quarta-feira, 29 de junho de 2011

Eleições em Magé - Só para fazer-me entender

Elizeu Pires

O que mais li hoje nas mensagens a mim enviadas foi besteira, tipo “não haverá eleição em Magé porque o TSE cancelou o pleito”. Não sei onde as pessoas leram ou ouviram isso, pois a eleição não foi cancelada e permanece na programação do TRE para o dia 17 de julho.  O Tribunal Regional Eleitoral continua com os procedimentos preparatórios. Agora, se me falassem de eleição suspensa eu concordaria, pois realmente o TSE concedeu uma liminar à Câmara de Vereadores e essa, para a infelicidade daqueles que estão contando com o recesso como empecilho para que a situação seja revertida, repito e sei do que estou falando, pode cair a qualquer momento.

O que existe em Magé é uma forte corrente pela desestabilização. Quem está temporariamente no poder percebeu sua fragilidade e trabalha para que o povo não volte às urnas numa eleição suplementar, pois sabe que o risco de derrota é grande. Vocês acham que se o clã que governa o município estivesse confiante numa vitória nas urnas teria festejado essa liminar concedida a uma Câmara aliada, cega, surda e muda quando se trata de encostar o governo na parede? Acho que não preciso responder.

O ato de suspender é temporário e o de cancelar é definitivo, Simples, não? Pois é, mas os que não querem a eleição preferem propagar que ela foi cancelada, pois assim acabariam, pensam eles, por desestruturar o movimento popular. A esses, sinto dizer que o tiro pode ter sido no próprio pé, pois desde segunda-feira que uma forte movimentação jurídica vem sendo feita e as chances de um reverso, segundo quem entende do riscado, são muito grandes. Portanto, é muito cedo para falar em cancelamento.

Para os que teimam em confundir os termos, explico aqui o que é primário, a diferença entre as duas palavras: Suspensão -  Ato ou efeito de suspender; gancho ou objeto próprio para suspender; espécie de miragem incompleta segundo a qual os objetos parecem simplesmente suspensos no ar sem imagem refletida.  Cancelar - Riscar o que está escrito para que fique sem efeito;  declarar nulo ou sem efeito; invalidar; eliminar, excluir ou ainda:  não mais prosseguir um processo.

Dessa forma espero ter ajudado aos que se manifestam contra a eleição a entenderem o que de fato está acontecendo com a eleição suplementar de Magé.

http://www.elizeupires.com/2011/06/so-para-fazer-me-entender.html

Cabral sanciona anistia e reajuste de bombeiros

Rio - Através de sua conta no Twitter, o governador do Rio, Sérgio Cabral, informou que sancionou, nesta quarta-feira, a anistia para os 439 bombeiros que invadiram o quartel Central da corporação, no último dia 03 de junho.

Utilizando o microblog, Cabral divulgou que o reajuste de 5,58%, além do uso de 30% do Fundo Especial do Corpo de Bombeiros (Funesbom) para gratificações também foram sancionadas.

Os três projetos de lei foram aprovados na terça-feira pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Relembre a invasão dos bombeiros ao Quartel Central

O Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) invadiu, por volta das 6h do sábado, 03 de junho, o quartel do Comando-Geral dos Bombeiros, na Praça da República, Centro do Rio. O local estava ocupado desde a noite de sexta-feira por dezenas que manifestantes que reivindicavam aumento salarial, vale-transporte e melhores condições de trabalho.

Para entrar no local, a PM usou bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo. Pouco antes, foram ouvidos barulho de disparos de armas de fogo vindos do interior do quartel.

Trezentos bombeiros que protestavam por melhores salários e condições de trabalho invadiram o Quartel-Central da corporação, na Praça da República, na noite de sexta-feira.

Eles penduraram faixas de protesto nos veículos de combate a incêndio, impedindo os que estavam de serviço de sair para trabalhar. Manifestantes agrediram o comandante do Batalhão de Choque, coronel Waldir Soares Filho, que foi ferido na perna.

O DIA ONLINE

Ministério Público investiga relação entre Cabral e empreiteiras

POR ADRIANA CRUZ

Rio - O procurador-geral de Justiça do Estado Claudio Lopes instaurou o procedimento para investigar a relação do governo Sergio Cabral com as empreiteiras. O ofício, que já foi enviado ao governador, não especifica quais as empreiteiras serão investigadas. O caso veio à tona após o acidente ocorrido com um helicóptero em Trancoso, na Bahia, que culminou na morte de sete pessoas, entre elas a namorada do filho de Sérgio Cabral, Mariana Noleto.

Na ocasião, Cabral e a família viajaram do Rio a Porto Seguro em um jatinho cedido pelo empresário Eike Batista. O motivo da viagem era o aniversário de Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, que tem contratos com o governo do Estado. De Porto Seguro a família do governador seguiria para Trancoso de helicóptero. Logo na primeira viagem, a aeronave que transportava sete pessoas, incluindo o piloto e empresário Marcelo Mattoso, caiu no mar.

Além de Mariana Noleto, o acidente causou a morte de Fernanda Kfouri, de 35 anos, seu filho Gabriel Kfouri (2 anos), o sobrinho dela Lucas Kfouri de Magalhães, a irmã Jordana Kfouri (mãe de Lucas), a babá Norma Batista de Assunção e o empresário Marcelo Mattoso de Almeida, que pilotava a aeronave.

Em nota, o governo do Estado do Rio informou que ainda não recebeu o ofício do Ministério Público Estadual. "Assim que for notificado, prestará os esclarecimentos necessários".

O DIA ONLINE

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Ministra do TSE suspende eleições suplementares em Magé-RJ

A ministra Nancy Andrighi (foto), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), suspendeu as eleições suplementares em Magé-RJ, que estavam marcadas para o próximo dia 17 de julho. Para a ministra, a dupla vacância na chefia do Poder Executivo municipal – pressuposto para a realização de eleições suplementares – ainda não ocorreu no município.

A eleição suplementar foi marcada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) depois que Núbia Cozzolino e Rozan Gomes – prefeita e o vice-prefeito eleitos em 2008 – tiveram seus mandatos cassados, por abuso de poder político, econômico e utilização indevida de meios de comunicação.

De acordo com informações prestadas pela Câmara municipal, Núbia Cozzolino renunciou ao mandato em 31 de março, e o vice assumiu a chefia do Executivo local, permanecendo no cargo até hoje. A Câmara informou, ainda, “que não há e não houve vacância do cargo de prefeito e, ainda, qualquer comunicado a esta casa Legislativa determinando o afastamento do prefeito Rozan Gomes”.

Decisão

"Considerando que Rozan Gomes está no exercício do mandato até a presente data e não houve comunicação à Câmara Municipal para afastá-lo do cargo, não é possível a determinação de eleições suplementares”, afirmou a ministra.

A decisão, em caráter liminar, vale até o julgamento de mérito do mandado de segurança ajuizado na Corte pela Câmara Municipal de Magé.

Agência de notícias da Justiça Eleitoral

Urnas da eleição de Magé serão programadas nos dias 6, 7 e 8

A edição dessa segunda-feira do Diário Oficial do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), está publicando o Edital Nº 07/2011, assinado pelo presidente da Corte, desembargador Luiz Sveiter, comunicando aos  partidos políticos, às coligações, ao Ministério Público e à Ordem dos Advogados  do Brasil, que “ocorrerá, de 06 a 08 de julho de 2011, no horário de 11 às 18  horas, na Sede deste Tribunal, na Avenida Presidente Wilson nº 198, sala 602, Centro, Rio de  Janeiro, RJ, a geração de mídias destinadas à preparação das urnas eletrônicas que serão utilizadas  na eleição suplementar para prefeito de Magé”.

Magé: vereadores questionam suspensão da eleição para prefeito

Paula Bianchi

Revoltado com a suspensão das eleições diretas para prefeito em Magé, um grupo de vereadores pretende questionar hoje o presidente interino da Câmara de Vereadores, Leonardo da Vila (PP), sobre a liminar concedida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a seu pedido, que cancelou as eleições suplementares para prefeito e vice que seriam realizadas no dia 17 de julho.

Amsterdam Santos Viana (PMDB), Carlinhos do Hospital (PSDB) e Leandro Rodrigues (PRD) denunciam que o presidente da câmara agiu sozinho, sem consultar a casa sobre a intenção de ir ao TSE suspender a eleição.

Eles ressaltam que o processo de cassação do mandato da prefeita Núbia Cozzolino e do vice Rozan Gomes ocorreu ainda em 2010, antes de os dois completarem dois anos no cargo, o que obrigaria a realização de eleições diretas.

— A decisão do presidente da câmara foi uma ação isolada. Estão achando que esta é uma terra sem lei! — diz Leandro, que descobriu pela imprensa que não haveria mais eleições no dia 17.

Ex-presidente da Câmara de Vereadores e completando seu terceiro mandato na casa, Amsterdam questiona a legalidade da decisão.

— Como vereador não fui chamado em nenhum momento para discutir esse tema. Apesar de o regimento da câmara ser presidencialista, essas decisões não podem ser tomadas sem se informar os outros vereadores — afirma.

Vila rebate as acusações e diz que a câmara e o TRE nunca foram informados da cassação.

— Entendi que a população seria prejudicada e por isso entrei com a liminar, tanto que ela foi aceita pela ministra — afirma, ao citar a aprovação da ministra Nancy Andrighi: — Não estou a favor de ninguém, apenas da lei. Também não preciso avisar a ninguém. A vacância nunca foi informada, as eleições não podem ser diretas — defende.

A cidade de Magé tem 13 vereadores, sendo que três deles estavam concorrendo ao cargo de prefeito na votação do dia 17.

Extra Online

domingo, 26 de junho de 2011

Bombeiros se reúnem no Flamengo para uma carreata

 Angélica Fernandes - Rio 

Centenas de bombeiros se reúnem desde as 9h deste domingo na Praia do Flamengo, Zona Sul do Rio, para mais uma mobilização. Os militares, acompanhados de familiares, recebem ainda o apoio de policiais e de outros cariocas.

O militares aproveitam a ocasião para recolher mais assinaturas para o abaixo-assinado, que pede a anistia dos mais de 400 bombeiros presos no início do mês.

Segundo informações dos militares, eles pretendem buscar essas assinaturas até o meio-dia, e depois sair em carreata carreata até o Recreio. No entanto, eles não sabem se vão conseguir chegar até a Zona Oeste.

