sexta-feira, 21 de março de 2014

Idoso reage a assalto e quebra arma do agressor ao meio

Vítima reagiu porque já havia tido um carro roubado

O Dia

São Paulo - Um idoso de 64 anos que reagiu a um assalto em Praia Grande, no litoral de São Paulo, tentou dominar o criminoso com tanta força que acabou quebrando a arma do suspeito ao meio, de acordo com a polícia. O idoso foi encaminhado ao hospital, após levar mais de dez golpes na cabeça e ficar ferido, no assalto que aconteceu na tarde de quinta-feira.

O suspeito é um menor de 17 anos, foragido da Fundação Casa, que conseguiu levar o carro da vítima, mas foi preso logo em seguida. O idoso, que não quis ser identificado, disse que reagiu porque já havia tido um carro roubado há poucos dias.

Idoso tentou dominar o criminoso com tanta força que quebrou a arma ao meio Foto:  Divulgação

A vítima relatou que o assalto foi anunciado quando ele estava esperando o semáforo abrir, quando voltava para casa após deixar a neta na escola. O jovem chegou apontando a arma na direção do idoso, porém quando o menor foi sair com o carro, ao engatar a marcha, ele deu ré. A vítima aproveitou e entrou dentro do carro, pulando em cima do adolescente.

"A solução foi dar uma coronhada na minha cabeça. Começou a me bater e me deu umas 10 coronhadas, mas eu não largava ele", disse. Ao tentar se livrar do homem, o foragido jogou a arma no chão do automóvel e mordeu a mão do idoso, que desistiu da briga, deixando o menor fugir com o carro.

De acordo com a polícia, o suspeito de 17 anos que já havia passado pela Fundação Casa várias vezes, foi alcançado pela viatura após uma ligação anônima e imagens captadas pelas câmeras da central de monitoramento do município. "Ele cometeu danos ao patrimônio público, ameaçou funcionários, manteve pessoas em cárcere e se evadiu. Depois veio cometer esse crime. É um garoto de alta periculosidade que já cometeu diversos crimes", conta o delegado do caso, Siulen Vieira Leung.

O Dia

Na manhã seguinte ao ataque, Complexo de Manguinhos tem comércio fechado e cenário de destruição

Ana Carolina Torres e Guilherme Pinto

Na manhã seguinte ao ataque que deixou três policiais feridos no Complexo de Manguinhos, na Zona Norte do Rio, e teve o contêiner da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Mandela incendiado, o cenário no conjunto de favelas é de destruição nesta sexta-feira.

Postes caídos no chão no local onde o contêiner da UPP foi incendiado Postes caídos no chão no local onde o contêiner da UPP foi incendiado Foto: Guilherme Pinto / Extra

Como a fiação elétrica foi destruída pelas chamas, parte do comércio não abriu as portas. Segundo a Secretaria Municipal de Educação quatro escolas, duas creches e um Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) estão sem atendimento na região por causa da violência no entorno. As unidades atendem a 3.993 alunos.

Há postes ainda caídos no chão. Crianças e adolescentes se arriscam numa brincadeira perigosa nos fios destruídos.

                 Crianças e adolescentes numa perigosa brincadeira nos fios incendiados          Crianças e adolescentes numa perigosa brincadeira nos fios incendiados Foto: Guilherme Pino / Extra

Moradores passaram a noite às escuras. Técnicos da Light trabalham para tentar restabelecer a energia.

- Na hora da confusão, eles (os policiais) deram tiros nos transformadores. E aí a gente teve que passar a noite sem luz. Ninguém dormiu por causa dos mosquitos. E hoje está todo mundo sentado na calçada, porque ficar dentro de casa com esse calor não dá. Sem falar na comida estragada na geladeira. Quem vai pagar por isso? - perguntou a moradora Isa Francisca Vargas, de 53 anos.

Policiais patrulham a favela, enquanto moradores ficam na calçada por causa do forte calor Policiais patrulham a favela, enquanto moradores ficam na calçada por causa do forte calor Foto: Guilherme Pinto / Extra

Nascida e criada no Complexo de Manguinhos - ela primeiro morou na Varginha e, depois, se mudou para o Mandela -, Isa disse que a noite desta quinta a lembrou do tempo em que o local ainda não havia sido pacificado. A UPP do conjunto de favelas foi inaugurada em janeiro de 2013.  A fiação destruída pelo fogo                                     A fiação destruída pelo fogo Foto: Guilherme Pinto / Extra

O contêiner incendiado ainda não foi substituído. O policiamento está reforçado na região.

Ataques em série

Os ataques desta quinta começaram na Favela de Manguinhos e deixaram três PMs feridos. O capitão Gabriel Toledo, comandante da UPP, levou um tiro na coxa e foi operado no Hospital Central da PM, no Estácio, na Zona Norte da cidade. Em seguida, o contêiner da UPP foi incendiado. Carros da unidade também foram queimados.

O contêiner da UPP Mandela em chamasO contêiner da UPP Mandela em chamas Foto: Foto de leitor

Os carros da PM incendiados em Manguinhos Os carros da PM incendiados em Manguinhos Foto: Foto de leitor

No Morro Camarista Méier, no Complexo do Lins, e no Complexo do Alemão, ambos na Zona Norte, sedes de UPPs foram atacadas a tiros. Um ônibus foi incendiado no Lins de Vasconcelos.

extra.globo.com

Novos contêineres chegam ao Complexo de Manguinhos para substituir os queimados em ataque

Guilherme Pinto

Dois novos contêineres chegaram no início da tarde desta sexta-feira ao Complexo de Manguinhos, na Zona Norte do do Rio, para substituir os cinco que serviam de sede para a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Mandela, queimados durante um ataque na noite de quinta.

O novo contêiner chega a Manguinhos O novo contêiner chega a Manguinhos Foto: Guilherme Pinto / Extra

Na ocasião, três PMs, incluindo o comandante da UPP de Manguinhos, ficaram feridos. As estruturas foram colocadas a cerca de dois metros do local onde haviam sido instaladas as que foram destruídas.

