de quinta-feira (27) dezenas de pessoas passaram mal, foi interditado nesta sexta-feira (28) pela Defesa Civil. Segundo o coronel João Carlos Mariano, coordenador da Defesa Civil municipal, ainda há risco para funcionários. Mas há a possibilidade de o prédio ser liberado já na manhã de sábado (29).

Saiba mais

Os bombeiros tiveram que retornar ao prédio nesta manhã, porque as pessoas ainda diziam sentir um cheiro forte de uma substância química. Algumas chegaram a ser atendidas por ambulâncias.

Segundo a Secretaria municipal de Saúde, 47 pessoas com sintomas de intoxicação deram entrada na noite de quinta no Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio. O Samu informou que atendeu 28 vítimas do acidente que foram encaminhadas ao Hospital Miguel Couto, na Zona Sul do Rio. No total, 75 pessoas foram internadas por causa acidente.

A assessoria da Secretaria municipal de Saúde afirma que as vítimas que deram entrada no Souza Aguiar já receberam alta. Ainda não há informações sobre o estado de saúde das pessoas encaminhadas ao Miguel Couto.

Nota da empresa

Em nota divulgada à imprensa, a Telesoluções Telemarketing LTDA, que funciona no prédio onde as pessoas sentiram sintomas de intoxicação, disse que aplicou cloro nas áreas externas da empresa na quinta-feira.

De acordo com a nota, uma pequena quantidade do produto foi parar nos dutos de ar-condicionado do prédio. “O problema foi imediatamente identificado, tendo a Telesoluções acionado o Corpo de Bombeiros, que sugeriu a evacuação do prédio, o que foi prontamente acatado”, diz o comunicado.
A empresa informou ainda que nesta sexta somente um salão da empresa apresentava “anormalidade”. “Após a chegada do Corpo de Bombeiros houve o atendimento de cerca de 50 empregados, em sua maioria com crise nervosa e, visando evitar tumultos, a Telesoluções, mesmo não havendo qualquer risco de intoxicação, decidiu liberar todos os funcionários do turno da manhã”, disse a nota.
A empresa ressaltou que não houve contaminação com cloro ou com qualquer outro produto em sua caixa d'água e nem no encanamento do prédio.

Intoxicação

De acordo com informações dos bombeiros, um funcionário estaria limpando a caixa d'água do edifício quando deixou cair a substância, ainda não identificada, no sistema de refrigeração, na noite de quinta-feira (27).
Quatro carros e três ambulâncias dos bombeiros e quatro do Samu auxiliaram no atendimento às vítimas. A área ao redor do prédio foi isolada pelo Corpo de Bombeiros.
A polícia afirmou que apenas um laudo da perícia poderá confirmar que tipo de produto causou a intoxicação nos funcionários. O caso foi encaminhado para a 1ª DP (Praça Mauá).

Profissionais da saúde fazem passeata contra dengue

 
Protesto causou congestionamentos na cidade.
Cerca de 200 pessoas participaram da manifestação.

Do G1, no Rio entre em contato

Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

Márcia Foletto / Agência O Globo

Cerca de 200 pessoas saíram em passeata contra a dengue pela Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, e pararam em frente ao prédio da Secretaria estadual de Saúde, na Rua México. Os manifestantes carregavam faixas de protesto, na altura da Central do Brasil.  A passeata foi organizada pelo Sind-Saúde RJ. (Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo)

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Grazi está com suspeita de dengue

 
Atriz, que está em 'Desejo Proibido', passou o dia no hospital.
Ex-BBB desconfia que foi picada durante gravações no Projac.

Patrícia Kappen Do G1, no Rio

Foto: Tv Globo

Tv Globo

A atriz Grazi Massafera passou o dia no hospital se hidratando, com suspeita de dengue (Foto: Tv Globo)

A atriz Grazielli Massafera passou esta sexta-feira (28) no hospital tomando soro. A atriz está com suspeita de dengue, segundo os médicos que a atenderam.

“Sinto muita dor de cabeça e cheguei a ter um pouco de febre”, contou ela, que interpreta a Florinda na novela ''Desejo Proibido"'. Ela disse que estava com a pele seca quando chegou ao hospital.
A atriz, que mora no Recreio, na Zona Oeste do Rio, suspeita que tenha sido picada pelo Aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue, durante gravações da novela, em Jacarepaguá, também na Zona Oeste.