O DIA ONLINE

sábado, 25 de junho de 2011

Piabetá a pé e sem saída

Diversos bairros do distrito de Magé estão há um ano sem transporte público regular. Moradores fazem trajetos de bicicleta ou são obrigados a caminhar por até três horas

POR FERNANDA ALVES

Magé - Sair de casa se tornou uma verdadeira via-crúcis para moradores de Piabetá, distrito de Magé. Muitos bairros estão há cerca de um ano sem transporte público. Para quem não tem carro, sobram três duras opções: caminhar horas até o Centro, fazer o trajeto de bicicleta ou se aventurar em transportes clandestinos, como mototáxis e Kombis piratas.

Bicicleta como único meio de locomoção: com crianças na garupa, moradores do bairro Maurimarcia pedalam pela Rua Nossa Senhora da Guia | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia

Moradores dos bairros Maurimarcia e Parque Veneza lembram que três anos atrás, além de ônibus, Kombis também faziam itinerários pelos bairros. “Primeiro, a prefeitura acabou com os ônibus e, há um ano, acabou com as vans”, revelou a estudante Priscila Oliveira, 27 anos, que anda diariamente uma hora até o Centro para estudar. À noite, ela faz o trajeto com um grupo: “Tenho medo. As ruas são escuras e combino de ir com mais quatro amigos”.

A bicicleta é a solução escolhida pela diarista Luciana da Silva, 28 anos, moradora do bairro Parque Santana, também sem opção de condução. Ela leva a filha de 7 anos na garupa. “Trabalho na Tijuca e vou até o terminal rodoviário, no Centro, de ‘bike’. Lá pego um ônibus para o Rio”, contou. A situação de Luciana é tão comum que no entorno do terminal foram criadas oito garagens exclusivas para bicicletas. Usuários pagam entre R$ 0,80 e R$ 1 e deixam o veículo enquanto estão em outros municípios.

Os moradores de Piabetá reclamam também do preço das opções de transporte pirata. “Cobram R$ 2,50 pelo mototáxi, mais que ônibus em outros municípios”, queixa-se Vânia Cruz Nascimento, 27. Procurada pela equipe de O DIA, a prefeitura de Magé não quis comentar.

Idosos ilhados dentro de casa

O casal Elza Conceição de Oliveira, 70 anos, e Aílton do Carmo, 74, que moram em Maurimarcia, evita sair de casa. “Só conseguimos sair andando e como meu esposo não tem mais firmeza na perna só vamos ao Centro em caso de emergência”, contou Elza. Ela diz que quando vai ao médico enfrenta caminhada de cerca de 3 horas: “Se passarmos mal à noite, só Deus nos salvará”.

O DIA ONLINE

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Câmara Municipal de Magé-RJ tenta suspender eleições suplementares

A ministra Nancy Andrighi, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é a relatora de um mandado de segurança (MS) em que a Câmara Municipal de Magé-RJ tenta suspender as eleições suplementares naquele município marcadas para o próximo dia 17 de julho.

No MS, a Câmara questiona decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) que editou uma resolução para regulamentar as eleições suplementares para substituir a prefeito e o vice-prefeito da cidade. Nesta resolução, o TRE determinou que fossem realizadas eleições diretas, uma vez que a cassação dos diplomas da prefeita Núbia Cozzolino e do vice Rosan Gomes ocorreu no primeiro biênio dos mandatos.

Para a Câmara Municipal, no entanto, as eleições devem ser indiretas, realizadas pelos próprios vereadores. “A realização de eleições diretas, no presente caso, viola direito líquido e certo do legislativo municipal, importando em usurpação de suas funções e ferindo a autonomia municipal, constitucionalmente assegurada”, sustenta.

Nesse sentido, cita que houve equívoco ao se afirmar que a vacância dos cargos teria ocorrido no primeiro biênio. Isso porque o vice-prefeito passou a ocupar o cargo de prefeito após a renúncia de Núbia Cozzolino, seis meses antes da cassação.

Como nenhuma ordem foi expedida para determinar o seu afastamento ou substituição, de acordo com a Câmara Municipal, ele continua exercendo o cargo tendo em vista que a decisão do acórdão que cassou os diplomas em 29 de setembro de 2010 ainda não foi executada.

“Portanto, em nenhum momento, desde a data do acórdão que decidiu pela cassação dos diplomas do prefeito e do vice, até a presente data, o cargo de prefeito esteve vago, simplesmente porque não foi determinado o afastamento”, sustenta.

Com esses argumentos, a Câmara Municipal pede que seja observada a Lei Orgânica do município que em seu artigo 64 dispõe: “em caso de impedimento do prefeito e do vice-prefeito, ou vacância dos respectivos cargos, será chamado ao exercício do cargo de prefeito o presidente da Câmara Municipal”.

Pede, portanto, liminar para suspender a eleição suplementar e, no mérito, quer que seja determinada a vocação sucessória conforme estabelece a Lei Orgânica do município. “Caso essa Corte entenda que não se aplica a legislação orgânica municipal, seja determinado que se proceda a eleição indireta”, finaliza.

Agência de notícias da Justiça Eleitoral

quinta-feira, 23 de junho de 2011

TCE encontra pagamentos indevidos em obras do Maracanã, tocadas por consórcio integrado pela Delta

Fábio Vasconcellos (fabiovas@oglobo.com.br) e Rafael Galdo (rafael.galdo@oglobo.com.br)

RIO - Uma inspeção do Tribunal de Contas do Estado (TCE) nas obras de reforma e ampliação do Maracanã - que são feitas pelo Consórcio Rio 2014, do qual a Delta Construções faz parte - mostra que o governo estadual pagou cerca R$ 8,7 milhões por projetos executivos que apresentam falhas, não foram aprovados ou sequer saíram do papel.

O documento, ao qual O GLOBO teve acesso, revela ainda outras irregularidades, como o desembolso de R$ 226 mil acima do previsto no edital de licitação para o trabalho de transporte das cadeiras do estádio.

O relatório, feito após a visita dos técnicos em março deste ano, sustenta ainda que o gasto com a modernização do estádio já poderia ter sido reduzido em R$ 27,5 milhões.

O Maracanã em obras: o estado pagou R$ 8,7 milhões por projetos que apresentam falhas e R$ 226 mil acima do previsto / Foto: Jorge William / O Globo

RIO - Uma inspeção do Tribunal de Contas do Estado (TCE) nas obras de reforma e ampliação do Maracanã - que são feitas pelo Consórcio Rio 2014, do qual a Delta Construções faz parte - mostra que o governo estadual pagou cerca R$ 8,7 milhões por projetos executivos que apresentam falhas, não foram aprovados ou sequer saíram do papel. O documento, ao qual O GLOBO teve acesso, revela ainda outras irregularidades, como o desembolso de R$ 226 mil acima do previsto no edital de licitação para o trabalho de transporte das cadeiras do estádio.

O relatório, feito após a visita dos técnicos em março deste ano, sustenta ainda que o gasto com a modernização do estádio já poderia ter sido reduzido em R$ 27,5 milhões.

O TCE argumenta que o governo poderia ter recorrido à lei federal 12.350, que instituiu, desde dezembro passado, isenções de PIS e Cofins para os projetos relacionados à Copa do Mundo. Para o tribunal, não é “razoável” que o consórcio e o governo não tenham encontrado uma forma de usufruir dos direitos previstos na lei.

O projeto do novo Maracanã está orçado em R$ 705 milhões, mas, segundo o governo, existem pedidos feitos pela Fifa que devem elevar o gasto final para R$ 931 milhões. Além da Delta, as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez fazem parte do consórcio.

Com relação especificamente à análise de 301 plantas, o relatório do tribunal afirma que os “itens referentes a projetos executivos somente deveriam ser medidos após a materialização do produto elaborado”. No texto, técnicos afirmam que foram utilizados dados presumidos sobre as medições. Para o TCE, houve adoção de critérios distintos de medição dos projetos com relação ao que estava previsto no edital.

Segundo o documento do TCE, o Consórcio Rio 2014 utilizou uma carreta de menor porte para transportar mais de 83 mil cadeiras do Maracanã. Nos custos da obra, estava previsto o uso de carretas de 30 toneladas para esse serviço, mas as construtoras recorreram a um veículo com capacidade de 3,5 toneladas, o que acabou reduzindo suas despesas. Apesar da troca de veículos, as empresas receberam pelo valor mais alto. A diferença paga, de acordo com a inspeção, foi de R$ 226 mil.

Em resposta ao relatório, a Secretaria de Obras informou que técnicos analisaram parte dos projetos executivos. O órgão informou ainda que já foram entregues mais de duas mil plantas, todas de acordo com o projeto de reforma do estádio. O subsecretário-executivo da Secretaria de Obras, Hudson Braga, disse que o governo vai requerer terça-feira os benefícios da lei federal que reduz os impostos sobre as obras da Copa:

- A Fifa estabeleceu um prazo até 15 de junho para apresentar mudanças e acréscimos aos projetos. Esse prazo acabou e, com isso, podemos requerer os descontos dos projetos.

Além de receber por projetos executivos não realizados ou sem aprovação do próprio governo estadual, a Delta foi contratada pela União para fazer a pavimentação de uma mesma estrada três vezes, entre 2008 e 2011. Os contratos - dois deles sem licitação - foram para recuperar a BR-495, antiga Estrada União-Indústria, entre Itaipava e Teresópolis. Juntos, os contratos assinados com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) somaram mais de R$ 83 milhões. Parte dos reparos foi feita entre os Kms 24 e 33 da rodovia, constantemente interditada devido a quedas de barreiras.

A assinatura do primeiro contrato ocorreu após os temporais do carnaval de 2008. Com a justificativa de caráter emergencial das obras, foram destinados R$ 10 milhões, sem licitação, para retirada de barreiras, contenção de encostas e recuperação do asfalto entre os Kms 24 e 33,3.

No início de 2010, a construtora iniciou mais uma obra na rodovia. Desta vez, vencendo uma licitação para a restauração do pavimento (R$ 57,4 milhões), entre os Kms 0 e 33,5. Ou seja, incluindo os cerca de nove quilômetros que a empreiteira já havia recuperado.