O trabalho dos garis onde as cinco bases foram queimadas O trabalho dos garis onde as cinco bases foram queimadas Foto: Guilherme Pinto / Extra

Durante a manhã desta sexta, garis da Comlurb trabalharam na limpeza do local onde os contêineres foram queimados. Moradores fizeram uma espécie de garimpo no meio dos entulhos. Algumas crianças e adolescentes, ignorando o perigo, brincaram de se pendurar nos fios de alta tensão. Técnicos da Light trabalham para restabelecer a energia em alguns trechos do conjunto de favelas. Parte do comércio não abriu as portas por causa da falta de luz.

As crianças brincam com os fios de alta tensão As crianças brincam com os fios de alta tensão Foto: Guilherme Pinto / Extra

Por causa da violência, quatro escolas, duas creches e um Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) ficaram sem atendimento na região, informou a Secretaria Municipal de Educação. As unidades atendem a 3.993 alunos.

O policiamento foi reforçado no Complexo de Manguinhos. Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e de outras UPPs patrulham a região.

extra.globo.com

quinta-feira, 20 de março de 2014

Comandante da UPP Manguinhos é atingido por tiro na favela

O capitão Gabriel Toledo, comandante da UPP Manguinhos, foi atingido por um tiro numa perna durante uma ação na comunidade. Ele estava acompanhado de outros três policiais, dois também baleados e um ferido na cabeça por uma pedrada. A sede da UPP foi incendiada.

Comandante Toledo Comandante Toledo Foto: Divulgação

Sede da UPP Manguinhos é incendiada Sede da UPP Manguinhos é incendiada

No Complexo de Manguinhos, a sede da UPP na Favela do Mandela foi incendiada. O capitão Gabriel Toledo, comandante da UPP Manguinhos, foi atingido por um tiro numa perna durante ação na comunidade No Complexo de Manguinhos, a sede da UPP na Favela do Mandela foi incendiada. O capitão Gabriel Toledo, comandante da UPP Manguinhos, foi atingido por um tiro numa perna durante ação na comunidade Foto: Foto de leitor

No momento está acontecendo uma operação na favela reunindo homens do Bope, Batalhão de Choque e Grupamento Aero Marítimo.

Os policiais feridos foram encaminhados para o Hospital Geral de Bonsucesso. O ataque aconteceu numa localidade próxima à Cobal.

A Avenida Leopoldo Bulhões foi interditada A Avenida Leopoldo Bulhões foi interditada Foto: Paolla Serra / Extra

Ainda à noite, a sede da UPP do Lins na localidade Boca do Mato também foi atacada. Um tiro acertou a fachada da unidade. Ninguém ficou ferido neste episódio.

O governador do Rio comentou, em nota, o assunto:

"O Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, declara que essa é mais uma tentativa da marginalidade de enfraquecer a política vitoriosa da pacificação, que retomou territórios historicamente ocupados pela bandidagem para o controle do Poder Público.

O Governador Sérgio Cabral mantém o firme compromisso assumido com as populações das comunidades e com a população de todo o estado do Rio de Janeiro de não sair, em hipótese alguma, desses locais ocupados e manter a política da pacificação".

Mais cedo, uma intensa troca de tiros entre traficantes e policiais da UPP de Manguinhos levou a polícia a interromper o tráfego de veículos nos dois sentidos da Avenida Leopoldo Bulhões, na altura de Benfica.

Policiais do Batalhão de Choque e do 22º BPM (Maré) foram deslocados à região para dar apoio aos PMs da UPP. Antes do processo de ocupação, o local era conhecido como ‘Faixa de Gaza’.

Caveirão chega a Manguinhos Caveirão chega a Manguinhos Foto: Paolla Serra / Extra

De acordo com informações do Centro de Operações Rio, a via está fechada entre a Avenida Dom Hélder Câmara e a Rua Uranos. A opção para os motoristas que seguem pela Rua Uranos em direção a Benfica é a Avenida Brasil. Já aqueles que vão para Bonsucesso, podem optar pela Avenida Dom Helder Câmara.

Extra

Comandante de UPP e soldado ficam feridos após tumulto em Manguinhos

Gabriel de Toledo teria sido atingido de raspão por um tiro e praça levou uma pedrada na cabeça

O Dia

Rio - O comandante da UPP de Manguinhos, Gabriel de Toledo, teria sido atingido por um tiro de raspão na coxa após um tumulto entre PMs e moradores da localidade, na noite desta quinta-feira, em Bonsucesso, Zona Norte do Rio. De acordo com as primeiras informações, um soldado levou uma pedrada na cabeça. Outras duas pessoas também teriam sido baleadas pelos PMs. Uma viatura foi apedrejada no Mandela e outras três incendiadas. O container da UPP Arará/Mandela foi incendiado durante o confronto. Por conta do incêndio, a comunidade ficou às escuras.

Os feridos foram encaminhados para o Hospital Geral de Bonsucesso e o capitão Gabriel Toledo está fora de perigo. Ele foi transferido para o Hospital Central da PM, no Estácio. A confusão teria começado após moradores de um prédio da 'Minha Casa, Minha Vida' terem atacado os policiais. Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque (BPChq) foram acionados. 

Container da UPP pegando fogo

Foto:  Divulgação

A Rua Leopoldo Bulhões foi interditada nos dois sentidos, entre a Dom Hélder Câmara e a região da Rua Uranos. Quem segue para Benfica, deve utilizar a Avenida Brasil. Há lentidão na região. A circulação no ramal de Saracuruna foi interrompida.

Devido aos incidentes desta noite, o Comando da PM colocou todos os quartéis de prontidão.  Em Manguinhos permanecem PMs do Grupamento de Ações Táticas (GAT), Choque, Bope e Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Por volta das 20h, a UPP do Complexo do Lins também foi atacada. Um pequeno confronto teve início, mas ninguém ficou ferido. PMs pediram que moradores do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, ficassem em suas casas.

Em nota, o governador Sérgio Cabral declarou que "essa é mais uma tentativa da marginalidade de enfraquecer a política vitoriosa da pacificação, que retomou territórios historicamente ocupados pela bandidagem para o controle do Poder Público. O governador mantém o firme compromisso assumido com as populações das comunidades e com a população de todo o estado do Rio de Janeiro de não sair, em hipótese alguma, desses locais ocupados e manter a política da pacificação", encerrou o documento.