“Essa semana fizemos muitas gravações externas. Ficava de 8h às 20h lá.” A região é uma das que apresentam maiores índices de contaminação pela dengue.
Grazi quis participar do programa de doação de sangue na quinta na Central Globo de Produção, mas foi proibida. “Eu já estava com dor de cabeça, mas disse que achava que era o início de uma gripe e a médica disse que eu não poderia doar sangue”, explicou.
A atriz não conseguiu dormir durante a noite, com muita dor de cabeça. “De manhã procurei um hospital. Não consegui vaga no primeiro que fui e procurei outro”, afirmou.
“O hospital estava parecendo um filme de terror, muita gente. Está feio o negócio.” Grazi espera estar bem para voltar a trabalhar na segunda-feira. “No domingo vou fazer outro exame de sangue, mas se eu estiver bem, volto a gravar”, concluiu.

Mara Manzan está com câncer e passará por cirurgia

 
Divulgação/TV Apesar do problema de saúde, a atriz está confiante


FAMOSIDADES


No Rio de Janeiro


Segundo informações do jornal "O Dia", Mara Manzan descobriu que está com cãncer no pulmão. Na última semana, a atriz esteve em São Paulo para se consultar com um médico e precisou ser internada para a retirada de ar dos pulmões. Ela só recebeu alta na quinta-feira (27). No dia 16 de abril, Mara será operada pela equipe do Dr. Drauzio Varella, na capital paulista.
Em 1998, Mara Manzan teve um câncer no útero. Depois de uma década, a mesma doença reapareceu em seu pulmão. Apesar dos problemas de saúde, ela está confiante. "Fui muito bem tratada. É uma equipe de confiança", comentou a atriz.
Devido à operação, a atriz terá que se afastar das gravações de "Duas Caras". O diretor Wolf Maya diz que todos estão torcendo muito por ela e que as gravações encerrarão dia 25 de maio, mas a participação de Mara deve terminar no dia 14. "Tenho certeza de que Aguinaldo fará uma bela homenagem", comentou o diretor.
"Vai ser uma operação delicada, mas pretendo gravar a novela até o último minuto", contou a atriz, que está confiante e já faz planos para o futuro. Ela foi convidada para atuar em "Mulher Invisível", monólogo de Maria Carmem Barbosa, previsto para estrear em julho, com produção de sua filha Tathiane Manzan e direção de José Wilker.

Sera que vao cumprir !!!!

PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 24/2008EMENTA: ALTERA O INCISO I DO ART.92 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.Autor(es): Deputado PAULO RAMOSA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRORESOLVE:Art.1º - O inciso I do artigo 92 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro passa a vigorar com a seguinte redação:"Art.92 - (...)I - O soldo do soldado da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar não poderá ser inferior ao salário mínimo regional fixado em Lei Estadual para os empregados integrados na categoria II."Art.2º - Esta Emenda Constitucional entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.Plenário Barbosa Lima Sobrinho, 04 de março de 2008.Deputado PAULO RAMOs

Fiocruz cria novo larvicida contra dengue

 
Produto é natural, atóxico e não deixa resíduos quando despejado na água.
Biocida pode chegar no mercado daqui a quatro anos.

Do G1, no Rio

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Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) desenvolveram um novo biocida, um inseticida natural, para combater as larvas do mosquito da dengue.

O produto é feito unicamente a partir de uma substância de uma planta da família das pimentas, chamada Piper solmsianum.

Ao ser colocado em reservatório de água, ele mata todas as larvas de inseto presentes, sem causar danos a outras formas de vida.
A fórmula já teve eficácia comprovada em laboratório. Agora, os pesquisadores vão começar a fazer testes de campo e levantamentos de custo, etapas necessária para definir a produção do larvicida, que pode chegar ao mercado em quatro anos.

Planta da Mata Atlântica

A principal vantagem do novo produto, em relação aos já existentes, é o fato de ser resultado de uma substância natural de planta da Mata Atlântica que apresenta toxicidade praticamente nula.

Até então, os larvicidas utilizados eram tóxicos para humanos e para outras espécies dependentes de água.
Além disso, ele não deixa resíduos, diferentemente dos larvicidas químicos, por exemplo, que podem alterar o equilíbrio ecológico quando usados no ambiente natural.
O estudo que levou à criação da fórmula levou três anos para ser concluído e foi comandado pelos biólogos da Fiocruz Marise Maleck e Anthony Érico Guimarães, em parceria com o pesquisador Massuo Kato, da Universidade de São Paulo.

Militares começam montagem de hospitais de campanha

 

Vinte homens trabalham na instalação do hospital na Barra, que terá 40 leitos.
As outras duas unidades provisórias serão montadas em Deodoro e Nova Iguaçu.