Essas intervenções ainda estavam em andamento quando, em março deste ano, a Delta foi novamente contratada pelo Dnit, inicialmente por R$ 33 milhões, com dispensa de licitação. Mais uma vez, eram obras de limpeza das pistas e contenção de encostas, do Km 0 ao 33,4, após as chuvas de janeiro deste ano, que deixaram mais de 900 mortos na Região Serrana.

De acordo com Marcelo Cotrim, superintendente regional do Dnit, a construtora foi escolhida nas obras mais recentes porque já tinha maquinário próximo às áreas atingidas pelas chuvas. Ainda segundo Cotrim, o valor do contrato foi revisto e reduzido para R$ 16 milhões, após a retirada de obras em encostas que não ofereciam riscos. Já em relação às obras de restauração das pistas - as licitadas -, Cotrim afirmou que eram intervenções diferentes dos demais serviços para os quais a empreiteira foi contratada.

- Há 50 anos a BR-495 não sofria uma restauração profunda. É uma estrada que fica numa área de encosta e com o complicador de ter 70% de sua extensão revestida de concreto, e não de asfalto. E, no caso das obras deste ano, foram necessárias devido às chuvas - explicou Cotrim, que não quis falar sobre a contratação sem licitação da empresa em 2008, já que ele não estava à frente do Dnit.

A Delta, por sua vez, afirmou que “quem decide o tipo de obra, trechos e prazos” é o contratante.

Conforme O GLOBO mostrou em reportagem publicada na quarta-feira, a emergência tem sido uma aliada fiel da Delta Construções no estado. Uma das empreiteiras com mais contratos com o governo estadual, a empresa foi contemplada somente este ano, até este mês, com R$ 58,7 milhões para a realização de obras, sem que tivesse que participar de concorrências públicas. Isso representa 24,8% — praticamente um quarto — do total de R$ 241,8 milhões empenhados (recursos reservados para pagamento) só para a construtora no primeiro semestre de 2011.

A contratação da Delta sem licitação tem sido um recurso cada vez mais usado nos últimos anos do governo Sérgio Cabral. De 2007 até hoje, a construtora acumula contratos - com e sem concorrência - de R$ 1 bilhão com o estado.

Segundo um levantamento feito por líderes do PSDB na Alerj, o ano de 2011 é o que registrou o maior percentual de dispensa de licitação para a Delta, do empresário Fernando Cavendish — era para o aniversário dele, no Sul da Bahia, que Cabral se dirigia na sexta-feira, quando caiu um helicóptero matando sete pessoas.

No primeiro ano do governador, em 2007, foram empenhados nessa modalidade R$ 10,2 milhões, 15% do valor total de contratos. Em 2008 e 2009, o percentual caiu para cerca de 3%. Em 2010, ano eleitoral, voltou a subir para 23%: R$ 127,3 milhões.

INFOGRÁFICO : o voo que terminou em tragédia

A Delta obteve contratos sem licitação nos quatro anos do governo Rosinha Garotinho: 3% , que corresponderam a R$ 12,1 milhões. Em 1999, no início do governo Anthony Garotinho, a empreiteira surgiu pela primeira vez nas contas do estado, porém na gestão dele não há registros de pagamentos sem concorrência à Delta.

De janeiro a novembro do ano passado, fazendo-se um recorte específico nos dados da Secretaria estadual de Obras, constata-se que a construtora teve no período empenhos de R$ 128 milhões do órgão, sendo que R$ 74,9 milhões (58,9%) foram com dispensa de licitação. Entre os contratos emergenciais em 2010 estão, por exemplo, a reforma do prédio-sede do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), no Centro do Rio.

No Sistema Integrado de Administração Financeira do estado (Siafem) constam três empenhos com essa finalidade, com valores de R$ 2 milhões, R$ 1,5 milhão e R$ 3 milhões. Também há registros de uma série de obras viárias no município de São Gonçalo e de recuperação de encostas em Cachoeiras de Macacu.

Governo admite que aumento foi de 46%

Além da falta de concorrência, outras questões polêmicas, como o reajuste de valores de obras, envolvem a Delta. Recentemente, a reforma do Maracanã, inicialmente orçada em R$ 750 mil, foi reajustada para R$ 1 bilhão. A Delta alega que parte da cobertura original do estádio está seriamente danificada e precisa ser refeita.

A Delta tem ficado com uma grande fatia do bolo de recursos do estado. A empresa, que mereceu R$ 67,2 milhões em empenhos em 2007, ficou no ano passado com R$ 506 milhões, um salto de 655%. Na terça-feira, a assessoria do estado admitiu um crescimento de 46%, em comparação com o governo anterior.

Usando como parâmetro as despesas totais do governo entre 2007 e 2010 (R$ 115,5 bilhões, entre investimento e custeio), o estado defende que a participação da construtora no período foi de apenas 0,86%. Na gestão Rosinha, que teve despesas totais entre 2003 e 2006 de R$ 67,7 bilhões, foi de 0,59%. O governo alegou que esse aumento de gastos foi causado pelos crescentes investimentos do estado.

Na terça-feira, sem saber que o levantamento mostrava o contrário, o deputado André Correa (sem partido), líder do governo na Alerj, defendeu a Delta e os contratos com o estado:

- A Delta, ao longo de vários anos, tem serviços prestados ao estado, todos eles, sobretudo no governo Sérgio Cabral, feitos através de licitação pública.

Já a Delta, por meio de sua assessoria, sustenta que não chega a 10% o total de obras emergenciais, sendo praticamente todas relativas à tragédia da Região Serrana. A empresa também afirmou que “sua atuação não é pautada pelo relacionamento pessoal do empresário Fernando Cavendish com o governador Sérgio Cabral”. Segundo a empresa, as concorrências das quais participa estão dentro da legalidade.

Na Justiça, porém, a Delta já teve até suas contas bancárias bloqueadas por uma liminar, em maio deste ano, por causa de um contrato para obras de drenagem e pavimentação de ruas com a prefeitura de Nova Iguaçu, na gestão de Nelson Bornier, em 2001.

A empresa, junto com outras empreiteiras, se viu envolvida numa denúncia de desvio de cerca de R$ 100 milhões. Bornier, que também foi alvo do bloqueio, e a Delta conseguiram reverter a ordem judicial, mas o processo ainda corre na 6 Vara Cível de Nova Iguaçu.

Em 2004, quando veio à tona uma doação de campanha de R$ 17 mil da Delta para um aliado do ex-prefeito, Bornier ficou numa saia justa e foi a público dizer que se tratava de “uma coisa de amizade”. Atual deputado federal pelo PMDB, Bornier disse na terça-feira que não se lembrava da declaração feita na época.

Extra Online

Indio da Costa perde a carteira em blitz da Lei Seca

POR PEDRO DE FIGUEIREDO

Rio - O candidato à vice-presidência da República na chapa de José Serra nas eleições de 2010, o empresário Indio da Costa, teve sua habilitação retida por se recusar a fazer o teste do bafômetro em uma blitz da Operação Lei Seca realizada no Leblon, Zona Sul do Rio, na noite desta quarta-feira.

Conforme explicou, ele estava indo para a casa da namorada, quando foi parado pelos agentes na Av. Bartolomeu Mitre por volta das 23 horas. Indio disse que se recusou a fazer o teste porque teria bebido vinho durante o almoço.

"Eu não sei quanto tempo o álcool fica no sangue, mas me sentia bem para dirigir. No Detran, deixei claro que havia tomado vinho no almoço. Eu parabenizo o trabalho da Operação Lei Seca e fiquei muito feliz em ver a atuação dos agentes", justificou.

A carteira de habilitação de Indio da Costa foi retida e o empresário teve que acionar um taxista para conduzir o carro.

Em abril, Senador Aécio Neves também foi flagrado no Leblon

No dia 17 de abril deste ano, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), ex-governador de Minas Gerais, também foi parado numa blitz da Lei Seca na esquina das ruas Bartolomeu Mitre e General San Martin. Ele estava com a Carteira Nacional de Habilitação vencida e, segundo informação da Secretaria de Estado de Governo, se recusou a fazer o teste do bafômetro. Sua assessoria, no entanto, limitou-se a dizer que o teste não foi feito.

Aécio Neves, segundo testemunhas, não chegou a sair do seu veículo. Abordado pelos agentes, ele se apresentou e teria dito que não faria o teste do etilômetro. Aécio só foi liberado depois que um taxista habilitado assumiu a direção da picape Land Rover.

Após a abordagem, sua acompanhante — um outro casal estava no banco de trás do carro — saltou, pegou um táxi e voltou, cerca de 15 minutos mais tarde, com o taxista que levou o veículo.

Da blitz, Aécio saiu com duas multas e 14 pontos na carteira pelas duas infrações. A primeira multa, de R$ 191,54, foi pelo documento irregular; a outra, de R$ 957, por ter se recusado a fazer o testo bafômetro.

Outro político que ficou sem carteira ontem foi o ex-prefeito de Magé, Charles Cozzolino. Na blitz realizada no centro de Duque de Caxias. Ele também foi parado e não quis fazer teste do bafômetro.

O DIA ONLINE

Estado RJ já gastou com táxi aéreo R$ 11 milhões

Valor foi pago durante o governo de Sérgio Cabral. Na gestão anterior, a média anual foi de R$ 582 mil

POR FERNANDO MOLICA

Rio - Até janeiro deste ano, o governo de Sérgio Cabral gastou R$ 11,064 milhões com empresas de táxi aéreo. Só no ano passado, a conta chegou a R$ 2,890 milhões — as informações estão no site da Secretaria Estadual de Fazenda.

Os dados incluem despesas feitas por secretarias como as de Segurança, Saúde e Turismo, mas a maior parte dos gastos foi registrada em nome da Subsecretaria Militar, subordinada à Casa Civil do governador. Na gestão anterior, de Rosinha Garotinho, a média anual de pagamentos a empresas de táxi aéreo foi de R$ 582.646.

Serviços a terceiros

Quase todas as despesas estão registradas como pagamentos de serviços a terceiros — a maior beneficiária é a Líder Táxi Aéreo. Em 2007, R$ 2,323 milhões foram gastos, junto à TAM — Táxi Aéreo Marília — com “equipamentos e material permanente”

Exames no piloto

A equipe da Aeronáutica que esteve em Porto Seguro para investigar o acidente com o helicóptero ocorrido na sexta-feira requisitou exames toxicológicos no corpo do piloto, o empresário Marcelo Mattoso de Almeida. O material foi recolhido e enviado para o IML da Bahia.