O Dia

sábado, 22 de fevereiro de 2014

WhatsApp volta a funcionar depois de ficar fora do ar neste sábado

Pane por "problemas no servidor" começou no início da tarde de sábado.
Usuários se manifestaram no Twitter sobre falha do serviço.

Do G1, em São Paulo

whatsapp (Foto: TV Globo)WhatsApp ficou fora do ar por várias horas neste sábado (Foto: TV Globo)

O sistema de mensagens online por celular WhatsApp voltou a funcionar na noite deste sábado (22), após ficar fora do ar por várias horas. De acordo com a assessoria de imprensa da companhia, houve "alguns problemas com o servidor", mas pouco antes das 20h, a questão já havia sido resolvida.

Na tarde deste sábado, vários usuários brasileiros do Twitter usaram a rede social para reclamar sobre a pane, ocorrida dois dias depois de o Facebook ter comprado o serviço. Os usuários não conseguiam enviar nem receber mensagens pelo serviço.

Notícias sobre o assunto em sites estrangeiros demonstraram que a falha não se restrigiu ao Brasil. Pouco depois das 17h deste sábado, a companhia já havia divulgado, também pelo Twitter, uma nota sobre a falha: "Desculpem-nos, estamos experimentando problemas com o servidor. Esperamos estar de volta e recuperados em breve".

Mesmo após o restabelecimento do serviço, mensagens no Twitter ainda expressavam a insatisfação dos usuários. Alguns relataram que receberam tantas mensagens de uma só vez quando o programa voltou a funcionar que não sabiam se conseguiriam respondê-las.

Entre os assuntos mais comentados no Twitter entre os usuários brasileiros estavam tópicos que faziam menção à falha e associavam o problema à compra do WhatsApp pelo Facebook, como "#MarkDevolveOWhatsapp" ou "#GoogleNãoDeixeOFacebookComprarOTwitter".

G1 - notícias em Tecnologia e Games

Polícia cede imagens da prisão de suspeito de roubar caixas eletrônicos

Homem foi detido na cidade de Arujá (SP) na manhã deste sábado (22).
Quadrilha agiu em várias cidades do interior de Minas Gerais e São Paulo.

Do G1 Mogi das Cruzes e Suzano

A Polícia Civil de Mogi das Cruzes divulgou as imagens da prisão do homem suspeito de fazer parte da quadrilha especializada em roubos a caixas eletrônicos nos Estados de São Paulo e Minas Gerais. O homem foi preso por volta das 5h30 deste sábado (22), em uma casa na cidade de Arujá (SP).

Parte da operação deste sábado começou em Itamonte, na região sul de Minas Gerais. A quadrilha, que já era investigada há cerca de 3 meses pela Polícia Civil de Mogi das Cruzes, agiu mais uma vez e assaltou os caixas eletrônicos do município. Uma operação com quase 200 policiais civis e militares dos Estados de Minas Gerais e São Paulo participaram da ação. Nove suspeitos morreram e cinco pessoas ficaram feridas durante a troca de tiros.

As imagens cedidas pela Polícia Civil de Mogi das Cruzes mostram uma das viaturas que participou da busca por um dos suspeitos de participar da quadrilha especializada em roubos de caixas eletrônicos. As viaturas estacionam em frente a uma residência na cidade de Arujá, onde o suspeito conhecido como "Alemão" estava. Em seguida, os policiais arrombam o portão desta, que segundo as informações da polícia, é a casa onde a namorada do suspeito mora. Ele é encontrado no local e detido.

Polícia Civil do Alto Tietê ajuda na prisão de quadrilha que roubava caixas eletrônicos (Foto: Reprodução/ Tv Diário)Polícia Civil do Alto Tietê ajuda na prisão de quadrilha que roubava caixas eletrônicos.
(Foto: Reprodução/ Tv Diário)

Após a prisão, a polícia foi até a casa onde o suspeito mora. O local fica em um condomínio de alto padrão, também na cidade de Arujá. Segundo a Polícia Civil, vários produtos que haviam na casa foram comprados com o dinheiro dos assaltos praticados pela quadrilha.

Foram apreendidos veículos e uma moto, avaliada em R$ 43 mil. Além disso, com ele, também foram apreendidos cerca de R$ 6,5 mil em notas manchadas com tinta vermelha, proveniente do sistema de segurança dos caixas eletrônicos. Segundo a Polícia Civil, "Alemão" não tinha passagem pela polícia.

Investigação

Segundo informações passadas pelo delegado Alexandre Batalha, do 3º Distrito Policial de Mogi das Cruzes, a investigação da quadrilha teve início há cerca de 3 meses, quando os caixas eletrônicos da cidade de Salesópolis foram assaltados por homens armados.

"O setor de inteligência da delegacia em conjunto com a Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes, conseguiu identificar a quadrilha que agia no Estado de São Paulo e em outros estados", contou o delegado.

Segundo a Polícia Civil de Mogi das Cruzes, a quadrilha agia em cidades pequenas onde o policiamento não é reforçado."Acreditamos que eram um grupo de mais ou menos 30 pessoas e cada uma tinha uma função diferente. Um grupo explodia os caixas eletrônicos enquanto outro ficava de guarda. Um terceiro grupo ficava mais afastado, abordando as pessoas que chegavam à cidade". A polícia descobriu casos parecidos ao de Salesópolis em cidades como Piracaia, Itatiba e Itupeva.

"Eles portavam armamento de grosso calibre e usavam coletes e toucas nos assaltos". Ainda segundo o delegado, a operação deve continuar com o intuito de prender os outros integrantes do bando.

g1.globo.com

'Simpatia É Quase Amor' desfila por Ipanema, na Zona Sul

Bloco completa 30 anos de carnaval e comemora com homenagem aos fundadores

O Dia

Rio - Entre os 105 blocos que desfilam neste final de semana, o "Simpatia É Quase Amor" agita os foliões em Ipanema, na Zona Sul do Rio.

