sábado, 27 de junho de 2009

Câmara do Rio afasta Carminha

Mesa diretora acata decisão de juiz após receber notificação determinando cumprimento imediato. Advogado vai recorrer

POR RICARDO VILLA VERDE, RIO DE JANEIRO

Rio - A vereadora Carminha Jeromino (PTdoB) foi afastada da Câmara do Rio ontem, pela Mesa da Diretora da Casa. A Mesa decidiu cumprir sentença do juiz Eduardo Oberg, da 228ª Zona Eleitoral, cassando o mandato de Carminha por arrecadação irregular de recursos e gastos ilícitos durante a campanha eleitoral de 2008.
Apesar de a Procuradoria da Câmara ter entendido que Carminha deveria ser ouvida antes de ser afastada do cargo, o presidente da Casa, vereador Jorge Felippe (PMDB), disse que decidiu afastá-la porque o juiz notificou-o ontem de que a sentença deveria ser cumprida imediatamente. “O ofício tem termos absolutamente claros. Ela não poderia mais exercer seu mandato na Câmara”, explicou Felippe.
Carminha não foi localizada ontem para comentar o fato. Seu advogado e presidente regional do PTdoB, Vinícius Cordeiro, disse que vai recorrer à Justiça para tentar liminar suspendendo a decisão da Mesa. “Foi uma decisão equivocada. Ela não poderia ser afastada sem ter direito de defesa”, disse ele. Cordeiro acusou o juiz de ter constrangido o presidente da Câmara, o que Jorge Felippe nega. “Não houve constrangimento nenhum”, disse Felippe.
Na segunda-feira, a Mesa da Câmara se reúne para decidir sobre a convocação do substituto de Carminha. Felippe disse que vai aguardar orientação da Procuradoria e da Justiça Eleitoral. Pela lista de suplentes das eleições de 2008, o substituto é Doutor Gilberto (PTdoB).
O advogado de Carminha disse que também vai recorrer à Justiça Eleitoral na segunda-feira, para tentar suspender a decisão do juiz.
Tentativa de anular votações
A participação de Carminha em votações na quarta e na quinta-feira, após emissão da sentença de cassação de seu mandato, gerou polêmica. O vereador Paulo Messina (PV) disse que vai recorrer à Justiça para anular as votações, especialmente a que liberou a venda de terrenos do Metrô. “O voto dela foi decisivo em um destaque”, explica Clarissa Garotinho (PMDB), que apóia Messina. O presidente Jorge Felippe, porém, alega que Carminha “ainda estava no exercício do mandato”.

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