O DIA ONLINE

Oito traficantes morrem durante ação do Bope no Engenho da Rainha

POR LUARLINDO ERNESTO

Rio - Oito homens morreram durante tiroteios no Morro do Engenho, em Engenho da Rainha, Zona Norte do Rio, durante a madrugada desta quarta-feira. Fuzis, pistolas e granadas foram apreendidas com os mortos, que ainda não foram identificados.

Policiais do 41º BPM (Irajá) cercaram o Morro do Juramento, enquanto policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entravam na Favela do Engenho, à procura de traficantes que fugiram do Morro da Mangueira.

Os PMs do Bope chegaram a levar, por volta das 4h20, os primeiros feridos para o Hospital Salgado Filho. Cerca de uma hora depois, outra leva de baleados foi socorrida também. Nenhum dos feridos resistiu aos ferimentos.

Os policiais estão na 24ª DP (Encantando) registrando as ocorrências. No Juramento, o cerco continua mas, segundo a PM, o local está aparentemente calmo.

O DIA ONLINE

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Magé terá eleições para prefeito dia 17 de julho

RIO - Os eleitores de Magé, na Baixada Fluminense, voltam às urnas para escolher o prefeito e o vice-prefeito do município no próximo dia 17 de julho. A realização de novas eleições se deve à cassação dos candidatos eleitos em 2008, Núbia Cozzolino (PMDB) e Rozan Gomes da Silva (PSL), que estão impedidos de concorrerem nesta votação.

Por usarem recursos do município no custeio de propaganda eleitoral, a prefeita e seu vice foram condenados à perda da função pública com a suspensão dos direitos políticos por dez anos, ao pagamento de multa no valor de 50 vezes o de seus subsídios, além de serem obrigados a ressarcir integralmente prejuízos finaceiros causados à cidade. No fim do mês passado, a 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio negou, por unanimidade, recurso da ex-prefeita, mantendo a decisão anterior que a afastou do cargo.

Caso exerçam cargos públicos, os candidatos escolhidos nas convenções partidárias realizadas até a próxima quinta-feira têm prazo de 24 horas para a desincompatibilização.

O Globo

Magazine Luiza faz acordo para comprar lojas do Baú por R$ 83 milhões

Rio - A rede Magazine Luiza anunciou nesta segunda-feira um acordo com a BF Utilidades, empresa do Grupo Sílvio Santos, para adquirir 121 Lojas do Baú localizadas no Paraná, São Paulo e Minas Gerais, pelo valor de R$ 83 milhões. O memorando foi assinado na última sexta-feira e o pagamento deve ser feito em 31 de julho.

Segundo o Magazine Luiza, a transação envolve pontos de vendas, escritórios, centros de distribuição, sistemas de informática (hardwares e softwares) e a propriedade da base de clientes. Esta é a primeira aquisição do grupo liderado por Luiza Helena Trajano após a abertura de capital, realizada no início de maio, que levantou um total de R$ 886 milhões.

No Rio, na Rua Sete de Setembro, fica a loja do Baú mais antiga do Brasil | Foto: Banco de imagens

Fundado em 1957, o Magazine Luiza opera sua 13ª compra de redes rivais - a primeira foi a lojas Mercantil em 1976, e a última foi a Lojas Maia em 2010, que marcou a entrada do grupo no Nordeste. O Grupo Silvio Santos procurava um comprador para a Lojas do Baú desde a descoberta do rombo no banco PanAmericano no ano passado.

O DIA ONLINE

domingo, 12 de junho de 2011

Policiais e simpatizantes se juntam a bombeiros em passeata; líder prevê 8 mil participantes

Ana Cláudia Costa e Vinicius Lisboa

RIO - Milhares de pessoas se juntaram a bombeiros e seus familiares para participar de passeata na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio, na manhã deste domingo. A marcha começou por volta de 11h30, com duas horas e 30 minutos de atraso.

Policiais militares, vestidos de azul, e professores da rede pública, segundo a Globo News, também se uniram ao protesto. Um dos líderes do movimento dos bombeiros, o cabo Laércio Soares, disse que espera reunir cerca de 8 mil pessoas no evento.

Passeata dos bombeiros em Copacabana. Foto: O Globo / Marcelo Piu

Os bombeiros organizaram a manifestação com o objetivo principal de exigir a anistia penal dos grevistas presos por invadir o quartel central da corporação na semana passada. Eles já foram soltos da prisão, mas respondem a processos criminais e administrativos.

Depois do apelo que bombeiros fizeram no carro de som durante a passeata na Avenida Atlântica na manhã deste domingo, moradores colocaram canos vermelhos nas janelas em sinal de apoio ao movimento da corporação. Vários carros também passam com fitas vermelhas na antena.

Bombeiros soltam balões antes de passeata na Praia de Copacabana

As duas pistas da Avenida Atlântica tiveram de ser fechadas para trânsito de veículos, às 12h deste domingo, entre o Copacabana Palace e o posto 6, para a passeata dos bombeiros. Os manifestantes ocuparam as duas pistas, o que impossibilitou a passagem de veículos. Pela pista sentido Copacabana (em frente aos prédios), só passam carros de moradores.

Negociação com governo

Soares falou que acredita na habilidade do governo e que o momento agora vai ser de conciliação e negociação por melhores salários. Para ele, agora a população pretende dar crédito ao governo depois da promessa de negociar.

Na concentração da passeata, bombeiros e familiares dos militares que foram presos por invadir o quartel central da corporação soltaram mais de 400 balões vermelhos com cruzes brancas em frente ao Copacabana Palace, antes do início da passeata por melhores salários. A marcha também é uma forma de agradecimento à população pelo apoio ao movimento dos grevistas, segundo os líderes do movimento.

Policiais militares se juntam aos bombeiros

Até policiais militares do 13º BPM (Praça Tiradentes) vieram à passeata dos bombeiros na Praia de Copacabana. Estavam vestidos com uma camisa azul em que havia escrito "PM no local". Por outro lado, bombeiros e simpatizantes vestem vermelho.

A cantora Alcione, madrinha do Corpo dos Bombeiros, se juntou aos manifestantes, vestida com uma camisa da corporação. Ela disse que a invasão do quartel na semana passada foi um momento onde todos estavam com a cabeça quente.E acrescentou que apoia a causa dos bombeiros por melhores salários e que está lutando pela anistia penal dos 439 detidos por participar da invasão.

Alcione disse ainda que o governador Sergio Cabral é um homem sensível e vai rever a situação dos militares, dando um aumento salarial justo.

A passeata vai sair do Copacabana Palace e deve ser encerrar no posto 6, onde funciona o 1º Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros. Os bombeiros estão distribuindo camisetas aos simpatizantes e algumas delas foram doadas por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

Extra Online

sábado, 11 de junho de 2011

Grupo de deputados vai recolher assinaturas por anistia dos bombeiros

Medida visa evitar que militares percam os cargos.
'Esperamos recolher um milhão de assinaturas', diz Flávio Bolsonaro.

Lilian Quaino Do G1 RJ

Os deputados Janira Rocha e Marcelo Freixo, do Psol, e Flávio Bolsonraro (PT-RJ) anunciaram neste sábado (11) que começarão a recolher assinaturas para um abaixo-assinado que embasará um projeto de lei de iniciativa popular, pedindo a anistia dos bombeiros que foram libertados. A medida tem como objetivo evitar que os bombeiros percam os seus cargos na corporação.

barcaanistia

Os bombeiros estavam presos desde o dia 4 de junho, após a invasão do quartel central da corporação no Centro do Rio em protesto por aumento de salário e melhores condições de trabalho.

Bolsonaro explicou que são necessárias entre 500 a 600 mil assinaturas para que o projeto possa ter encaminhamento na Assembleia Legislativa do Rio.

"Mas tenho certeza de que chegaremos a um milhão. O apoio da população tem sido impressionante", disse ele.

Segundo Freixo, na última quinta-feira (9), eles apresentaram à Alerj um projeto de emenda constitucional (PEC) com esse mesmo objetivo, mas eles querem reforçar o pedido com uma iniciativa que tenha participação popular.

G1 - Rio de Janeiro

Bombeiros são recebidos com tapete vermelho na Praça XV

Rio - Os bombeiros libertados foram recebidos com um "tapete vermelho", estendido da Praça VX até a Alerj. Os militares acampados nas escadarias da Assembleia do Rio colocaram a faixa vermelha no chãopara recepcionar os companheiros que estavam detidos no Quartel Central de Charitas, em Niterói.

O grupo saiu de Charitas por volta de 10h25 e seguiu em dez ônibus para a Estação Araribóia, no Centro de Niterói. Lá pegaram uma barca e seguiram para o Rio, onde chegaram às 12h10.

Bombeiros são soltos

Os bombeiros presos saíram marchando do Quartel Central dos Bombeiros de Charitas, em Niterói, região metropolitana do Rio. Os militares cantaram o hino da corporação e o Hino Nacional, e seguiram em direção aos ônibus. Muitos familiares e vários moradores de Niterói acompanharam emocionados a libertação dos presos.

Os militares se aglomeram em frente ao Quartel, do outro lado da rua, para aguardar a liberação de 12 presos, que ainda estavam sem alvará de soltura. Segundo o advogado Aderson Bussinger Carvalho, da Comissão de Direitos Humanos da OAB, eles estão providenciando com a Justiça esses outros alvarás.

A corregedoria da Polícia Militar teria enviado uma lista incompleta para a Justiça. Cinco não tiveram o mandado expedido e os outros nove têm problemas na grafia do nome ou com o número da identidade.

Dos 439 presos, 15 não tinham nem nota de culpa, que é o documento que a autoridade é obrigada a entregar ao preso, na hipótese de flagrante, informando-o do que se alega contra ele. Isso significa, que eles eles ficaram presos sem motivo, já que não foram denunciados. E alguns autos de flagrante tinham a data errada, 7 de junho como o dia do flagrante.

Colegas chegam a quartel de Charitas para comemorar decisão judicial | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia

Duas motos e dois carros do 12º BPM (Niterói) farão o serviço de batedores dos ônibus utlizados pelos bombeiros, para garantir a fluidez do trânsito até o Centro do Rio.