O esquenta começou por volta das 15h e os foliões se concentraram na Praça General Osório, do lado do Metrô de Ipanema. O bloco tradicional da Zona Sul segue pela Avenida Vieira Souto em direção ao Leblon.

Bloco "Simpatia É Quase Amor" celebra 30 carnavais e desfila por Ipanema, Zona Sul do Rio, Foto:  Fernando Souza / Agência O Dia

Aniversário de 30 anos

Neste ano, o desfile vai ter uma comemoração especial, o Simpatia celebra 30 carnavais e o desfile terá homenagem aos fundadores do bloco.

Para o aniversariante, muita coisa mudou. Na estreia, o cordão saiu com 250 foliões e houve uma espécie de cerimônia de batismo na Praça General Osório, em Ipanema, com a presença do seu patrono, o compositor e escritor Aldir Blanc.

O nome do bloco, aliás, é uma referência ao personagem Esmeraldo Simpatia é Quase Amor, do livro ‘Rua dos Artistas e Arredores’, escrito por Blanc. De lá pra cá, o bloquinho virou blocão.

Foliões do bloco "Simpatia É Quase Amor",  Foto:  Fernando Souza / Agência O Dia

Tomaz Miranda, filho de Ary Miranda, um dos fundadores do cordão, tem 26 anos e garante: ele e o pai sempre desfilaram, sem falhar um único ano. “Tem foto da minha mãe grávida no bloco”, conta Tomaz, que é músico profissional e, no Simpatia, o cantor principal.

“O bloco não tem estatuto ou presidente. É como quando surgiu: uma espécie de comitê central cuida das coisas. São os fundadores e pessoas que chegam e querem participar.” Sobre o desfile de amanhã, o músico diz que haverá surpresas. “Posso adiantar que faremos homenagem a todos os compositores do bloco, em especial ao Aldir Blanc. Vai ser bacana”, aposta.

O Dia na Folia - O Dia

PMs do Batalhão de São Gonçalo sofrem com o aumento da violência nas ruas

Para policiais, número de patrulhas é insuficiente

O Dia

Rio - Enquanto a quantidade de denúncias e de registros de assaltos aumenta em São Gonçalo, o número de veículos do 7º BPM (São Gonçalo) – responsável pelo patrulhamento ostensivo no município – diminui, garantem policiais da unidade. Esses PMs afirmam que 60% das viaturas estão paradas devido a problemas mecânicos.

                            

No 7º BPM, viaturas abandonadas viram sucatas, dizem policiais Foto:  Divulgação

A mesma reclamação é feita por colegas de outros batalhões do estado, que afirmam que muitas vezes precisam pagar consertos com dinheiro do próprio bolso para que o policiamento não seja prejudicado. 

No último boletim de indicador de criminalidade divulgado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) – relativo ao mês de outubro do ano passado –, foram registrados 37 homicídios em São Gonçalo, o que representa mais de um por dia. Na última semana, ocorreram pelo menos cinco assassinatos na cidade. Um deles ganhou repercussão na mídia: o do cabeleireiro Adriano Ramos, 39, no Largo da Ideia.

Nas ruas, 49 patrulhas

Entre os crimes que registraram maior aumento absoluto no período de agosto, setembro e outubro de 2013 quando comparados ao mesmo período de 2012, estão: roubo em coletivo (com mais 89 casos, um acréscimo de 97,8%), roubo de veículo (com mais 225 casos, ou 48,9%), e roubo a transeunte (com mais 355 casos, ou 32,9%).

A PM, através da assessoria de imprensa, revelou que o batalhão gonçalense tem atualmente 49 carros rodando, mas não divulgou a frota da unidade. De acordo com policiais ouvidos pelo DIA, o número total seria de 86 veículos — o que significaria que pouco mais da metade tem condições de ir para as ruas — para atender a um município que tem 284 bairros com uma extensão territorial de 247,7 km² e a segunda maior população do estado, ficando atrás somente da capital.

“A cidade está sendo tomada por uma onda de assaltos e não temos nem viaturas para trabalhar. Na semana passada, uma delas soltou uma roda enquanto trafegava pela BR (trecho Niterói-Manilha da BR-101) e outra teve que ser empurrada pelos colegas até oficina após perder o freio”, relatou um soldado que pediu para não ter a identidade revelada com medo de represálias.

Segundo a PM, o desgaste dos veículos é considerado normal, pois rodam 24 horas por dia. Ainda segundo a corporação, a previsão é de que a renovação da frota seja feita a partir de abril. Em relação às denúncias de viaturas que quebraram durante o patrulhamento, a corporação informou que o comando do 7º BPM alegou não ter registro dos incidentes.

Reportagem de Roberta Trindade

O Dia

Paulista errou caminho da Linha Vermelha e foi baleado ao entrar no Complexo da Maré

Marcos Nunes

O caminhoneiro paulista Diogo Alessandro dos Santos, de 29 anos, foi baleado por traficantes no Complexo da Maré, em Bonsucesso. Na madrugada da última quarta-feira, ele dirigia um automóvel, na Linha Amarela, e acabou entrando por engano na Vila do João. Depois de ouvir tiros disparados por traficantes que controlam o comércio de drogas na comunidade, Diogo foi atingido por um disparo na barriga.

Socorrido por moradores da Vila do João, ele foi levado inicialmente para a UPA da Maré. De lá, foi transferido em uma ambulância da unidade para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Morador de Ubatuba, cidade do Litoral Norte de São Paulo, ele passou por uma cirurgia e está internado em observação.

Placa na Linha Amarela indica entrada da Vila do João, onde engenheiro também foi baleado - e morto - em junho de 2013 Placa na Linha Amarela indica entrada da Vila do João, onde engenheiro também foi baleado - e morto - em junho de 2013 Foto: Fabiano Rocha

A informação sobre o crime foi recebida pelo Whats App do EXTRA (21 9 9644-1263). Ontem, dois policiais da 21ª DP (Bonsucesso), onde o caso foi registrado, estiveram no Getúlio Vargas para ouvir o depoimento do caminhoneiro. Ele contou que, pouco antes do crime, na altura de Bonsucesso, havia parado para pedir uma informação sobre como acessar um retorno que o levasse para a pista sentido Barra da Tijuca da via expressa. Quando tentou pegar o acesso da Linha Vermelha, para fazer o retorno, acabou entrando na Vila do João.

