O Globo
RIO - Os bombeiros do Rio decidiram que, a partir deste domingo, vão ficar aquartelados e só vão sair das unidades em todo o estado para atender casos extraordinários que representem risco de vida à população.
Segundo o comando do movimento, só serão feitos atendimentos a vítimas de armas de fogo, mal súbito e colisões com vítimas, além de incêndios de grandes proporções.
Nas praias, o efetivo de guarda-vidas será reduzido e a orientação é que todos trabalham descaracterizados, ou seja, sem uniforme.
Na manhã deste domingo cerca de mil pessoas dão continuidade aos protestos por melhores salários nas escadarias da Alerj. Os manifestantes planejam seguir em passeata até a Zona Sul. Quatro carros do Batalhão de Choque estão posicionados em frente a Alerj.
O senador Lindberg Farias (PT) esteve agora na manifestação para prestar apoio à manifestação, parabenizou os bombeirtos pela luta e se colocou como mediador entre os grevistas e o governo do estado. Muito aplaudido, Lindberg se comprometeu a ligar para o governador Sérgio Cabral para tentar evitar o que chamou de "caminho do radicalismo" e resssaltou que "a prisão dos bombeiros foi um equívoco". Ele seguiu para São Gonçalo, a fim de visitar os bombeiros presos e saber em que condições eles estão. "Há denúncias de esposas de bombeiros que alguns grupos passarama a noite em ônibus".
Na internet, os bombeiros fizeram uma corrente de emails pedindo à população que demonstre apoio aos militares presos usando camisa vermelha ou pendurando na janela de casa um tecido da mesma cor nesta segunda-feira.
O novo comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Sérgio Simões, nomeado no sábado após a exoneração do coronel Pedro Marcos Machado, durante a crise provocada pela invasão do quartel-general da corporação por manifestantes, disse ontem que a principal preocupação é normalizar o atendimento à população.
— É o momento de tomar pé das coisas e tranquilizar a cidade — disse Simões. — Digo aos bombeiros que temos uma responsabilidade com a população. O que aconteceu nos agride — acrescentou o oficial, que foi coordenador de planejamento de segurança do Corpo de Bombeiros para o Pan de 2007.
Simões também criticou a postura dos colegas manifestantes:
— O quartel do Comando Central é um santuário da corporação. A invasão é inaceitável e imperdoável.
Segundo o promotor militar Leonardo Cunha, que acompanha o caso, os 439 presos responderão por três crimes: motim (de 4 a 8 anos de prisão), dano (de 1 a 6 anos) e impedimento ao socorro (3 a 6 anos), de acordo com o Código Penal Militar.
Enquanto Simões garante que a normalidade será mantida, bombeiros dizem que só estão atendendo a casos de emergência extrema. Segunda-feira, os militares vão estar nos quartéis, mesmo os que estão de folga, como forma de protestar.
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