Apoio de todos os lados

Mais de dez pilotos de parapente irão pousar em Charitas em solidariedade ao movimento. Everson de Oliveira nunes, 40 anos, auxiliar administrativo e piloto, que já pousou, disse que eles estão decolando do Parque da Cidade, também em Niterói.

Justiça manda soltar todos os 429 bombeiros presos

A Justiça concedeu, na madrugada de sexta-feira, um habeas corpus que garante liberdade a todos os bombeiros presos. O recurso foi pedido por parlamentares da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados e atendido pelo desembargador Cláudio Brandão.

"Convencido de que a manutenção da prisão não mais se justifica, defiro a liminar requerida e concedo liberdade provisória aos militares presos no episódio mencionado na petição inicial e que constam na relação", informa a decisão do desembargador.

Registro feito pelo repórter Francisco Edson Alves

Por volta das 22h45 de ontem, o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) informou sobre a soltura de nove bombeiros a jornalistas e familiares que estavam em frente ao quartel do Corpo de Bombeiros em Charitas. Os oficiais que estavam no batalhão do Gepe (Grupamento Especial de Policiamento), localizado em São Cristovão, chegaram a Charitas, onde dormiram para para aguardar os alvarás dos outros colegas. Segundo o deputado, dos nove oficiais, um é mulher, a tenente Lucrécia.

O DIA ONLINE

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Para comandante dos bombeiros, crise terminou

Sérgio Simões afirmou que presos responderão a processo disciplinar

POR CELSO OLIVEIRA

Rio - O comandante-geral do Corpo de Bombeiros e secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões afirmou, em entrevista na tarde desta sexta-feira, que de acordo com o ponto de vista disciplinar, a crise na corporação terminou. Segundo ele, os bombeiros libertados na madrugada de hoje deverão voltar a seus quartéis de origem. Simões também afirmou que nenhum deles será realocado.

"Como comandante, estou muito feliz com a libertação dos bombeiros, pois agora volto a contar com a totalidade da tropa", afirmou Simões.

Bombeiros estão presos no quartel de Charitas desde sábado | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia

O comandante afirmou que os 439 bombeiros vão responder a um processo disciplinar, mas que não pode dar maiores detalhes sem ter conhecimento do inquérito. De acordo com Simões, os casos serão analisados individualmente e só depois poderá fazer qualquer pronunciamento.

Questionado sobre negociações salariais, o comandante informou que, como chegou há pouco tempo, ainda não conversou com o secretário estadual de Planejamento. Antes, pretende se reunir com as lideranças da corporação, para conhecer melhor suas reivindicações, para só então voltar a conversar com o Governo do Estado.

Simões fez questão de reiterar que tem plenos poderes para negociar com os bombeiros, respondendo pelo governador, até que este se pronuncie em contrário.


Vídeo mostra bombeiros sendo informados sobre a decisão da Justiça

Registro feito pelo repórter Francisco Edson Alves

Justiça manda soltar todos os 439 bombeiros presos

A Justiça concedeu, na madrugada desta sexta-feira, um habeas corpus que garante liberdade a todos os bombeiros presos. O recurso foi pedido por parlamentares da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados e atendido pelo desembargador Cláudio Brandão.

"Convencido de que a manutenção da prisão não mais se justifica, defiro a liminar requerida e concedo liberdade provisória aos militares presos no episódio mencionado na petição inicial e que constam na relação", informa a decisão do desembargador.

Na quinta-feira os deputados Alessandro Molon (PT-RJ), Dr. Aluízio (PV-RJ) e Protógenes Queiroz (PC do B-SP) estiveram reunidos com os presos e com manifestantes na Alerj. Hoje eles irão aos quartéis para comunicar a decisão judicial.

"Nós estamos muito felizes (com a liberdade dos bombeiros). Eu e os deputados Protógenes Queiroz e Dr. Aluízio estamos contribuindo para o fim desta crise que estava deixando a nossa cidade em um estado complicado. A manutenção da prisão estaria colocando em risco a ordem pública e isso poderia desestabilizar as coisas por aqui e em outros estados, que já começavam a se mobilizar. Espero continuar contribuindo para um Rio e um Brasil melhores", disse o deputado Alessandro Molon à Rádio Band News.

Nesta sexta-feira, policiais militares, que não quiseram se identificar, fizeram denúncias de que estão sendo impedidos de trabalhar caso demonstrem solidariedade ao movimento por libertação e melhores condições salariais ao Corpo de Bombeiros. O problema acontece especialmente no Batalhão de Choque.

Em solidariedade aos bombeiros, muitos policiais foram trabalhar com camisas vermelhas ou faixas da mesma cor colocadas nas fardas. De acordo com as denúncias, o coronel Rocha, do Batalhão de Choque teria impedido a saída destes PMs para o trabalho nas ruas.

"Fomos impedidos de sair do quartel pelo coronel Rocha, do Choque. Não pudemos sair pelo simples fato de estarmos de camisas ou acessórios vermelhos, indicando que apoiamos o movimento dos bombeiros. Cheguei às 8h e ainda estou aqui", disse um PM à Rádio Band News.

Parentes de policiais militares também fizeram denúncias de que os PMs não podem deixar os quartéis para trabalhar. Na quinta-feira, o comandante-geral da corporação, coronel Mário Sérgio, pediu que os militares evitassem colocar faixas vermelhas em solidariedade aos bombeiros.

A PM declarou que apenas pediu que os bombeiros não deixassem os quartéis com camisas ou faixas vermelhas e que os mesmos, aproximadamente 30, alegaram que não tinham outras blusas para vestir. A corporação informou que todos foram liberados.
Na quinta-feira, Mário Sérgio esteve no Batalhão de Choque e orientou a tropa a não ostentar fitas vermelhas distribuídas por bombeiros na farda ou nas viaturas como muitos têm feito.

O DIA ONLINE

Governador dá por encerrado conflito envolvendo bombeiros

Rio - O governador do Rio, Sérgio Cabral, disse nesta sexta-feira que para ele o conflito envolvendo militares do Corpo de Bombeiros é assunto encerrado, um episódio já superado, mas que, do ponto de vista administrativo, o comando da corporação vai abrir um procedimento disciplinar para avaliar caso a caso.

Na avaliação do governador, o diálogo deve sempre prevalecer, a hierarquia e o Estado de Direito respeitados, o que não aconteceu na sexta-feira da semana passada, quando centenas de bombeiros ocuparam o quartel central da corporação exigindo melhores salários.

“Eu acho que houve uma situação completamente fora do estado de direito democrático. Mas eu tenho certeza absoluta de que esse é um episódio já está superado, que a hora é de olhar para a frente e de retomar a rotina dos serviços públicos e o diálogo tem no Secretário de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, Sérgio Simões, as pessoas credenciadas para falar em nome do estado”.
Cabral afirmou que, apesar da abertura do procedimento disciplinar para avaliar caso a caso, será dado aos bombeiros um amplo direito de defesa.

Cabral disse que o episódio deve servir de ensinamento para todos. “Porque o diálogo é importante e eu acho, como democrata que sou, que qualquer ato que ultrapasse a fronteira do respeito democrático não deve ser praticado”.

O governador finalizou dizendo que o Estado tem hoje uma política de recomposição salarial que “não é (a ideal) em consequencia de anos e anos de ausência de recomposição salarial. E nós não temos condições de, em apenas quatro anos, suprir trinta anos de ausência de uma política permanente de recomposição”.

Com informações da Agência Brasil

O DIA ONLINE

Governo do Estado anuncia aumento de 5,58% para bombeiros em julho

Sérgio Cabral cria Secretaria de Estado de Defesa Civil

Rio - O governo do Estado anunciou, no início da tarde desta quinta-feira, que bombeiros, policiais militares, policiais civis e agentes penitenciários terão aumento de 5,58% em julho. A mensagem antecipando o reajuste de dezembro para o próximo mês já foi enviada para  a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Segundo o governo, o reajuste para essas categorias representa um esforço orçamentário que gera impacto de R$ 323 milhões no caixa do Estado.

A medida atende a todos os

16.202 bombeiros da ativa,

5.018 aposentados 

1.592 pensionistas;

a 39.775 ativos da Polícia Militar,

20.445 aposentados 

13.175 pensionistas;

a 9.254 ativos da Polícia Civil,

5.232 aposentados

9.688 pensionistas;

4.329 agentes penitenciários da ativa,

1.328 aposentados

1.238 pensionistas.

O governo anuniou também a criação da Secretaria de Estado de Defesa Civil, tendo como secretário titular o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões.

Bombeiros rasparam as cabeças em sinal de protesto nesta quarta-feira | Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia

Parlamentares visitam bombeiros presos

Parlamentares da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados visitaram os bombeiros presos no hospital da corporação e no quartel do Méier. O encontro ocorreu no início da tarde desta quinta-feira.

Mais tarde, os deputados Alessandro Molon (PT-RJ), Dr. Aluízio (PV-RJ), Mendonça Prado (DEM-SE) e Protógenes Queiroz (PC do B-SP) ainda realizam um encontro com líderes do movimento que estão sob custódia no Grupamento Especial Prisional em São Cristóvão. Na sequência, o destino  será o quartel de Charitas onde 430 dos 439 militares estão presos. O fim da agenda será na Alerj em um encontro com os manifestantes acampados nas escadarias.

Está previsto para ainda esta quinta-feira uma visita do presidente do Conselho Regional de Enfermagem, Pedro de Jesus, à primeira-tenente enfermeira Lucrécia Belo Fonseca, que está sob custódia no Méier - ela participou da invasão do quartel central.

Juíza nega relaxamento de prisão

A juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar do Rio, negou na noite de quarta-feira, o relaxamento da prisão dos 431 bombeiros que foram detidos no último sábado, após a invasão do Quartel-General da corporação. O pedido havia sido feito pela Defensoria Pública do Estado.

Na decisão, a juíza concluiu não haver qualquer nulidade no auto de prisão em flagrante. Segundo ela, “a custódia cautelar de todos os militares mostra-se imprescindível à garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal e para a manutenção dos princípios da hierarquia e da disciplina militares, que se encontram flagrantemente ameaçados”.