Diogo contou a que estava sozinho no carro e disse não ter visto quem atirou contra o veículo. A Vila do João é uma das comunidades controladas pelo traficante Marcelo Santos das Dores, o Menor P. Ele está com a prisão decretada pelos crimes de tráfico e homicídio. O Disque-Denúncia (2253-1177) oferece R$ 2 mil de recompensa por informações que levem à prisão do bandido. O delegado Delmir Gouvea, da 21ª DP, disse que iniciou uma investigação para identificar os autores dos disparos que feriram o caminhoneiro.

Essa não é a primeira vez que uma pessoa é baleada ,ao entrar por engano, na Vila do João. Em 8 de junho de 2013, o engenheiro Gil Augusto Barbosa também se enganou ao tentar acessar o retorno e entrou na favela. Ele foi baleado e morreu após ficar internado por 20 dias.

Em 1995, cinco torcedores do Santos foram encurralados na Vila do João, quando procuravam retornar para a Avenida Brasil. Confundidos com policiais, eles foram baleados. Um deles morreu. Procurada pelo EXTRA, a Prefeitura do Rio informou que já existe no local uma placa sinalizando a entrada da comunidade Vila do João.

extra.globo.com

Ex-líder de torcida do Flamengo, José Eugênio Onça morre após ser amarrado por bandidos, na Baixada Fluminense

O ex-líder de torcida do Flamengo José Eugênio Onça da Silva, de 60 anos, morreu na manhã deste sábado após ter a casa invadida por criminosos, na Vila Rosali, São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

Segundo a assessoria da Polícia Civil, Onça e a mulher foram amarrados em cômodos diferentes da residência e a causa da morte pode ter sido um infarte, já que Onça não foi ferido por nenhuma arma e tinha problemas de coração. A mulher passa bem.

 

José Eugênio Onça morre após ter a casa invadida em São João de Meriti Foto: / Reprodução/Facebook

O corpo de Onça está no IML de Duque de Caxias e o caso está sendo investigado pela 64ª DP (São João de Meriti). Ainda de acordo com a assessoria, não se sabe se os criminosos roubaram alguma coisa do casal. Onça também atuava na coordenação de segurança da Marquês de Sapucaí nos desfiles e ensaios técnicos das escolas de samba.

Em 1998, o então conselheiro do Clube de Regatas Flamengo e integrante da chapa que apoiava a candidatura de Edmundo Santos Silva, eleito presidente do clube, foi baleado no ombro enquanto dirigia para sua casa, na companhia da esposa, Karla Pedretti.

extra.globo.com

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Saúde do Rio tem corte de R$ 216 milhões

Redução atinge hospitais e programas municipais, como o das Clínicas da Família

Juliana Dal Piva

Rio - Dois meses após aprovado o orçamento de 2014, o DIA apurou que a prefeitura decidiu cortar R$ 216 milhões das verbas da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), cerca de 5% do total do orçamento da pasta, de R$ 4,347 bilhões. A redução atingiu quase todos os programas, mas teve impacto maior no Saúde Presente: R$ 141,5 milhões. Responsável por ações da rede de atendimento básico, o setor engloba o projeto de construção, ampliação e reforma das Clínicas da Família, que ficou sem R$ 79 milhões.

                          

Na emergência do Salgado Filho, no Méier, cômoda é usada como cama para paciente em estado grave  Foto:  Divulgação

O corte foi publicado no Diário Oficial esta semana e fez parte de uma mudança no orçamento da prefeitura para a criação de um crédito suplementar de R$ 581 milhões. Desse total, 37% eram da Saúde, a mais atingida.

Levantamento de João de Oliveira, assessor do vereador Paulo Pinheiro (Psol), aponta cortes também nos quatro grandes hospitais municipais (Souza Aguiar, Lourenço Jorge, Salgado Filho e Miguel Couto). Eles perderam, em média, R$ 2,6 milhões. O mais afetado foi o Souza Aguiar: R$ 2,87 milhões. No orçamento de 2014, eles haviam perdido, em média, R$ 9,38 milhões.

“O planejamento estava errado? Porque a inflação foi 5,91%. Houve aumento de 6% nos salários. Então, quer dizer, os insumos básicos não vão custar mais ? Os contratos de limpeza e manutenção não vão ficar mais caros? Ou as empresas são filantrópicas?”, questiona o vereador, da Comissão de Saúde.

Ao mesmo tempo, também na última semana, o Conselho Regional de Medicina do Rio divulgou imagens dramáticas feitas por profissionais do Salgado Filho. Um paciente aparece entubado sobre um balcão. Já no Souza Aguiar, o CTI Pediátrico foi fechado para obras. Mas, com seis leitos, continua equipado e preparado para atendimentos. Os profissionais dizem que há falta de médicos no setor.

O Cremerj denunciou a situação dos hospitais ao Ministério Público. “A maior carência é de profissionais. O corte vai piorar a situação quando os recursos eram ainda mais necessários. As unidades básicas evitam que as emergências fiquem lotadas. Desse jeito, as pessoas vão seguir sobrecarregando os hospitais”, observa Sidnei Ferreira, presidente do Cremerj.

De 2013 para 2014, redução chega a R$ 456 milhões

O corte nas verbas da Secretaria de Saúde está ocorrendo desde o ano passado. De 2013 para 2014, houve redução de R$ 456 milhões no orçamento da secretaria. No ano passado, foram previstos R$ 4,58 bilhões, mas a prefeitura gastou apenas R$ 3,96 bilhões. Para este ano, o orçamento ficou em R$ 4,13 bilhões.

Nos últimos dois orçamentos, os quatro grandes hospitais também perderam, em média, R$ 9,38 milhões. E a situação difícil dos hospitais pode piorar em 2014. Os programas de Atenção Hospitalar e Reestruturação do Atendimento de Urgência e Emergência perderam, juntos, no corte desta semana outros R$ 43,35 milhões.