Do G1, no Rio entre em contato

ALTERA O
TAMANHO DA LETRA

A-

A+

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As Forças Armadas começaram, nesta sexta-feira (28), os trabalhos de montagem dos hospitais de campanha voltados ao tratamento de pacientes com dengue no Rio.
Serão três unidades de saúde provisórias, nos bairros da Barra da Tijuca e Deodoro, no Rio, e no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
A previsão é de que os hospitais de campanha comecem a funcionar na próxima segunda-feira (31) e sejam desativados no dia 31 de maio.
Confira cobertura sobre a dengue

Barra da Tijuca

Na Barra, 20 homens começaram, nesta sexta, a levar a estrutura do hospital para a Sede Campestre do Clube da Aeronáutica, ao lado do Bosque da Barra.

Lá, vão funcionar 40 leitos de hidratação, onde 35 médicos trabalharão para receber pacientes encaminhados pelo Hospital Geral de Jacarepaguá, o antigo Cardoso Fontes, e pela equipe que vai atender pessoas com suspeita de dengue, numa tenda do exército, no terminal da Alvorada.
Esta tenda vai funcionar como um posto de triagem e as pessoas com suspeita da doença podem ir ao local, onde haverá um ônibus da própria Aeronáutica que vai transportar os pacidentes que precisarem de hidratação ao hospital de campanha.

Demais unidades

Ao todo, 1.200 militares da área de saúde vão atuar nos três hospitais. Os demais hospitais de campanha não terão esse posto de triagem e, portanto, só aceitarão pacientes encaminhados por outras unidades hospitalares. 
Em Deodoro os pacientes serão encaminhados pelo Hospital Carlos Chagas, e em Nova Iguaçu, pelo Hospital da Posse e Hospital Infantil de Duque de Caxias.
Em Deodoro, o hospital de campanha do Exército vai ser instalado na Vila Militar e vai ter 50 pontos. O hospital da Marinha vai ficar no quartel do Corpo de Bombeiros de Nova Iguaçu com 40 pontos de hidratação.

Reunião de combate à dengue

O secretário estadual de Saúde, Sérgio Cortes, se reuniu na manhã desta sexta, com o secretário de Saúde de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Lá, uma epidemia de dengue foi contida no ano passado. Médicos epidemiologistas dos dois estados participaram do encontro.

Atualmente, o Rio conta com três tendas de hidratação montadas pelo governo do estado, com 195 pontos instalados. Côrtes, disse que outras duas tendas serão montadas na próxima semana, na Penha, ao lado do Hospital Getúlio Vargas, e no município de Duque de Caxias, no Hospital Infantil.
Segundo a Secretaria, desde janeiro, 54 pessoas morreram de dengue no estado do Rio, sendo que 31 das vítimas eram do município. Ao todo, mais de 40 mil pessoas contraíram a doença este ano.

Saiba quais medicamentos evitar em casos de suspeita de dengue

 
Site da Anvisa permite que se pesquise remédios que têm ácido acetil salicílico.
Princípio ativo comum em antigripais agrava sintomas da doença.

Do G1, em São Paulo

Saiba mais

Em épocas de epidemia de dengue, como a que ocorre no Rio de Janeiro, o governo orienta as pessoas a evitarem medicamentos a base de ácido acetil salicílico ou que contém a substância associada. Também devem ser evitados remédios com salicilamida associada. Para saber o que tomar é preciso olhar a composição na bula do medicamento. O site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também oferece um sistema de busca onde se pode procurar todos os medicamentos que contém as substâncias: clique aqui.

Acompanhe a cobertura completa sobre a epidemia de dengue

Veja uma lista compilada pelo G1 com os resultados da busca:

  • AAS
  • AAS Protect
  • Acecílico
  • Acectil
  • Aceticil
  • Acetildor
  • Acetilessin
  • Acidalic
  • Ácido acetil salicílico
  • Anacetil
  • Anacin
  • Anacold
  • Analgermon
  • Analgesin
  • Antifebrin
  • Antitermin
  • Asetisin
  • AS-Med
  • Aspirina
  • Aspirina C Efervescente
  • Aspirina Impact
  • Aspirina Prevent
  • Aspissen
  • Assedatil
  • Assetil
  • Bayaspirina
  • Benegrip
  • Bufferin
  • Bufferin Cardio
  • Caas
  • Cafiaspirina
  • Cafiaspirina
  • Calmador
  • Cardio AAS Entérico
  • Cardioaas
  • Cheracap S
  • Cibalena A
  • Cimaas
  • Cordiox
  • Coristina D
  • Dausmed
  • Doloxene - A
  • Doribel
  • Doril
  • Doril C
  • Dormec
  • Drenogrip
  • Ecasil-81
  • Engov
  • Enjoy
  • Excedrin-E
  • Florialgin
  • Funds ácido acetil salicílico 
  • Funed ácido acetil salicílico
  • Furp - ácido acetil salicílico
  • Griperal
  • Gripin C
  • Iquego ácido acetil salicílico
  • Ivb - ácido acetil salicílico
  • Lafepe - ácido acetil salicílico
  • Lafergs - ácido acetil salicílico
  • Lepemc AAS 100mg
  • Lepemc AAS 500
  • Lfm - ácido acetil salicílico
  • Melhoral C
  • Melhoral Infantil
  • Mialgin
  • Migrane
  • Nuplam - ácido acetil salicílico
  • Orosprevent
  • Prevencor
  • Prevencor Pril
  • Resfriol S
  • Resprax
  • Salicetil
  • Salipirin
  • Salisvit C
  • Salitil
  • Sifaas
  • Sinutab
  • Somalgin
  • Somalgin Cardio
  • Sonrisal
  • Superhist
  • Thrombo Ass
  • Tri - Bufered Aspirin
  • Vasclin
  • Vita Grip

