quinta-feira, 20 de março de 2008

Registrados mais 2.053 casos de dengue em apenas um dia

Ministro José Gomes Temporão determinou a montagem de um gabinete de crise.Secretário Côrtes foi a primeira autoridade a admitir que o Rio vive uma epidemia de dengue.

Do G1, no Rio, com informações da TV Globo entre em contato
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Foram notificadas em apenas um dia mais de duas mil confirmações de casos de dengue na cidade do Rio de Janeiro. A Secretaria municipal de Saúde também confirmou nesta quinta-feira (20) a 30ª morte por dengue na capital. Segundo a secretaria, a vítima foi uma menina de 14 anos, moradora da Praça Seca, na Zona Oeste, que morreu em um hospital de Jacarepaguá. Até esta quinta (20), foram registrados 23.555 casos da doença, 2.053 notificações a mais do que na quarta (19).

Gabinete de crise

Na quarta, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, determinou a montagem de um gabinete de crise no Rio de Janeiro para o combate da dengue no município. Segundo o Ministério, os secretários de Vigilância em Saúde, Gerson Penna, e de Atenção à Saúde, José Noronha, ficarão responsáveis por acompanhar a evolução da situação da doença junto com o governo de estado.
A intenção é que o governo federal, estado e Forças Armadas trabalhem juntos. Nesta quinta, o Ministério da Defesa informou que está fazendo um levantamento junto às Forças Armadas para identificar os recursos que, “apesar das limitações das Forças na área de saúde”, possam ser utilizados no apoio ao estado do Rio no combate à dengue. Entre as medidas anunciadas pelo Ministério da Saúde estão a contratação de pessoal em caráter emergencial para redobrar o combate ao mosquito e garantir o atendimento aos doentes.

Epidemia

O secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes foi a primeira autoridade fluminense a admitir, nesta quinta, que o Rio vive uma epidemia de dengue. Ele pediu desculpas à população pelas filas nas emergências dos hospitais, reconheceu que não há como resolver o problema da demora, mas ressaltou que é importante que as pessoas com suspeita de dengue procurem um médico e aguardem o tempo que for necessário para o atendimento. Na próxima semana, começam a funcionar centrais de hidratação de doentes, mantida pela Secretaria estadual de Saúde, em três locais da Zona Oeste. No Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá, e nas Unidades de Pronto-Atendimento de Santa Cruz e Campo Grande. O governo vai montar grandes tendas com ar condicionado e até 80 poltronas em cada uma, para que as vítimas da dengue possam receber soro na veia. A medida pode evitar o agravamento da doença. Nesta quinta foram abertas dez vagas na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital estadual Pedro Segundo para tratar de casos graves. Na próxima semana, 80 leitos serão criados no Hospital Anchieta, no Caju, na Zona Portuária, 60 para crianças. O reforço também será feito em unidades da prefeitura. Pelo menos 50 leitos de hospitais que eram usados para pacientes internados por outras doenças serão destinados a vítimas da dengue. O município diz que médicos e enfermeiros estão sendo treinados para diagnosticar a doença de forma mais rápida. E que 900 novos profissionais estão sendo contratados.

Troca de acusações

No entanto, o ministério criticou a atuação da prefeitura no combate à doença. Um dos problemas seria a baixa cobertura do programa de saúde da família, que atualmente cobriria apenas 8% da população do município. O prefeito rebateu as críticas por e-mail. Cesar Maia disse que em 2001, quando assumiu o segundo mandato no Rio demitiu Temporão da subsecretaria municipal de Saúde e que por isso, o ministro não o perdoa. Sobre o atual surto de dengue, o prefeito disse que todos os servidores municipais foram treinados. Ele afirma que a prefeitura caminha para a eliminação de óbitos em seus hospitais, desde que o paciente chegue no momento dos sintomas. O prefeito do Rio também critica a atitude do Ministério da Saúde em relação aos hospitais federais instalados no Rio. Ele ressalta que as emergências do Hospital de Bonsucesso e no do Fundão estão fechadas. Diz ainda que quase a metade das mortes por dengue na cidade do Rio ocorreram no Hospital Federal Cardoso Fontes, e que o ministro Temporão nada fez a respeito dos fatos.

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