sexta-feira, 10 de junho de 2011

Para comandante dos bombeiros, crise terminou

Sérgio Simões afirmou que presos responderão a processo disciplinar

POR CELSO OLIVEIRA

Rio - O comandante-geral do Corpo de Bombeiros e secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões afirmou, em entrevista na tarde desta sexta-feira, que de acordo com o ponto de vista disciplinar, a crise na corporação terminou. Segundo ele, os bombeiros libertados na madrugada de hoje deverão voltar a seus quartéis de origem. Simões também afirmou que nenhum deles será realocado.

"Como comandante, estou muito feliz com a libertação dos bombeiros, pois agora volto a contar com a totalidade da tropa", afirmou Simões.

Bombeiros estão presos no quartel de Charitas desde sábado | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia

O comandante afirmou que os 439 bombeiros vão responder a um processo disciplinar, mas que não pode dar maiores detalhes sem ter conhecimento do inquérito. De acordo com Simões, os casos serão analisados individualmente e só depois poderá fazer qualquer pronunciamento.

Questionado sobre negociações salariais, o comandante informou que, como chegou há pouco tempo, ainda não conversou com o secretário estadual de Planejamento. Antes, pretende se reunir com as lideranças da corporação, para conhecer melhor suas reivindicações, para só então voltar a conversar com o Governo do Estado.

Simões fez questão de reiterar que tem plenos poderes para negociar com os bombeiros, respondendo pelo governador, até que este se pronuncie em contrário.


Vídeo mostra bombeiros sendo informados sobre a decisão da Justiça

Registro feito pelo repórter Francisco Edson Alves

Justiça manda soltar todos os 439 bombeiros presos

A Justiça concedeu, na madrugada desta sexta-feira, um habeas corpus que garante liberdade a todos os bombeiros presos. O recurso foi pedido por parlamentares da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados e atendido pelo desembargador Cláudio Brandão.

"Convencido de que a manutenção da prisão não mais se justifica, defiro a liminar requerida e concedo liberdade provisória aos militares presos no episódio mencionado na petição inicial e que constam na relação", informa a decisão do desembargador.

Na quinta-feira os deputados Alessandro Molon (PT-RJ), Dr. Aluízio (PV-RJ) e Protógenes Queiroz (PC do B-SP) estiveram reunidos com os presos e com manifestantes na Alerj. Hoje eles irão aos quartéis para comunicar a decisão judicial.

"Nós estamos muito felizes (com a liberdade dos bombeiros). Eu e os deputados Protógenes Queiroz e Dr. Aluízio estamos contribuindo para o fim desta crise que estava deixando a nossa cidade em um estado complicado. A manutenção da prisão estaria colocando em risco a ordem pública e isso poderia desestabilizar as coisas por aqui e em outros estados, que já começavam a se mobilizar. Espero continuar contribuindo para um Rio e um Brasil melhores", disse o deputado Alessandro Molon à Rádio Band News.

Nesta sexta-feira, policiais militares, que não quiseram se identificar, fizeram denúncias de que estão sendo impedidos de trabalhar caso demonstrem solidariedade ao movimento por libertação e melhores condições salariais ao Corpo de Bombeiros. O problema acontece especialmente no Batalhão de Choque.

Em solidariedade aos bombeiros, muitos policiais foram trabalhar com camisas vermelhas ou faixas da mesma cor colocadas nas fardas. De acordo com as denúncias, o coronel Rocha, do Batalhão de Choque teria impedido a saída destes PMs para o trabalho nas ruas.

"Fomos impedidos de sair do quartel pelo coronel Rocha, do Choque. Não pudemos sair pelo simples fato de estarmos de camisas ou acessórios vermelhos, indicando que apoiamos o movimento dos bombeiros. Cheguei às 8h e ainda estou aqui", disse um PM à Rádio Band News.

Parentes de policiais militares também fizeram denúncias de que os PMs não podem deixar os quartéis para trabalhar. Na quinta-feira, o comandante-geral da corporação, coronel Mário Sérgio, pediu que os militares evitassem colocar faixas vermelhas em solidariedade aos bombeiros.

A PM declarou que apenas pediu que os bombeiros não deixassem os quartéis com camisas ou faixas vermelhas e que os mesmos, aproximadamente 30, alegaram que não tinham outras blusas para vestir. A corporação informou que todos foram liberados.
Na quinta-feira, Mário Sérgio esteve no Batalhão de Choque e orientou a tropa a não ostentar fitas vermelhas distribuídas por bombeiros na farda ou nas viaturas como muitos têm feito.

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