O CTI pediátrico do Hospital Souza Aguiar foi desativado na semana passada para obras de expansão

Foto:  Divulgação

Na ponta, quem precisa de atendimento sofre. Na emergência do Salgado Filho, o cenário era desolador na quinta-feira, quando a reportagem esteve na recepção do hospital. O mau cheiro predominava no ambiente. O funcionário público Adonias Machado, 49 anos, esperava, preocupado, por notícias da sogra. Aos 87 anos, a idosa sofre de mal de Alzheimer em estágio avançado e tem dificuldades para se alimentar.

Machado contou que ela já aguardava há dois dias por uma cirurgia para a colocação de uma sonda. “Os médicos dizem que não há previsão de quando será possível fazer a cirurgia. Ela vai morrer se não puder se alimentar pela sonda”, afirmou o funcionário.

Prefeitura alega que verbas estão retidas

Procurada para esclarecer as mudanças no orçamento da Secretaria de Saúde, a prefeitura informa que todos os programas estão mantidos. Segundo nota enviada pelo gabinete do prefeito Eduardo Paes, os recursos para novas Clínicas da Família não foram cortados, mas retidos e serão liberados conforme o cronograma dos projetos. Estão previstas nove unidades para 2014.

No Salgado Filho, Adonias Machado esperava há dois dias a cirurgia da sogra idosa: faltava uma sonda

Foto:  Divulgação

A prefeitura informou ainda que destinou para a Saúde R$ 170 milhões acima dos gastos de 2013. “Depois de um período de expansão tão grande, esses dois primeiros anos seriam no sentido de afinar a rede a consumir recursos de maneira mais eficiente”, explicou o secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann.

A secretaria informou que o Salgado Filho sofre sobrecarga por causa da greve dos hospitais federais, mas será o próximo a receber as melhorias. A Secretaria Municipal de Fazenda explicou que o crédito de R$ 581 milhões funciona como “reserva de contingência”, não direcionada a nenhum órgão diretamente, mas que possibilitará a liberação na medida da entrada de receitas e das necessidades.

O Dia

Inocência comprovada dois anos após farsa

Série de reportagens do DIA ajudou serralheiro a escapar da cadeia. Ele era acusado de assalto e da morte de um policial civil na Rodovia Washington Luís

Hilka Telles

Rio - O serralheiro Ariel Gomes da Silva é inocente. Como O DIA denunciou em julho de 2012, o rapaz estava sendo acusado pela Polícia Civil de crimes que não cometera: um roubo de carro na Rodovia Washington Luís, em Saracuruna, Duque de Caxias, e o homicídio do policial civil Eduardo da Silva Oliveira, morto com uma bala no pescoço durante o assalto.

Por absoluta falta de provas contra o serralheiro — e inúmeras a seu favor —, o Ministério Público opinou pela exclusão de Ariel no processo, e o juiz Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo, da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias, arquivou o caso contra ele.

Ariel no escritório do advogado, aliviado. Investigação provou que ele estava numa ONG no Santo Cristo na hora do assalto, em Saracuruna

Foto:  André Luiz Mello / Agência O Dia

“Em relação ao indiciado Ariel Gomes da Silva, apesar de ter sido preso por força de mandado de prisão temporária, já que teria sido reconhecido pelos ocupantes de um veículo roubado, verificou-se que o mesmo não participou da empreitada criminosa, eis que estava em seu local de trabalho, comprovando-se ainda, por meio de interceptações telefônicas, que não efetuou qualquer ligação com os demais acusados”, diz documento do MP encaminhado à Justiça.

Mas Ariel não foi reconhecido somente pelas vítimas. Dois policiais civis, que participaram do tiroteio, também o reconheceram como um dos assaltantes. Tudo se encaminhava para a condenação de Ariel por roubo e homicídio, até que, três meses depois, O DIA teve acesso, com exclusividade, ao surpreendente resultado do exame de balística no projétil retirado do corpo do detetive Eduardo: o autor do tiro havia sido o inspetor da polícia Lincoln Vinícius Bastos Vargas, um dos que reconheceram Ariel.

Cartão de ponto

A reportagem denunciou não apenas a verdadeira autoria da morte do policial, mas também as inúmeras provas a favor de Ariel: diversas testemunhas — incluindo um professor engenheiro — e um cartão de ponto para provar que no momento do ataque em Saracuruna o rapaz estava numa ONG no Santo Cristo, no Centro do Rio, onde trabalhava como instrutor de serralheria e solda. 

Ariel no dia em que foi preso, em abril de 2012: acusações injustas

Foto:  Alessandro Costa / Agência O Dia

“Praticamente obriguei o delegado Felipe Curi a ouvir as testemunhas”, relembra o advogado Dalvo Miranda, que defendeu Ariel. Em 19 de abril de 2012, dia do crime, Ariel marcou o cartão na entrada e, depois, quando parou para jantar, às 18h22, marcando novamente às 19h39, ao retornar da refeição. A alimentação era servida no refeitório da organização.

No primeiro depoimento, os policiais Lincoln Vargas e José Carlos Lima disseram que o roubo acontecera por volta das 19h30 e que eram três assaltantes — dois renderam pai e filho que estavam num carro e roubaram o veículo para fugir. O terceiro ladrão escapara a pé. Nenhum dos policiais descreveu as características físicas do terceiro assaltante.

Conforme O DIA mostrava em reportagens que Ariel não poderia estar no local do assalto no horário em que o crime ocorrera (comparação de horários, trajetos e distâncias), depoimentos iam surgindo com renovadas versões sobre a hora do assalto, quantidade de bandidos envolvidos e a variedade de veículos utilizados na fuga dos ladrões. Somente o inspetor Lincoln Vargas prestou pelo menos três depoimentos.

No segundo deles — dado depois que o advogado de Ariel anexara o cartão de ponto —, Lincoln cravava que o ataque acontecera às 19h e incluía um quarto bandido no cenário.
A polícia tinha uma teoria: Ariel teria saído da ONG para jantar (18h22) e nesse intervalo ido à Saracuruna cometer o roubo. Ao ver que o assalto dera errado, teria telefonado para alguém na ONG e pedido que marcasse o seu ponto, como se tivesse voltado do jantar (19h39).