Ainda de acordo com a juíza, ao invadir o Quartel-General, desrespeitar seus superiores e danificar o patrimônio público, subvertendo a ordem assegurada pela Constituição, e exigindo a intervenção da Polícia Militar para a retomada da unidade, os bombeiros extrapolaram, e muito, seu exercício do direito de lutar por melhores condições de vida pessoal e profissional.

Prisão em quartel de Charitas

O quartel de Charitas onde estão presos 430 dos 439 bombeiros mais parece local de acolhimento de desabrigados. Bombeiros têm que caminhar sobre os colchonetes dos colegas, e até as traves do campo de futsal viraram varais para roupas e toalhas. Bombeiros se queixam que de dia o local é abafado e à noite, muito frio.

Entre os presos, há militares que atuaram no resgate das vítimas do terremoto no Haiti, em 2010, como o cabo Ovídeo Cordeiro, 38. O movimento grevista — que reivindica reajuste do piso de R$ 950 para R$ 2 mil e vale-transporte — tem se espalhado pelas redes sociais e ganhado adesão nas ruas.

O DIA ONLINE

Policiais Militares não poderão deixar quartéis no domingo

No dia da manifestação na orla, todo o efetivo estará de prontidão

Rio - Em comunicado oficial divulgado nesta sexta-feira pelo chefe do Estado Maior operacional da Polícia Militar, coronel Álvaro Garcia, toda a tropa foi colocada de prontidão.

A partir desta sexta-feira, o expediente foi prorrogado "até ordem em contrário". O documento diz ainda que no dia 12 de junho, data marcada para a manifestação dos bombeiros na Zona Sul do Rio, todo o efetivo da PM deverá se apresentar em suas unidades.

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Justiça manda soltar todos os 439 bombeiros presos

A Justiça concedeu, na madrugada desta sexta-feira, um habeas corpus que garante liberdade a todos os bombeiros presos. O recurso foi pedido por parlamentares da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados e atendido pelo desembargador Cláudio Brandão.

"Convencido de que a manutenção da prisão não mais se justifica, defiro a liminar requerida e concedo liberdade provisória aos militares presos no episódio mencionado na petição inicial e que constam na relação", informa a decisão do desembargador.

Registro feito pelo repórter Francisco Edson Alves

Na quinta-feira os deputados Alessandro Molon (PT-RJ), Dr. Aluízio (PV-RJ) e Protógenes Queiroz (PC do B-SP) estiveram reunidos com os presos e com manifestantes na Alerj. Hoje eles irão aos quartéis para comunicar a decisão judicial.

"Nós estamos muito felizes (com a liberdade dos bombeiros). Eu e os deputados Protógenes Queiroz e Dr. Aluízio estamos contribuindo para o fim desta crise que estava deixando a nossa cidade em um estado complicado.

A manutenção da prisão estaria colocando em risco a ordem pública e isso poderia desestabilizar as coisas por aqui e em outros estados, que já começavam a se mobilizar. Espero continuar contribuindo para um Rio e um Brasil melhores", disse o deputado Alessandro Molon à Rádio Band News.

Nesta sexta-feira, policiais militares, que não quiseram se identificar, fizeram denúncias de que estão sendo impedidos de trabalhar caso demonstrem solidariedade ao movimento por libertação e melhores condições salariais ao Corpo de Bombeiros. O problema acontece especialmente no Batalhão de Choque.

Em solidariedade aos bombeiros, muitos policiais foram trabalhar com camisas vermelhas ou faixas da mesma cor colocadas nas fardas. De acordo com as denúncias, o coronel Rocha, do Batalhão de Choque teria impedido a saída destes PMs para o trabalho nas ruas.

"Fomos impedidos de sair do quartel pelo coronel Rocha, do Choque. Não pudemos sair pelo simples fato de estarmos de camisas ou acessórios vermelhos, indicando que apoiamos o movimento dos bombeiros. Cheguei às 8h e ainda estou aqui", disse um PM à Rádio Band News.

Bombeiros estão presos no quartel de Charitas desde sábado | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia

Parentes de policiais militares também fizeram denúncias de que os PMs não podem deixar os quartéis para trabalhar. Na quinta-feira, o comandante-geral da corporação, coronel Mário Sérgio, pediu que os militares evitassem colocar faixas vermelhas em solidariedade aos bombeiros.

A PM declarou que apenas pediu que os bombeiros não deixassem os quartéis com camisas ou faixas vermelhas e que os mesmos, aproximadamente 30, alegaram que não tinham outras blusas para vestir. A corporação informou que todos foram liberados.

Na quinta-feira, Mário Sérgio esteve no Batalhão de Choque e orientou a tropa a não ostentar fitas vermelhas distribuídas por bombeiros na farda ou nas viaturas como muitos têm feito.

Vídeo: Salva-vidas celebram liberdade de militares em Charitas

Reportagem de Jéssica Cunha, Celso Oliveira, Vania Cunha, Felipe Freire, Maria Inez Magalhães, Isabel Boechat, Francisco Edson Alves, Christina Nascimento e Maria Luiza Barros

O DIA ONLINE

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Governo do Estado anuncia aumento de 5,58% para bombeiros em julho

Sérgio Cabral cria Secretaria de Estado de Defesa Civil

Rio - O governo do Estado anunciou, no início da tarde desta quinta-feira, que bombeiros, policiais militares, policiais civis e agentes penitenciários terão aumento de 5,58% em julho. A mensagem antecipando o reajuste de dezembro para o próximo mês já foi enviada para  a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Segundo o governo, o reajuste para essas categorias representa um esforço orçamentário que gera impacto de R$ 323 milhões no caixa do Estado.

A medida atende a todos os

16.202 bombeiros da ativa,

5.018 aposentados 

1.592 pensionistas;

a 39.775 ativos da Polícia Militar,

20.445 aposentados 

13.175 pensionistas;

a 9.254 ativos da Polícia Civil,

5.232 aposentados

9.688 pensionistas;

4.329 agentes penitenciários da ativa,

1.328 aposentados

1.238 pensionistas.

O governo anuniou também a criação da Secretaria de Estado de Defesa Civil, tendo como secretário titular o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões.

Bombeiros rasparam as cabeças em sinal de protesto nesta quarta-feira | Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia

Parlamentares visitam bombeiros presos

Parlamentares da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados visitaram os bombeiros presos no hospital da corporação e no quartel do Méier. O encontro ocorreu no início da tarde desta quinta-feira.

Mais tarde, os deputados Alessandro Molon (PT-RJ), Dr. Aluízio (PV-RJ), Mendonça Prado (DEM-SE) e Protógenes Queiroz (PC do B-SP) ainda realizam um encontro com líderes do movimento que estão sob custódia no Grupamento Especial Prisional em São Cristóvão. Na sequência, o destino  será o quartel de Charitas onde 430 dos 439 militares estão presos. O fim da agenda será na Alerj em um encontro com os manifestantes acampados nas escadarias.

Está previsto para ainda esta quinta-feira uma visita do presidente do Conselho Regional de Enfermagem, Pedro de Jesus, à primeira-tenente enfermeira Lucrécia Belo Fonseca, que está sob custódia no Méier - ela participou da invasão do quartel central.

Juíza nega relaxamento de prisão

A juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar do Rio, negou na noite de quarta-feira, o relaxamento da prisão dos 431 bombeiros que foram detidos no último sábado, após a invasão do Quartel-General da corporação. O pedido havia sido feito pela Defensoria Pública do Estado.

Na decisão, a juíza concluiu não haver qualquer nulidade no auto de prisão em flagrante. Segundo ela, “a custódia cautelar de todos os militares mostra-se imprescindível à garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal e para a manutenção dos princípios da hierarquia e da disciplina militares, que se encontram flagrantemente ameaçados”.

Ainda de acordo com a juíza, ao invadir o Quartel-General, desrespeitar seus superiores e danificar o patrimônio público, subvertendo a ordem assegurada pela Constituição, e exigindo a intervenção da Polícia Militar para a retomada da unidade, os bombeiros extrapolaram, e muito, seu exercício do direito de lutar por melhores condições de vida pessoal e profissional.

Prisão em quartel de Charitas

O quartel de Charitas onde estão presos 430 dos 439 bombeiros mais parece local de acolhimento de desabrigados. Bombeiros têm que caminhar sobre os colchonetes dos colegas, e até as traves do campo de futsal viraram varais para roupas e toalhas. Bombeiros se queixam que de dia o local é abafado e à noite, muito frio.

Entre os presos, há militares que atuaram no resgate das vítimas do terremoto no Haiti, em 2010, como o cabo Ovídeo Cordeiro, 38. O movimento grevista — que reivindica reajuste do piso de R$ 950 para R$ 2 mil e vale-transporte — tem se espalhado pelas redes sociais e ganhado adesão nas ruas.

O DIA ONLINE

Último policial foragido da Operação Alçapão se entrega na Corregedoria

Rio - O último policial procurado pela Operação Alçapão, o Inspetor Jerônimo Pereira Magalhães, o “Magal”, se entregou, na tarde desta quinta-feira, na Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol). Com isso, foi cumprido o último mandado de prisão dos 10 expedidos.

Até esta quinta-feira, haviam sido presos um delegado, cinco policiais civis e um agente do Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe). Entre os oficiais capturados, está o ex-delegado da 76ª DP (Niterói) e atualmente na 104ª DP (São José do Vale do Rio Preto), Henrique Faro dos Reis.

Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia

Computadores foram apreendidos na operação Alçapão, que cumpriu 29 mandados de busca e apreensão | Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia

A Operação Alçapão foi deflagrada no dia 1 de junho contra policiais envolvidos em contravenção. O objetivo dos 170 agentes envolvidos era cumprir trotal de dez mandados de prisão, sete deles para policiais civis. Eles também estiveram nas ruas para cumprir 29 mandados de busca e apreensão.

Foram apreendidos documentos em diversos endereços, duas motocicletas de uma empresa de segurança e até uma mala com dinheiro foi encontrada em uma árvore da residência de um dos policiais presos.

As investigações para a Operação Alçapão, que começaram há seis meses, mostram que os procurados recebiam propinas mensais de contraventores - os valores chegavam a receber até R$ 10 mil cada. O grupo foi denunciado por crimes como quadrilha armada, prevaricação e corrupção. A denúncia foi recebida pela 3ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo.

