domingo, 5 de junho de 2011

Bombeiros do Rio decidem ficar aquartelados e diminuir efetivo nas praias

O Globo

RIO - Os bombeiros do Rio decidiram que, a partir deste domingo, vão ficar aquartelados e só vão sair das unidades em todo o estado para atender casos extraordinários que representem risco de vida à população.

Segundo o comando do movimento, só serão feitos atendimentos a vítimas de armas de fogo, mal súbito e colisões com vítimas, além de incêndios de grandes proporções.

Nas praias, o efetivo de guarda-vidas será reduzido e a orientação é que todos trabalham descaracterizados, ou seja, sem uniforme.

Bombeiros e familiares fazem manifestação nas escadarias da Alerj neste domingo. Foto: Angelo Antonio Duarte/ Agência O Globo

Na manhã deste domingo cerca de mil pessoas dão continuidade aos protestos por melhores salários nas escadarias da Alerj. Os manifestantes planejam seguir em passeata até a Zona Sul. Quatro carros do Batalhão de Choque estão posicionados em frente a Alerj.

O senador Lindberg Farias (PT) esteve agora na manifestação para prestar apoio à manifestação, parabenizou os bombeirtos pela luta e se colocou como mediador entre os grevistas e o governo do estado. Muito aplaudido, Lindberg se comprometeu a ligar para o governador Sérgio Cabral para tentar evitar o que chamou de "caminho do radicalismo" e resssaltou que "a prisão dos bombeiros foi um equívoco". Ele seguiu para São Gonçalo, a fim de visitar os bombeiros presos e saber em que condições eles estão. "Há denúncias de esposas de bombeiros que alguns grupos passarama a noite em ônibus".

Na internet, os bombeiros fizeram uma corrente de emails pedindo à população que demonstre apoio aos militares presos usando camisa vermelha ou pendurando na janela de casa um tecido da mesma cor nesta segunda-feira.

O novo comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Sérgio Simões, nomeado no sábado após a exoneração do coronel Pedro Marcos Machado, durante a crise provocada pela invasão do quartel-general da corporação por manifestantes, disse ontem que a principal preocupação é normalizar o atendimento à população.

Bombeiros, presos, são levados para São Gonçalo. Foto de Fábio Guimarães / Extra / Agência O Globo

— É o momento de tomar pé das coisas e tranquilizar a cidade — disse Simões. — Digo aos bombeiros que temos uma responsabilidade com a população. O que aconteceu nos agride — acrescentou o oficial, que foi coordenador de planejamento de segurança do Corpo de Bombeiros para o Pan de 2007.

Simões também criticou a postura dos colegas manifestantes:

— O quartel do Comando Central é um santuário da corporação. A invasão é inaceitável e imperdoável.

Segundo o promotor militar Leonardo Cunha, que acompanha o caso, os 439 presos responderão por três crimes: motim (de 4 a 8 anos de prisão), dano (de 1 a 6 anos) e impedimento ao socorro (3 a 6 anos), de acordo com o Código Penal Militar.

Enquanto Simões garante que a normalidade será mantida, bombeiros dizem que só estão atendendo a casos de emergência extrema. Segunda-feira, os militares vão estar nos quartéis, mesmo os que estão de folga, como forma de protestar.

Extra Online

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