Também foi aventada a possibilidade de o rapaz ter fugido em motocicleta, para explicar sua rápida chegada ao Santo Cristo, já que testemunhas afirmavam que antes das 20 horas Ariel já estava em sala dando aula. No terceiro relato, o policial Lincoln incluía uma moto dando cobertura aos ladrões. 

A última descoberta do DIA foi fundamental. Às 20h, o policial Eduardo mandou mensagem por celular. Naquele horário Ariel já tinha voltado da janta e estava na sala de aula, derrubando a teoria de que ele cometera o crime no horário da refeição.

Na ocasião, vítima de assalto admitiu que visão foi atrapalhada

M., uma das vítimas do assalto, contou na época ao DIA como fez o reconhecimento de Ariel, por fotografia e pessoalmente. “No dia seguinte do roubo, fui chamado na 60ª DP (Campos Elíseos) e me disseram que já tinham suspeitos. Os policiais puseram na tela do computador só a foto do rapaz moreninho (Ariel), e eu reconheci logo”, afirmou.

Dias depois Ariel foi preso, e M. chamado novamente à delegacia para reconhecê-lo pessoalmente. Do lado de dentro da sala, sozinho, o suspeito de assalto. Do lado de fora, a vítima. Entre eles, uma porta fechada na qual havia uma espécie de ‘olho mágico’ — que distorce naturalmente a visão.

Com a foto do suspeito na mão, que era conferida a todo instante enquanto olhava pelo olho mágico, a vítima reconheceu categoricamente o homem como um dos assaltantes que atacaram a ele e a seu pai em 19 de abril de 2012.

“O olho mágico atrapalhou um pouco a minha visão e ele (Ariel) teve que se aproximar da porta para eu ver melhor. Mas não teve problema, não, porque os policiais imprimiram aquela foto do computador e me deram. Então, eu olhava a foto e olhava o cara. Era ele mesmo. Não tenho dúvida”, garantiu M., que foi uma das principais testemunhas.

Juristas: reconhecimento feito bem diferente da lei

W., pai de M. também fez um reconhecimento ‘com absoluta certeza’ do suspeito, por fotografia. No entanto, a história contada por M. suscitava mais dúvidas. “Meu pai é que não teve muita certeza. Ele estava muito preocupado comigo na hora do assalto, ficou nervoso e não olhou os bandidos direito”, revelou o rapaz. Pessoalmente, W. não reconheceu Ariel como o bandido.

Na série de reportagens sobre o caso, O DIA ouviu renomados juristas e todos garantiram que o reconhecimento foi feito de forma contrária ao que determina a lei. A foto de Ariel tinha que ter sido mostrada às vítimas em meio a outras fotos de homens com semelhança fisionômica a ele.
No reconhecimento pessoal, o serralheiro também tinha de ser colocado ao lado de outros homens que tivessem suas características físicas.

Chefe apostou no inocente

“Eu os perdoo, mas nunca esquecerei", desabafou Ariel Gomes da Silva, 23 anos, referindo-se aos que o acusaram injustamente dos crimes. “Fico imaginando se, em vez de sair às 22 horas do trabalho, eu saísse às 18h. Seria condenado e estaria preso. Não teria como provar minha inocência. Estou aliviado. Mas feliz, não. Preferia não ter passado por aquilo tudo. Quando saiu a decisão da Justiça, meu pai me abraçou e me deu parabéns. Eu disse que não havia o que comemorar”, lamentou.

Poucos tempo depois de ser preso, Ariel foi demitido da ONG onde trabalhava, mas já está empregado novamente há seis meses. “Quando me candidatei à vaga, contei toda a verdade para o meu empregador, que confiou em mim e me deu a oportunidade. Nunca comentei com ninguém no meu trabalho o que me aconteceu. Só o meu chefe sabe. Sinto-me humilhado, constrangido”.

O futuro, em sua opinião, está nos estudos. Além dos seis cursos de qualificação que Ariel tinha feito antes de ser preso, ele já fez mais cinco. “Quero crescer na minha profissão”. O advogado Dalvo Miranda entrará com processo contra o Estado.

MP pede que inspetor seja suspenso de suas funções

O inspetor da polícia Lincoln Vinícius Bastos Vargas foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio culposo (morte do policial Eduardo) e lesão corporal (baleou uma das vítimas do assalto), além de ser suspenso de suas funções, por não ter ‘condições de exercer a função policial portando arma de fogo’. O MP requereu ainda — e a Justiça confirmou — que o policial passe por minuciosa avaliação psicológica.

Em sua argumentação, o promotor Marcus Edoardo Siqueira afirma: “Em um mesmo ato, sem distinguir meliantes de seus colegas de trabalho e das vítimas, optou o policial Vargas por disparar sua arma de fogo em direções variadas, vindo a atingir inocentes com sua conduta”.

E completa: “ Vale indagar se o policial está apto para o regular exercício de sua função pública. Em caso de novo confronto com meliantes, como Vargas procederá? Atingirá outros inocentes?”.
Vargas terá também que passar por curso de reciclagem.

                           

                      Amarilda mostra certificado de palestra motivacional dada pelo filho Foto:  Maíra Coelho / Agência O Dia

Tiroteio deixou vítima de assalto e policial feridos na Baixada

Um carro da delegacia de Magé, com três policiais, passava pela Rodovia Washington Luís, na altura de Saracaruna, Duque de Caxias, quando três bandidos começaram o assalto. Os policiais desceram da viatura, e começou uma troca de tiros. Um adolescente que estava no veículo atacado pelos ladrões foi baleado nas costas — meses depois a perícia também constatou que o tiro foi disparado pelo policial Lincoln Bastos.

O detetive Eduardo foi baleado no pescoço. Dois bandidos atravessaram a Washington Luís e atacaram um outro carro, no qual estavam pai e filho. O terceiro ladrão escapou a pé. A perícia encontrou digitais no carro abandonado pelos ladrões: era de Murilo Duarte.

A partir dessa informação, policiais buscaram a ficha criminal de Murilo e descobriram que, dois anos antes, ele e Ariel Gomes da Silva foram presos com um grupo de jovens que praticaram um arrastão nas proximidades do Maracanã. A polícia mostra a foto às duas vítimas, que reconhecem Ariel sem pestanejar. Os dois policiais, Lincoln Vargas e José Carlos Lima, também reconhecem Ariel como participante do ataque.