Em casos de suspeita de dengue é preciso procurar o atendimento médico.

Feema: Aterro de Gramacho entrará em colapso a qualquer momento

Novo acidente ambiental pode levar a contaminação de rios, afetar catadores e até deixar população sem opção de descarte do lixo

Diogo Dantas

Foto Divulgação

Rio - O Aterro de Gramacho, em Caxias, está com os dias contados. Mas não é força de expressão. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema) anunciaram nesta sexta-feira que um novo acidente ambiental aconteceu no início do mês, e o aterro controlado só aguentará receber resíduos até junho. Um estudo elaborado por técnicos da Feema havia creditado a vida útil de 170 dias a partir de outubro de 2007.

Até que a tragédia prevista não aconteça, a alternativa é aumentar o aporte de lixo recebido no Aterro de Gericinó, em Bangu. Isso porque o Aterro de Paciência, em pauta para ser aprovado há seis anos, ainda precisa de licenciamento. Mesmo que a audiência do próximo dia 3 de abril aprove o aterro, técnicos da Feema garantem que ele precisaria de pelo menos oito meses para entrar em operação.

O Aterro de Gramacho foi implementado em 1978, e recebe diariamente 7.700 toneladas de lixo, destes 6.500 do mjunicípio do Rio de Janeiro. A montanha de lixo fica sobre uma superfície gelatinosa composta pelo chorume, material líquido espesso que é fruto da decomposição da matéria orgânica despejada.

Com o acidente detectado esse líquido pode ser despejado tanto na nascente do Rio Sarapuí como na Baía de Guanabara, e matar todas as formas de vida que dependem do oxigênio para se manter, como peixes.

O impacto sobre o Rio Sarapuí seria ainda mais desastroso. A desembocadura do rio seria interrompida e Caxias poderia sofrer com inundações.

"Todo mundo sabia que ele não era uma solução definitiva", lembra o Secretário de Meio Ambiente Carlos Minc. Segundo ele mais de 50% da área do aterro já foi afetada e está interditada, do total de 1,5 milhão de Km2.

"Quem resolve aonde vai fazer outro aterro é o município. Estamos tentando ajudar com dinheiro do Fundo Estadual de Conservação do Meio Ambiente", explicou o secretário.

Ele afirmou, juntamente com o Presidente da Feema Alex Grael, que os municípios de Nilópolis, Mesquita e São João de Meriti não teriam espaço para despejar os resíduos com o fim de Gramacho. "Eles estão sem saída, até porque Gericinó também está esgotado", diz Minc.

Catadores em apuros

Com o fim do Aterro de Gramacho os mais afetados serão os mais de quatro mil catadores que sobrevivem dos restos de resíduos encontrados no local.

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente tenta negociar dois caminhos para os catadores. Para cada milhão de reais em recursos do Fecam a Fundação Nacional de Saúde entraria com R$ 2 milhões. Uma outra ação parte da empresa que explora a liberação de gás metano no aterro. Ela investiria 1.2 milhão por 14 anos para uma espécie de seguro-desemprego dos catadores. No final daria cerca de 300 reais para cada um. Minc diz que vai pedir o aumento dessa quantia.

"Infelizmente o município não tem um plano B. Houve problemas com a Câmara, com a população para a implementação do aterro em Paciência, e com os catadores, que ficarão sem emprego", lamenta o secretário.

Medidas

Com o colapso do Aterro de Gramacho a Comlurb passará a elaborar relatórios quinzenais sobre as condições do solo. Um pedido da Feema para a Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA) e para a própria Comlurb tentará ampliar a áera do Aterro de Gericinó.

Para o presidente da Feema, só um milagre explica que nada tenha acontecido de mais grave até agora. "A tentativa de equilíbrio não é mais possível", explica.

Alternativas para o próprio tratamento do lixo no estado foram descartadas. A incineração, na qual os resíduos são queimados em altas temperaturas, é cara. A coleta seletivam, segundo Carlos Minc, é uma medida de médio prazo, já que o retorno imediato não compensa.

