Rio - Mesmo após ter o seu mandato cassado por decisão da Justiça Eleitoral, na noite desta quarta-feira, a ex-vereadora Carminha Jerominho (PTdoB) apareceu na Câmara nesta quinta-feira, onde discursou falando sobre o caso. "Eu vou sair de cabeça erguida. As famílias Natalino e Jerominho elegem deputados porque têm força política", disse. Funcionários do gabinete da ex-vereadora também trabalharam normalmente nesta quinta.
A vereadora saindo de seção na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Foto de Carlo Wrede / Ag. O DIA
Em seu discurso, Carminha citou que a única vereadora que tem algo contra ela é Andréa Gouvêia Vieira, que revidou e acabou gerando um bate-boca rápido. O Tribunal Regional Estadual informou que não vai se pronunciar sobre a possibilidade de a Câmara não cumprir a determinação judicial.
Com a perda do mandato de Carminha, Gilberto Lima é o indicado para assumir o cargo, já que é o primeiro suplente. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral ele foi o mais votado (7,7 mil votos).
Carminha e seus funcionários não foram os únicos a desrespeitar a decisão da Justiça Eleitoral. Em sessão extraordinária, na noite de quarta-feira, o presidente da casa, Jorge Felipe, não acatou a medida e manteve Carminha no plenário na votação sobre a venda de 70 áreas do metrô.
Mesmo com o protesto do vereador Stepan Nercessian (PPS), que questionava a presença de Carminha após o anúncio do recebimento da notificação da perda do mandato, Jorge Felipe afirmou que encaminharia o documento para a procuradoria geral da casa para só depois da análise se pronunciar.
Carminha é acusada de captação irregular de recursos para sua campanha eleitoral no ano passado. A vereadora teria arrecadado fundos antes do prazo legal estabelecido pela legislação eleitoral.
De acordo com a notificação da 228ª Zona Eleitoral, Carminha arrecadou R$ 44,1 mil antes do início do prazo para captação. O montante é quase metade do valor arrecadado em toda a campanha.
Carminha chegou a ser presa pela Polícia Federal durante a campanha acusada de integrar esquema de curral eleitoral para beneficiar candidatos ligados às milícias que atuam na Zona Oeste do Rio. Ela é filha do ex-vereador Jerônimo Guimarães (PMDB), o Jerominho, e sobrinha do ex-deputado estadual Natalino Guimarães (ex-DEM), ambos presos acusados de liderar a milícia Liga da Justiça, que atua em Campo Grande.
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