"Demos início à investigação após informações do Disque-Denúncia e de informantes nas ruas", disse Gilson Emiliano Soares, corregedor da Polícia Civil. De acordo com a chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, o objetivo sempre foi combater a "permissividade dos policiais civis da área de Niterói com o jogo do bicho".

Investigado, ex-presidente da Viradouro não é localizado

Os agentes estiveram na casa do ex-presidente da Viradouro e policial civil, Marcos Lira, em Camboinhas, Niterói. Funcionários do condomínio informaram que Lira não mora mais no local há três meses e teria vendido a casa. Dentro do imóvel, que teria valor de mercado de R$ 1 milhão, os policiais encontraram uma máquina caça-níquel e documentos da Viradouro.

Policiais encontraram máquina de caça-níquel na antiga casa do ex-presidente da Viradouro | Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia

Para evitar o vazamento de informações, fuga de procurados, destruição de documentos e provas, a Polícia Civil só distribuiu os envelopes com o destino dos agentes uma hora antes do começo da operação.

O DIA ONLINE

domingo, 5 de junho de 2011

Bombeiros do Rio decidem ficar aquartelados e diminuir efetivo nas praias

O Globo

RIO - Os bombeiros do Rio decidiram que, a partir deste domingo, vão ficar aquartelados e só vão sair das unidades em todo o estado para atender casos extraordinários que representem risco de vida à população.

Segundo o comando do movimento, só serão feitos atendimentos a vítimas de armas de fogo, mal súbito e colisões com vítimas, além de incêndios de grandes proporções.

Nas praias, o efetivo de guarda-vidas será reduzido e a orientação é que todos trabalham descaracterizados, ou seja, sem uniforme.

Bombeiros e familiares fazem manifestação nas escadarias da Alerj neste domingo. Foto: Angelo Antonio Duarte/ Agência O Globo

Na manhã deste domingo cerca de mil pessoas dão continuidade aos protestos por melhores salários nas escadarias da Alerj. Os manifestantes planejam seguir em passeata até a Zona Sul. Quatro carros do Batalhão de Choque estão posicionados em frente a Alerj.

O senador Lindberg Farias (PT) esteve agora na manifestação para prestar apoio à manifestação, parabenizou os bombeirtos pela luta e se colocou como mediador entre os grevistas e o governo do estado. Muito aplaudido, Lindberg se comprometeu a ligar para o governador Sérgio Cabral para tentar evitar o que chamou de "caminho do radicalismo" e resssaltou que "a prisão dos bombeiros foi um equívoco". Ele seguiu para São Gonçalo, a fim de visitar os bombeiros presos e saber em que condições eles estão. "Há denúncias de esposas de bombeiros que alguns grupos passarama a noite em ônibus".

Na internet, os bombeiros fizeram uma corrente de emails pedindo à população que demonstre apoio aos militares presos usando camisa vermelha ou pendurando na janela de casa um tecido da mesma cor nesta segunda-feira.

O novo comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Sérgio Simões, nomeado no sábado após a exoneração do coronel Pedro Marcos Machado, durante a crise provocada pela invasão do quartel-general da corporação por manifestantes, disse ontem que a principal preocupação é normalizar o atendimento à população.

Bombeiros, presos, são levados para São Gonçalo. Foto de Fábio Guimarães / Extra / Agência O Globo

— É o momento de tomar pé das coisas e tranquilizar a cidade — disse Simões. — Digo aos bombeiros que temos uma responsabilidade com a população. O que aconteceu nos agride — acrescentou o oficial, que foi coordenador de planejamento de segurança do Corpo de Bombeiros para o Pan de 2007.

Simões também criticou a postura dos colegas manifestantes:

— O quartel do Comando Central é um santuário da corporação. A invasão é inaceitável e imperdoável.

Segundo o promotor militar Leonardo Cunha, que acompanha o caso, os 439 presos responderão por três crimes: motim (de 4 a 8 anos de prisão), dano (de 1 a 6 anos) e impedimento ao socorro (3 a 6 anos), de acordo com o Código Penal Militar.

Enquanto Simões garante que a normalidade será mantida, bombeiros dizem que só estão atendendo a casos de emergência extrema. Segunda-feira, os militares vão estar nos quartéis, mesmo os que estão de folga, como forma de protestar.

Extra Online

sábado, 4 de junho de 2011

Cabral exonera comandante dos Bombeiros

Rio - O governador do Rio, Sérgio Cabral, exonerou o então comandante do Corpo de Bombeiros, Coronel Pedro Machado. Em seu lugar, assume o cargo o Coronel Sérgio Simões, atual subsecretário Municipal de Defesa Civil do município do Rio.

Na entrevista coletiva, concedida no Palácio Guanabara, residência oficial do Governo do Estado, Cabral chamou os manifestantes de "amotinados irresponsáveis".

Segundo ele, os bombeiros envolvidos na invasão ao Quartel-Central não representam a corporação e vão responder administrativamente e criminalmente pelo ocorrido.

Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia

Bope invade quartel ocupado pelos Bombeiros na manhã de sábado | Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia

"Foram eventos completamente inaceitáveis do que representa o respeito às instituições. Trata-se de um grupo de vândalos irresponsáveis, que não irão de forma alguma prejudicar a imagem de uma instituição tão querida da população", afirmou o governador, que disse ainda que os investimentos em seu governo foram os maiores das últimas quatro décadas.

Bope invade quartel na manhã de sábado

O Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) invadiu, por volta das 6h deste sábado, o quartel do Comando-Geral dos Bombeiros, na Praça da República, Centro do Rio. O local está ocupado desde a noite de sexta-feira por dezenas que manifestantes que reivindicavam aumento salarial, vale-transporte e melhores condições de trabalho.

Para entrar no local, a PM usou bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo.  Pouco antes, foram ouvidos barulho de disparos de armas de fogo vindos do interior do quartel.

Foto: Ernesto Carriço

Comandante da PM, Mario Sérgio fala para tropa no meio da madrugada | Foto: Ernesto Carriço

A Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil informou em nota na noite de sexta que os manifestantes serão presos por "invadir órgão público, agredir um coronel e desrespeitar o regulamento de conduta dos militares".

Por volta das 8h, o Bope anunciou a prisão de alguns revoltosos.

Entenda o caso

Trezentos bombeiros que protestavam por melhores salários e condições de trabalho invadiram o Quartel-Central da corporação, na Praça da República, sexta-feira à noite. Eles penduraram faixas de protesto nos veículos de combate a incêndio, impedindo os que estavam de serviço de sair para trabalhar. Manifestantes agrediram o comandante do Batalhão de Choque, coronel Waldir Soares Filho, que foi ferido na perna.

Invasão gerou tumulto entre bombeiros | Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia

“Agora a briga é com a PM”, avisou o comandante-geral, Mário Sérgio Duarte, ao saber da agressão. Ele foi ao pátio da corporação com colete a prova de balas e bloqueou com carro a saída do QG. Por volta das 22h, alertou que todos seriam presos se não deixassem o quartel.

O Cel Mário Sérgio prendeu o ex-corregedor da PM coronel Paulo Ricardo Paul, que apoiava o protesto. O secretário de Saúde e Defesa Civil do estado, Sérgio Côrtes, decidiu antecipar para hoje a volta dos EUA ao Rio.

Mulheres como escudo

PMs do Batalhão de Choque, do 3º BPM (Tiradentes) e a cavalo cercaram o prédio. Quase 2 mil ficaram do lado de fora gritando palavras de ordem com ajuda de carro de som. Na tentativa de evitar que as tropas usassem a força para dispersá-los, manifestantes atravessaram um caminhão da corporação entre o pátio e o portão e montaram cordão de isolamento com mulheres.

Às 19h30, os bombeiros forçaram o portão, se sentaram no pátio e avisaram que só sairiam após negociar com o governador Sérgio Cabral, o vice, Luiz Fernando Pezão, ou o comandante-geral dos bombeiros, coronel Pedro Machado. Mas, por volta das 22h10, dezenas de manifestantes começaram a deixar o quartel.

O DIA ONLINE

Governador do Rio faz reunião após prisão de bombeiros manifestantes

Bombeiros militares tomaram quartel central na sexta em protesto por aumento.
Eram cerca de dois mil manifestantes. Alguns foram presos neste sábado.

Alba Valéria Mendonça Do G1, no Rio

Mulheres de bombeiros presos chegam a batalhão (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)

Mulheres de bombeiros presos chegam a batalhão
(Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)

O governador do Rio, Sérgio Cabral, está reunido na manhã deste sábado (4) com o vice-governador, Luiz Fernando Pezão e o secretário de segurança pública, José Mariano Beltrame, entre outras autoridades, após a prisão dos bombeiros manifestantes que invadiram o quartel Central do Corpo de Bombeiros, no Centro da cidade, na sexta-feira (3) à noite em uma manifestação por maiores salários.

Após a reunião, Cabral deve dar uma coletiva à imprensa falando da crise na corporação que já dura mais de dois meses.

Os bombeiros que foram presos começaram a ser levados do quartel Central às 8h deste sábado para uma triagem. Eles foram levados para o Batalhão de Choque da PM, também no Centro do Rio. Segundo informações iniciais da PM, entre 400 e 500 bombeiros já passaram pela triagem. Muitos outros aguardam no batalhão.

Segundo a deputada Janira Rocha (PSOL), que passou a noite no quartel com os bombeiros, cerca de 600 manifestantes foram presos. Ela diz que a PM entrou por trás, antes de terminar a negociação para a rendição dos manifestantes e que deram tiros de fuzil e de borracha nos bombeiros.

Ela conta que carros dos bombeiros ficaram com marcas de tiros e que uma mulher abortou durante a invasão.

Tropa montada em frente ao batalhão (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)

Polícia montada em frente ao batalhão
(Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)

"Agora queremos negociar direto com o coronel Cabral. Com uma atitude como essa, ele deixou de ser governador para agir como coronel. Os bombeiros que salvam vidas só querem negociar um salário digno, querem um piso dferente de R$950. Será que Cabral consegue gastar R$ 950 nas viagens que faz a Paris?" indagou a deputada.

A polícia montada chegou a ficar postada diante do BPChoque, o que atiçou os ânimos dos manifestantes na porta do quartel.

Um representante da OAB, Aderson Carvalho, está fazendo um apelo ao corregedor para que possa entrar no quartel e saber a situação dos bombeiros detidos.