"Temos 80 municípios ainda com o chamado lixão, com urubus, porcos, cavalo, e crianças se acotovelando com esses animais para catar alguma coisa. Temos primeiro que passar do século 19 para o 20, e implementar os aterros sanitários. Depois tentar entrar no século 21 com medidas mais modernas."

Doação de sangue na guerra contra a dengue

 
Extra Online

Cléo Pires doa sangue no Projac na campanha da Rede Globo contra a dengue - Foto: Domingos Peixoto/O Globo

RIO - Enquanto as Forças Armadas se preparam para entrar na batalha contra a dengue e o prefeito Cesar Maia diz que rezou pela cidade , à população resta doar sangue como uma das armas no combate à epidemia no Rio, além, claro, de tomar todos os cuidados necessários contra os focos de proliferação do mosquito ( clique aqui e veja um raio x da dengue ). A doença do tipo hemorrágica é a mais grave em razão de reduzir muito a quantidade de plaquetas no sangue e, desta forma, a transfusão se torna fundamental para ajudar as vítimas, pois as plaquetas servem para conter o problema ( qual é a sua dúvida sobre a dengue? ).

Para aumentar o estoque de sangue nos hospitais, o Hemorio promove uma campanha para receber doações de sangue usando um ônibus que vai percorrer a cidade até o dia 5 de abril. A ação começou nesta quinta-feira, no Projac, na Zona Oeste da cidade. Funcionários e atores como Cléo Pires, Letícia Spiller, Fernanda Paes Leme aderiram à campanha .

Nesta sexta, o ônibus estará estacionado em frente ao campus da UFRJ na Urca, das 9h às 15h, e, no sábado, na quadra da escola de samba Portela, na Rua Clara Nunes 81, Madureira, no mesmo horário. Para doar sangue, é preciso ter mais de 18 anos, pesar mais de 50 quilos e estar saudável. Outras informações podem ser obtidas na sede do instituto, que fica na Rua Frei Caneca 8, Centro, ou pelo telefone 0800-282-0708.

Clique aqui e denuncie locais de risco pelo Eu-Repórter

Outras ações

- Tele-Dengue: a população pode ligar para o (21) 2575-0007, das 8h às 20h.

- Defesa Civil: O Centro de Comando da Operação contra a Dengue, coordenado pela Defesa Civil da Prefeitura do Rio, promove capacitação de voluntários no combate ao Aedes aegypti. Durante a aula, os participantes aprendem sobre os procedimentos para combater os focos e os criadouros do mosquito. O treinamento é gratuito. Informações: (21) 2576-5665 e 2576-7297.

- Secretaria municipal de Governo: informações sobre as ações da secretaria nos bairros da cidade podem ser obtidas pelos telefones (21) 2503-3187 e 2503-3157 ou no site da prefeitura .

Bolsa fraude envolve outros dois deputados da Alerj

Antero Gomes e Marcos Nunes - Extra

RIO - O deputado Altineu Côrtes (PT), também nomeou, em março de 2007, um fantasma em seu gabinete. De acordo com a denúncia feita pelo RJTV, da TV Globo, o auxiliar de gabinete André Maciel da Silva, pai de sete filhos, era funcionário comissionado e teria usado declarações de matrícula de um colégio que está fechado há quatro anos - o Centro Educacional Modelo, localizado em Guapimirim -, para obter o auxílio-educação ( entenda como foi desmontado o esquema do bolsa fraude ).

" Coloco meu gabinete à disposição da Alerj, para qualquer investigação "

Com isso, Altineu Côrtes passa a ser, o 12º parlamentar a ter o nome envolvido no escândalo do bolsa fraude. Além do gabinete do parlamentar do PT, André Maciel também trabalhou ainda para outros dois deputados, entre 2004 e 2005.

Primeiro, o funcionário foi nomeado pelo então deputado Nelson do Posto (PMDB). Atual prefeito de Guapimirim, é tio da deputada Renata do Posto, que poderá ser cassada, na terça-feira . Renata é uma dos 12 parlamentares envolvidos no escândalo.

Outro ex-parlamentar para quem André Maciel teria trabalhado foi Iranildo Campos (PAN). Ele é o atual suplente de Renata do Posto e poderá ficar coma vaga da parlamentar, caso ela seja cassada na próxima semana.

Na ficha cadastral da Alerj, usada para requerer o benefício auxílio-educação, André Maciel declarou morar em um endereço, onde na realidade, vive o próprio prefeito de Guapimirim Nelson do Posto.