Envolvimento em arrastão foi uma ‘lição’, diz a mãe

“Meu filho errou ao participar de um arrastão quando tinha 18 anos. Foi preso na época e aprendeu a lição. Tomou rumo na vida. Mas pobre, preto e morador de favela não pode falhar uma vez sequer. Fica marcado para sempre. O erro conta mais que o conserto”, lastima Amarilda Gomes da Silva, mãe de Ariel.

Segundo ela, mesmo sendo inocentado pela Justiça, o filho ainda terá de conviver com as lembranças do inferno no qual a vida dele se transformou desde 19 de abril de 2012.

“Saímos da Maré. Não aguentávamos mais ver meu filho sendo apontado pelas pessoas. Tinha sempre alguém para tocar no assunto da prisão dele”, revela. O processo contra o serralheiro, por causa do arrastão, está para ser julgado e, segundo o advogado Dalvo Miranda, a pena deve ser alternativa.

O Dia

Tráfico ataca UPP da Rocinha e fecha Zuzu Angel em madrugada tensa

Coronel Frederico Caldas, comandante das UPPs, e major Pricilla, comandante da UPP da Rocinha, foram feridos em incursão durante a manhã. Bope e Choque estão no local

Gabriel Sabóia e Diego Valdevino

Rio - Moradores da Rocinha viveram mais uma madrugada de tensão provocada por intenso tiroteio durante a madrugada deste domingo.Traficantes atiraram em transformadores da comunidade, deixando várias ruas sem energia e atearam fogo em pneus na Autoestrada Lagoa Barra, interditando o túnel Zuzú Angel nos dois sentidos. O comandante das UPPs, coronel Frederico Caldas foi ferido na cabeça durante confronto. A comandante da UPP da Rocinha, major Pricilla, também foi ferida. Ele foi levado para o Hospital da Polícia Militar. 

Homens do Bope e do Batalhão de Choque reforçam a segurança no local e fazem incursões na comunidade. Em nota, a Polícia Militar disse por volta das 11h, durante incursão na localidade conhecida como Macega, o coronel Frederico Caldas sofreu uma queda e teve escoriações leves. Segundo a nota a Major Pricilla também teve uma escoriação no pulso.

De acordo com policiais, câmeras da UPP da Rocinha registraram 15 bandidos encapuzados e armados com fuzis  AK-47 na localidade conhecida como Roupa Suja e outros 10 bandidos na parte alta da comunidade. Ainda segundo os policiais da UPP, os 15 bandidos encapuzados atacaram a viatura da PM e os outros 10 foram os responsáveis por jogar uma granada na base da UPP na Rua Dois.

Túnel Zuzu Angel é fechado depois que manifestantes colocaram fogo na saída da galeria Foto:  Fabio Gonçalves / Agência O Dia

Assustados, motoristas voltavam pela contramão da via. Os Batalhões de Operações Especiais (BOPE) e de Choque realizam operação no local desde as 5h . “Foi um tiroteio digno dos velhos tempos”, disse um morador. Viaturas de outras UPPs e do 23º BPM (Leblon) reforçam o patrulhamento nos acessos à favela. Dois homens que seriam traficantes foram baleados e levados para o Hospital Miguel Couto. De acordo com moradores, um táxi foi metralhado na localidade Caminho do Boiadeiro.

Duas versões para o tiroteio

O tiroteio teria começado por volta das 3h30 em um bar da Rua do Valão. Segundo a PM, há duas versões para a causa do tiroteio. A primeira é de que andidos da mesma facção criminosa estavam armados com pistolas em um bar e houve uma desavença entre eles. A outra versão é de que se trata de uma guerra entre traficantes rivais.

Os estampidos e a movimentação de moradores -- que fugiam dos disparos -- chamaram a atenção de PMs que entraram em confronto direto. Os dois feridos foram levados à UPA da Rocinha por comparsas, que chegaram a interditar a ‘Curva do S’ para que eles pudessem ser atendidos.

Com a intenção de dificultar o acesso de policiais ao local, os bandidos atiraram em transformadores e se posicionaram estrategicamente em outros pontos da comunidade, criando vários pontos de confrontos. Pelo Twitter, moradores denunciaram a presença de homens armados andando livremente pelas localidades conhecidas como Caminho do Boiadeiro, Roupa Suja, Rua Um e Via Ápia. “Foi um milagre que tenha ficado vivo”, disse um PM ao lado de uma viatura alvejada por pelo menos oito tiros.

Bombas e tiros ao amanhacer

No início da manhã, na Autoestrada Lagoa Barra, o barulho de bombas e tiros ainda assustava moradores que queriam voltar para casa mas temiam subir as vielas do morro. Na entrada do Túnel Zuzu Angel, bombeiros tentavam apagar focos de incêndio. A fumaça que entrou no túnel impedia a visibilidade até as 7h10, quando o trânsito foi reaberto. Criminosos teriam usado o local como rota de fuga. Por volta das 11h20 deste domingo, houve mais disparos na Rua Um.

Às 13h30, duas viaturas do Bope e seis do Choque chegaram para dar reforço à operação.

Prejuízo para o comércio

O Mercadinho Imperial, localizado na Rua Servidor Leste, foi atingido por quatro disparos e só está funcionando neste domingo porque tem um gerador. "Tivemos que usar gerador de energia para que o mercado funcionasse. O vidro do freezer foi completamente destruído. Felizmente o mercado estava fechado na hora do tiroteio", disse Thiago Silva, de 19 anos, funcionário do estabelecimento.

Os comerciantes que não têm gerador sofrem com o prejuízo causado pela falta de luz. "Em um domingo de calor, em menos de duas horas, vendo duas caixas de cerveja. Sem energia elétrica, não vendi nem 15 garrafas. Em compensação, aumentaram as vendas de cachaça. Mas ainda estou tendo um prejuízo enorme", disse o comerciante Luis Fernandes, que tem um bar na Rua Servidor Leste.

O Dia