sexta-feira, 26 de junho de 2009

Coronel diz que operação no Vidigal não tem hora para acabar

PM está no local em busca de paiol e traficantes. Um PM morreu

POR BARTOLOMEU BRITO, RIO DE JANEIRO

Rio - Na tarde desta sexta-feira, o clima já é de tranquilidade no Morro do Vidigal, em São Conrado, Zona Sul do Rio. Cerca de 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), 23º BPM (Leblon) e Batalhão Florestal, com apoio de um helicóptero e três carros blindados, fazem operação na comunidade desde o fim da madrugada.
Segundo o coronel Lima Castro, o objetivo é checar informações do Disque-Denúncia sobre a localização de um paiol de armas e esconderijos de traficantes. As equipes também tentam cumprir cerca de dez mandados de prisão. "Os trabalhos não têm data nem hora marcada para acabar", disse.

Foto: Severino Silva / Agência O Dia

Cerca de 200 homens estão espalhados na favela | Foto: Severino Silva / Agência O Dia

Já houve intenso tiroteio com traficantes e a Avenida Niemeyer precisou ser fechada. Um policial militar e um bandido morreram. Uma moradora foi baleada, mas passa bem. Um rapaz foi preso com moto roubada.
"A exceção de um policial nosso que foi mortalmente ferido, o balanço é favorável. Já temos apreensão de veículos, apreensão de munições, apreensão de material de gato net, armamento, então, um balanço favorável", afirma o tenente coronel Lima Castro. Ele ainda acrescenta: 'Neste momento a situação está sob controle, está bastante tranquila. Nós ainda estamos batendo alguns locais, algumas informações que nós temos. O que nós esperamos é que a população possa nos ajudar, tendo essas informações e acrescentando outras".


>> FOTOGALERIA: A guerra entre policiais e traficantes na favela


Quando os policiais chegaram ao Vidigal, antes das 6h, houve um intenso tiroteio com traficantes, que obrigou o tráfego a ser fechado na Avenida Niemeyer por cerca de duas horas, segundo os moradores.. A CET-Rio diz que a via expressa só ficou fechada por 45 minutos.
Durante a troca de tiros, o agente Elias da Silva Júnior, do Serviço Reservado do Batalhão do Leblon, foi baleado e morreu no Hospital Miguel Couto, na Gávea, também Zona Sul da cidade. Ele estava subindo a favela, pela entrada em frente ao número 789 da Avenida Presidente João Goulart, no local conhecido como Largo do Santinho, quando foi surpreendido por traficantes. O carro, que foi rebocado para o quartel, está com muitos tiros de fuzil e com muito sangue do policial.
Gregória Maria dos Santos, de 28 anos, também foi baleada, por uma bala perdida, na perna esquerda, quando passava pelo local, próximo a uma farmácia da comunidade. Ela também foi levada para o Hospital Miguel Couto, não corre risco de morrer e de receber alta nesta tarde.
Um traficante, conhecido com "Zoião", também morreu no confronto. Ele chegou a ser levado para o Hospital na Gávea por um blindado da PM, mas não resistiu aos ferimentos.
Policiais encontraram uma central clandestina de TV por assinatura no alto da favela. No local e em outros pontos, foram apreendidos materiais como fios, receptores, antenas, armas, munição, drogas, roupas pretas, peças de veículos roubados. Robson Goulart, 20 anos, foi preso com uma moto roubada. Ele disse que comprou de um traficante. O rapaz é lutador profissional de boxe e também entregador de quentinhas.
O comércio no alto da favela funciona normalmente. Os moradores estão saindo de casa, mas cerca de 1400 alunos do Vidigal não estudaram essa manhã. As aulas foram suspensas em duas creches e duas escolas da região. O policiamento está reforçado nos principais acessos ao Vidigal.

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