Procurado pelo EXTRA, Altineu Côrtes alegou não ter conhecimento de que seu funcionário usou declarações de um colégio fechado para requerer o auxílio-educação. Ele também afirmou que o fato é um caso isolado. O parlamentar disse estar se sentido traído pelo servidor que nomeou.

- Eu me sinto prejudicado, me sinto traído pelo funcionário. Não tinha conhecimento disto. Coloco meu gabinete à disposição da Alerj, para qualquer investigação. Este fato não tem qualquer ligação com esta quadrilha que age na Alerj fraudando o auxílio-educação. Não posso ser comparado com este bando - alegou o deputado do PT.

Altineu Côrtes disse que pedirá explicações ao seu funcionário amanhã (hoje).

- Ele terá que me explicar esta história - concluiu.

Oi fecha compra da Brasil Telecom por R$ 5 bilhões

São Paulo - Foi fechada nesta sexta-feira a compra da Brasil Telecom pela Oi. Os acionistas das duas operadoras telefônicas chegaram a um acordo final que permitiu a negociação iniciada há meses e por tantas vezes postergada. A compra foi fechada por R$ 5 bilhões.

O Brasil já tem uma operadora de telecomunicações com abrangência nacional, que vai poder enfrentar as gigantes latinas Telefónica e Telmex. A Brasil Telecom opera nas regiões Centro-Oeste e Sul e a Oi mantém atuação no Norte, Nordeste e Sudeste. Está prestes a entrar em São Paulo, até agora o único estado a estar de fora de sua geografia.

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Polícia Civil invade casa usada como esconderijo de traficantes no Morro do Dendê

Alguns bandidos conseguiram fugir, mas dois foram presos

Bartolomeu Brito

Rio - Policiais da Decod (Delegacia de Combate às Drogas) e da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) invadiram a casa de número 147 da Rua Tramandaí, no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, por volta das 10h desta sexta-feira, após denúncia de que o local era esconderijo de traficantes. Alguns bandidos conseguiram fugir, mas dois foram presos.
Os agentes fazem operação na favela das as 6h desta sexta com o objetivo de prender o chefe do tráfico do local, Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu. Ele foi baleado em uma das pernas durante operação no Morro do Dendê na semana passada.
Além dos dois homens presos na casa, outros sete suspeitos já foram capturados. Houve troca de tiros apenas no início da operação e não há informações de feridos. Já foram apreendidas diversas armas: uma metralhadora Madsen, que só a Polícia Militar do Rio de Janeiro possui, um fuzil G3 (calibre 762), uma metralhadora ponto 30 (antiaérea), usada para derrubar helicópteros, e uma pistola.
Segundo a polícia, uma das armas apreendidas pertence a Fernandinho Guarabu. "Acreditamos que essa seja a Madsen que ele ficava exibindo na Internet", disse o delegado da Decod, Marcus Vinicius de Braga.

Assaltante mata comerciário com facada nas costas em São Gonçalo

Celso Oliveira
Rio - Empregado de um sacolão em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, Cléber Fernandes, de 41 anos, foi assassinado com uma facada no final da noite de quinta-feira.
Ele estava fechando o estabelecimento, no número 436 da Estrada do Coelho, no bairro de mesmo nome, quando foi abordado por um homem que, mesmo desarmado, anunciou o assalto.
Segundo policiais do 7º BPM (São Gonçalo), Cléber teria tentado reagir e o ladrão apanhou uma faca do sacolão, desferindo um golpe nas costas da vítima. O bandido conseguiu fugir. Os PMs registraram o caso na 75ª DP (Rio do Ouro).

Cesar Maia diz que aplicou o triplo do programado para dengue

Prefeito argumentou que gastos não estão nas 'rubricas' da dengue.Tribunal de Contas do Município diz que governo deixou de investir na doença.

Do G1, no Rio, com informações da TV Globo

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O prefeito Cesar Maia rebateu nesta quinta-feira (27) em uma visita que fez à Bahia as acusações sobre o desvio de verbas da saúde. “No caso da dengue, se aplicou o triplo daquilo que estava no programa de dengue do Rio de Janeiro. É porque não é apenas naquela rubrica. Existem rubricas que não são relacionadas formalmente a dengue, mas são programas em relação à dengue”, disse o prefeito, que viajou para uma festa de um ano de seu partido, o DEM.
Veja o site do RJTV

Cesar Maia disse também que aproveitou a viagem para rezar pela cidade: “Pedi ao Senhor do Bonfim que nos ajude, que leve o mosquito da dengue em direção ao oceano e que nos proteja. Isso é uma energia muito forte que temos na Bahia. E vim aqui para levar ela para o Rio.”

