domingo, 28 de junho de 2009

Polícia Federal lança novo programa para montar retratos falados

projeto horus

Repare no rosto mostrado neste post. Você já o viu antes? Pode estar certo de que não, e nem o verá: o rapaz das várias versões vistas aqui — executivo, turista, idoso e até numa precisando de um corte de cabelo urgente — não existe. Ele foi criado pelo programa Horus, um software para confecção de retratos falados que a Polícia Federal lançará na próxima terça-feira, em Brasília.

Simulações de disfarces feitas pelo programa Horus. Divulgação / INI / DPF

O Horus foi desenvolvido desde 2005 pelo Setor de Perícia Papiloscópica (Sepap) do Instituto Nacional de Identificação (INI) da PF. Segundo o papiloscopista da Polícia Federal Leonardo Freire, o programa é o único no mundo com suas características. E saiu praticamente de graça:
— O software que usávamos anteriormente só produzia imagens em preto e branco, e a licença para cada computador custava R$ 20 mil. O Horus permite trabalhar com tons e texturas de pele, roda em Windows e teve custo baixo no seu desenvolvimento.


O Horus em funcionamento. Divulgação / INI / DPF

As imagens são geradas pelo Horus em alta definição. O programa tem um banco de dados com cinco mil imagens (olhos, narizes, bocas, roupas etc), que pode ser aumentado. Também podem ser inseridas marcas, como cicatrizes e verrugas. Até o fim deste ano, o Horus deverá estar sendo usado por todas as delegacias da PF.
Marcos Elias de Araújo, diretor do INI, lembra que o Horus também pode ser usado para atualizar fotos de pessoas desaparecidas:
— O retrato falado é um eficiente meio para localização de pessoas procuradas pela polícia. Com a tecnologia do programa Horus, as composições a partir de agora serão mais rápidas. O programa também permite projetar o envelhecimento de uma pessoa, o que ajudará os órgãos policiais a identificar pessoas desaparecidas, principalmente as crianças.
O banco de dados do Horus foi montado a partir de fotos, que foram desmontadas e alteradas. Com isso, nenhum dos "pedaços" usados na confecção do retrato falado efetivamente existe, explica o papiloscopista Cláudio Miranda de Andrade, que participou da criação do software.

Simulação de envelhecimento feita pelo programa Horus. Divulgação / INI / DPF

— Uma de nossas maiores dificuldades foi reproduzir os diversos tons de pele do brasileiro — explica ele.
Na prática, o programa dá à testemunha dois retratos principais e cinco miniaturas, que vão sendo montados segundo as informações.
Segundo Cláudio Andrade, o INI está aberto a fazer convênios para ceder o programa e treinar técnicos nas polícias civis dos estados.

Caso de Polícia - Extra Online

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