Invasão

Após uma noite inteira de negociações para que os cerca de dois mil bombeiros deixassem o quartel, a tropa de Choque da Polícia Militar e também policiais do Bope invadiram o quartel do Centro.

Chegada de ônibus com bombeiros presos (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)

Chegada de ônibus com bombeiros presos
(Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)

Para entrar no complexo, por volta de 6h10, os policiais usaram bombas de efeito moral e bombás de gás lacrimogêneo. Pelo menos duas crianças sofreram intoxicação devido ao gás e dois adultos tiveram ferimentos leves na cabeça, por conta das bombas de efeito moral que foram lançadas pelo Bope.

Desde 19h30 de sexta (3), bombeiros ocuparam o pátio e as dependências do complexo. Mulheres e até crianças se uniram a oficiais numa passeata que começou em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e que passou pelas principais avenidas do Centro, até chegar ao quartel.

Reivindicações

O Cabo Benevenuto Daciolo, porta-voz do movimento, explicou que entre as reivindicações estão piso salarial líquido no valor de R$ 2 mil e vale-transporte.

“Nós temos o pior salário da categoria no país, que é de R$ 950. Estamos há dois meses tentando negociar com o governo, mas até agora não obtivemos resposta. Nosso movimento é de paz e estamos em busca da dignidade. Não vamos recuar até que haja uma solução. Queremos um acordo, queremos que o governador se pronuncie”, disse o porta-voz.

O comandante do Batalhão de Choque, coronel Waldir Soares, sofreu fratura em uma das mãos e teve o joelho lesionado durante a invasão dos manifestantes. As informações foram confirmadas pela Polícia Militar (PM). Segundo a PM, ainda não há informações sobre quem seja o responsável pelas agressões.

Após a invasão e durante a madrugada, os manifestantes se alimentaram com o estoque de comida da cozinha do quartel. Eles consumiram pães, queijos, frutas e sucos.

Negociação dentro do Quartel Central dos bombeiros (Foto: Rodrigo Vianna/G1)

Negociação dentro do Quartel Central dos bombeiros (Foto: Rodrigo Vianna/G1)

Discurso do comandante da PM

Na tentativa de convencer os mais de 2 mil bombeiros a deixarem o Quartel Central, o comandante-geral da Polícia Militar (PM), Mário Sérgio Duarte, afirmou na madrugada deste sábado, durante discurso aos manifestantes, que o momento é de reflexão. Mas foi justamente após a fala do militar que o clima voltou a ficar tenso no complexo invadido.

Por volta de 2h50, Duarte subiu num carro e, diante dos manifestantes, pediu para que todos retornassem para casa. “É primeira vez que venho aqui numa situação inusitada. Sou apenas um homem diferente, mas eu tenho a força dos meus e quero ter a dos seus. Nós precisamos resolver esse dilema, embora isso não signifique rendição para ninguém. Tenho certeza que nenhum de nós vai usar a força. Gostaria que as senhoras e os senhores refletissem. A minha proposta é que retornem para suas casas”, disse o comandante.

Durante a fala, que durou cerca de 20 minutos, o comandante foi interrompido por gritos e cantos dos manifestantes, que repetiam: “nem um passo daremos atrás”.

Diante da resistência, o comandante ressaltou que não pretendia usar a força e afirmou estar diante do melhor Corpo de Bombeiros do Brasil. “Mais uma vez peço vocês sentem e conversem sobre isso. Eu não estou propondo derrotados nem vitoriosos”, completou Duarte.

G1 - Rio de Janeiro

O Comando dos Bombeiros garante que atendimento à população está normal

Rio - O Comando Geral do Corpo de Bombeiros informou em nota na tarde deste sábado que o atendimento à população está mantido apesar da manifestação dos Bombeiros por melhores condições de trabalho e salário. Na nota, o Comando garante que os serviços funcionam normalmente.

"O Comando Geral do Corpo de Bombeiros esclarece que a rotina de atendimento à população está mantida.

Postos de salvamentos dos Grupamentos Marítimos, assim como quartéis, unidades de atendimento de urgências e emergências (SAMU/GSE) e serviços de socorro (combate a incêndios, salvamentos e desabamentos, etc) estão operando normalmente.

Os substitutos dos bombeiros detidos pela Polícia Militar já assumiram seus postos desde o inicio da manhã na troca normal de plantões", diz a nota.

O DIA ONLINE

Bombeiros presos começam a ser levados para Corregedoria da PM em Niterói

Rio - Os manifestantes que ocuparam o Corpo de Bombeiros na noite de sexta-feira para sábado já começaram a ser levados para a sede da Corregedoria da Polícia Militar em Niterói. No total, foram detidos 439 bombeiros. Uma parte deles serão levados para a Unidade Especial Prisional, em Benfica, Zona Norte do Rio.

Muitos familiares e bombeiros que não foram presos estão na frente do Batalhão protestando contra o ocorrido.
O governador Sérgio Cabral está reunido com secretários e em breve dará uma entrevista coletiva em relação à posição do Governo do Estado sobre os revoltosos.

O Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) invadiu, por volta das 6h deste sábado, o quartel do Comando-Geral dos Bombeiros, na Praça da República, Centro do Rio. O local está ocupado desde a noite de sexta-feira por dezenas que manifestantes que reivindicavam aumento salarial, vale-transporte e melhores condições de trabalho.

Para entrar no local, a PM usou bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo.  Pouco antes, foram ouvidos barulho de disparos de armas de fogo vindos do interior do quartel.

A Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil informou em nota na noite de sexta que os manifestantes serão presos por "invadir órgão público, agredir um coronel e desrespeitar o regulamento de conduta dos militares".
Por volta das 8h, o Bope anunciou a prisão de alguns revoltosos.

O DIA ONLINE

Vias interditadas devido à manifestação já foram reabertas

Rio - As vias interditadas em decorrência da invasão do QG dos Bombeiros na Praça da República já foram reabertas ao trânsito. Desde o início da manhã, a Rua Visconde de Rio Branco, entre as ruas Gomes Freire e Vinte de Abril, já voltou a ter circulação normal de veículos.

Todos os manifestantes que ocupavam o Quartel Central dos Bombeiros, na Praça da República, Centro do Rio, já deixaram o local em direção ao Batalhão de Choque da PM, também no Centro.

Por volta das 8h, os policiais do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) começaram a anunciar a prisão de alguns dos manifestantes. Eles então disseram que só sairiam juntos e foram caminhando até um ônibus da Polícia Militar.

O Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) invadiu, por volta das 6h deste sábado, o quartel do Comando-Geral dos Bombeiros, na Praça da República, Centro do Rio. O local está ocupado desde a noite de sexta-feira por dezenas que manifestantes que reivindicavam aumento salarial, vale-transporte e melhores condições de trabalho. Para entrar no local, a PM usou bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo.  Pouco antes, foram ouvidos barulho de disparos de armas de fogo vindos do interior do quartel.

A Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil informou em nota na noite de sexta que os manifestantes serão presos por "invadir órgão público, agredir um coronel e desrespeitar o regulamento de conduta dos militares".

O DIA ONLINE

Carro de Ex-Governador Garotinho é atingido por tiros

Político saía de Cabo Frio. Disparos acertaram lataria. Ninguém se feriu

POR FERNANDO MOLICA

Cabo Frio - O carro onde estava o deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) foi atingido por dois tiros na noite de ontem nas proximidades de Cabo Frio. Nenhum dos ocupantes do veículo — o ex-governador, o motorista e um segurança — foi atingido pelos tiros. As balas perfuraram a lataria.

Garotinho tinha acabado de participar de uma reunião do PR em Cabo Frio e se dirigia para sua casa em Campos dos Goytacazes. Ele é o presidente do diretório estadual do partido.

O deputado passou boa parte do dia no Rio, onde participou de manifestações organizadas por bombeiros. Ao lado da filha, a deputada estadual Clarissa Garotinho (PR), ele chegou a discursar em um ato da categoria promovido diante da Assembleia Legislativa, onde os militares estavam concentrados. Depois, foi de carro para Cabo Frio, onde participaria de encontro do PR.

O DIA ONLINE

Grávida perde bebê durante manifestação dos Bombeiros

POR PEDRO DE FIGUEIREDO

Rio - "Mataram o meu filho". Esta foi a afirmação do cabo Túlio Anselmo, salva-vidas de Rio das Ostras e marido de Cléa Borges Menegeli, 27 anos. Grávida de 3 meses, Cléa participava da ocupação ao Quartel Central dos Bombeiros, na Praça da República, acompanhando o marido quando sofreu um aborto espontâneo.

Segundo Túlio, a confusão começou por volta de 2h da madrugada deste sábado. Cléa ficou nervosa com especulações de que o Bope invadiria o quartel e foi para o banheiro, onde perdeu muito sangue. Ela teria sido levada ao Hospital Souza Aguiar, mas não chegou a ser atendida.

Em seguida, Cléa foi levada para a Maternidade Oswaldo Nazareth, na Praça XV, onde deu entrada às 3h50. De acordo com seu marido, ela chegou a ser atendida, mas o hospital não apresentava aparelho de ultrassonografia.

Cléa e Túlio decidiram, então, voltar ao quartel na Praça da República, mas ela passou mal novamente e foi levada para o Hospital dos Bombeiros, no Rio Comprido às 9h05. Recebendo soro, deve ficar internada no local até a manhã de domingo.

Túlio ficou revoltado com a perda do bebê. Pai de duas crianças, uma de 8 e outra de 10 anos, ele afirma que levou a mulher grávida para o protesto apenas porque se tratava de uma "manifestação pacífica".

-"Não somos bicho. Não somos bandidos. Nós não apresentávamos perigo nenhum”.

Nosso objetivo é apenas pedir mais alimentação. Eu salvo a vida dos outros e ganho menos de R$ 1 mil para sustentar minha família. Isso não é justo", afirmou o salva-vidas, que disse não temer sofrer retaliações e que garante que vai processar o Governo do Estado pelo aborto sofrido pela esposa.

Sobre a peregrinação em diversos hospitais, a Secretaria Municipal de Saúde informa que não houve nenhum registro do acolhimento de Cléa no Hospital Souza Aguiar. Já na Maternidade Oswaldo Nazareth, o registro é de que a mulher entrou no hospital às 3h40, mas a paciente não quis permanecer internada.

O DIA ONLINE