Cobertura completa: luta contra a dengue

O Tribunal de Contas do Município (TCM) divulgou um relatório sobre os gastos da prefeitura com a dengue. O documento mostra que a prefeitura do Rio deixou de usar cerca de R$ 5,5 milhões repassados pelo Governo Federal no ano de 2006 no "combate de vetores" (como a dengue).
Ao ser confrontada com esses valores, a Secretaria municipal de Saúde do Rio não sabe informar quanto gastou no combate à dengue ao longo do ano de 2006. A assessoria de imprensa da secretaria declarou que não vai comentar as denúncias de improbidade feitas pelo TCM e, em nota, informou apenas que a prefeitura vem destinando grande quantidade de recursos na área:

"Em relação aos valores referentes a investimentos no combate à dengue, informamos que não é possível emitir, neste momento, nenhum valor. O que é gasto na área vem de várias rubricas: atendimento, pagamento de agentes, insumos, entre outras. Apenas uma parte fica registrada na rubrica para a dengue. Sendo assim, seria equivocado qualquer valor emitido de forma primária. O que podemos dizer para o momento é que a Prefeitura do Rio vem fazendo um investimento de grandes proporções na área".

Relatório do TCM
De acordo com a vereadora Andrea Gouvêa Vieira (PSDB), integrante da comissão de Finanças da Câmara dos Vereadores, além de não repassar a verba, a prefeitura usou o dinheiro irregularmente.
“O problema é que além de ter sobrado, o dinheiro foi gasto de maneira inadequada. Isso ajuda a entender o caos que a cidade está vivendo com a doença”, explicou. O relatório foi votado em janeiro pelo TCM e em 13 de março a prefeitura encaminhou resposta ao tribunal. O texto ainda está em análise pelos conselheiros. Ainda segundo o TCM, o Rio deixou de aplicar cerca de 23% dos recursos transferidos pelo Ministério da Saúde por meio da rubrica Teto Financeiro de Vigilância em Saúde. Houve gastos com aluguel de ambulância e convênio com a Companhia de Limpeza Urbana do Município (Comlurb) para limpeza de hospitais, o que é vedado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Mais de R$ 18 milhões repassados
A vereadora informou que o Governo Federal repassou para o Rio R$ 18,1 milhões em 2006, mas o valor liquidado pela prefeitura foi de R$ 12,7 milhões. O valor empenhado (reservado para pagamento) era um pouco superior: R$ 13,8 milhões. "Não é por falta de verba que a situação está tão grave, porque sobra dinheiro no fim do ano", afirmou.
Esse não é o primeiro relatório sobre a dengue do TCM. Em 26 de março de 2002, outro relatório apontava irregularidades como falta de carros, suspeita de larvicida ineficaz, número insuficiente de agentes de saúde.

quinta-feira, 27 de março de 2008

'Fantasmas' da Alerj: Quatro diante da cassação

Conselho de Ética da Alerj recomenda perda de mandato de Tucalo Dias, Jane Cozzolino, João Peixoto e Renata do Posto por envolvimento no escândalo das fraudes do auxílio-educação

Alfredo Junqueira, Mahomed Saigg e Ricardo Villa Verde

Rio - O Conselho de Ética da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) recomendou ontem, por unanimidade, o pedido de cassação de quatro parlamentares por envolvimento com a quadrilha que fraudava o auxílio-educação enganando pessoas humildes com muitos filhos. Como era esperado, o colegiado considerou que os deputados Renata do Posto (PTB), Jane Cozzolino (PTC) e João Peixoto (PSDC) quebraram o decoro parlamentar ao se envolver com os bandidos. Tucalo Dias (PSC), cuja punição esperada era a suspensão do mandato por 90 ou 180 dias, entrou para a lista depois que O DIA comprovou sua relação próxima com o ex-diretor de Documentos Parlamentares da Casa, Renato Sivuca Ferreira, o Sivuquinha, apontado como um dos mentores do golpe.
“O Tucalo dormiu suspenso e acordou cassado”, disse um dos integrantes do conselho, depois da sessão, confirmando que a punição para o parlamentar ficou inevitável depois da revelação de que o depoimento de Sivuquinha havia sido combinado com José Queiroz da Silva, chefe de gabinete de Tucalo.
Outro fator decisivo para o pedido de punição do deputado foi uma descoberta recente feita pelo conselho. Segundo o colegiado, Sivuquinha procurou diversos parlamentares com proposta de nomeação de pessoas com muitos filhos com o objetivo específico de fraudar o auxílio-educação. “O deputado (Tucalo) sabia dessa condição”, afirmou o presidente do Conselho de Ética, Paulo Melo (PMDB).Além das cassações, o conselho também vai propor a suspensão por 90 dias de Edino Fonseca (PR). Délio Leal e Álvaro Lins, ambos do PMDB e que completavam a lista dos primeiros sete deputados investigados, foram absolvidos.
VOTAÇÃO NO PLENÁRIO
As propostas de punição terão que ser referendadas pelo plenário da Alerj. Para o parecer do Conselho de Ética ser aprovado, serão necessários 36 votos na sessão que está prevista para terça-feira. Como a votação é secreta, as articulações políticas na Casa estão a todo o vapor. “A punição era uma obrigação para com a opinião pública. Espero que o plenário confirme a decisão. A Alerj não pode passar pela vergonha de absolver esses deputados”, disse Marcelo Freixo (PSOL), autor das representações.Renata do Posto foi a única entre os acusados a comparecer. Ouviu impassível o relatório redigido e lido por Edson Albertassi (PMDB) apontar “que o grupo formado nesta Casa agiu e atuou sobremaneira no (seu) gabinete” e ao pedido de cassação. Após a aprovação do pedido de cassação, a deputada se retirou da sala sem fazer comentários.“Foi o dia mais difícil da minha vida pública”, comentou Albertassi, depois da sessão. Paulo Melo também ressaltou o constragimento. “Hoje quem está sangrando é o parlamento”, declarou o deputado, que, também como presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa, convocou-a em caráter permanente para eventuais recursos dos parlamentares punidos.
ESCUTAS: BARGANHA POLÍTICAOs próximos dias serão decisivos para os quatro deputados cuja cassação foi recomendada pelo Conselho de Ética da Alerj devido a envolvimento no escândalo da contratação de funcionários fantasmas em seus gabinetes. Para tentar manter seus mandatos, a expectativa é de que estes parlamentares intensifiquem o ritmo das negociações e barganhas políticas com os demais integrantes da Casa.
Escutas telefônicas feitas pela Polícia Civil com autorização da Justiça mostram que os pedidos de socorro já começaram a ser ouvidos nos corredores do Palácio Tiradentes desde que o esquema foi descoberto, em fevereiro. Nas gravações, assessores políticos, aliados e até os próprios deputados aparecem conversando abertamente sobre o assunto.Preocupados com o risco da degola, eles não descartam o apoio de ninguém, nem mesmo de deputados suplentes. Mas deixam claro suas preferências: integrantes da Mesa Diretora da Casa, do Conselho de Ética e lideranças partidárias. Para garantir o apoio no dia da votação — que será secreta — vale tudo, até mesmo a entrega de cargos em órgãos públicos ocupados, atualmente, por aliados políticos.Os encontros ocorrem, na maioria das vezes, nos próprios corredores e gabinetes da Alerj. Mas, em alguns casos, eles são marcados bem longe do Palácio Tiradentes. As gravações mostram que, nos últimos 30 dias, políticos que só se viam no plenário passaram a combinar cafés da manhã, almoços e até jantares em restaurantes discretos da cidade.Em alguns casos, o local escolhido para as negociações políticas foi a própria casa dos parlamentares. Tudo para garantir o sigilo absoluto do encontro.
Deputados ainda sob suspeita
As investigações contra outros quatro deputados também investigados pelo Conselho de Ética da Alerj por suposto envolvimento nas fraudes do auxílio-educação começam quarta-feira. O conselho ouvirá pela manhã o depoimento de Marco Figueiredo (PSC). O relator do caso será o deputado Pedro Paulo (PSDB). Ele foi designado para a relatoria ontem, pelo presidente do colegiado, Paulo Melo (PMDB). Figueiredo já apresentou sua defesa ao conselho.João Pedro e Marcelino D’Almeida, ambos do DEM, e Anabal (PHS) ainda não tiveram os depoimentos marcados. Eles já foram notificados para apresentar suas defesas. Os relatores dos processos contra os três parlamentares também foram definidos ontem: Audir Santana (PSC) cuidará do caso envolvendo Marcelino e João Pedro, e Olney Botelho (PDT), o de Anabal.
Marcelino D’Almeida passou a tarde de ontem no plenário da Alerj conversando com parlamentares. Como está licenciado desde que assumiu a secretaria de Governo da Prefeitura do Rio, ele pediu a Rodrigo Dantas (DEM) que lesse carta endereçada por ele aos parlamentares. No documento, ele voltou a responsabilizar João Pedro, que assumiu sua vaga, pelas nomeações de servidores fantasmas para fraudar o auxílio-educação.
Marcelino disse que aceita participar de acareação com João Pedro. “Na hora em que for chamado, estarei aqui”, afirmou ele. A acareação entre os dois foi aprovada pela Mesa Diretora da Alerj e será uma das primeiras ações das investigações contra eles, já que ambos se acusam.

Fonte : O DIA on line

http://odia.terra.com.br/brasil/htm/_fantasmas_da_alerj_quatro_diante_da_cassacao_160487.asp