quinta-feira, 25 de junho de 2009

Laudo comprova que menina austríaca sofria maus tratos, diz delegado

Delegado vai indiciar tia e prima da vítima pelo crime.
Ele ainda pretende ouvir os médicos que socorreram a criança.

Alba Valéria Mendonça Do G1, no Rio

 

O laudo do Instituto Médico Legal de Duque de Caxias deixa claro que a menina austríaca Sophie Zanger, de 4 anos, vinha sofrendo maus tratos, disse o delegado Aguinaldo Ribeiro, da 36º DP (Santa Cruz).

O documento confirma que a morte da criança, no último dia 19, foi causada por traumatismo craniano provocado por ação contundente.
O delegado disse nesta quinta (25) que deve concluir o inquérito e enviá-lo à Justiça na próxima terça-feira (30). Ribeiro vai ouvir na sexta-feira (26), dois médicos que tiveram contato com a menina.

“Quero juntar o maior número de provas para poder concluir o caso até terça-feira. O laudo não deixa dúvidas de que a criança era agredida constantemente e em datas diferentes. A tia (Giovana dos Santos) e a prima (Lílian dos Santos) deverão ser indiciadas por maus tratos e, possivelmente por tortura”, disse o delegado.

O laudo cadavérico da menina mostra marcas e manchas provocadas em diferentes datas, como uma cicatriz cirúrgica antiga na cabeça. Ela tinha marcas nas pernas, coxas e glúteos, segundo o delegado.

Depoimento de vizinhos

Em depoimento prestado nesta quinta-feira na 36ª DP, o casal Márcio Alves de Souza e Edilaine Barbosa, vizinhos de Giovana dos Santos, tia da menina Sophie Zanger, contaram que costumavam ouvir choro de criança quase todas as noites.
Segundo o casal, que tem um filho de 1 ano e 7 meses, não se tratava de um choro de criança “manhosa”. Eles relataram também que algumas vezes ouviram barulhos parecidos com móveis sendo arrastados e batidas de porta.
“Quase toda noite ouvíamos choro de criança. Às vezes ela chamava pela mãe. Como tenho um filho pequeno, sabia que não era um choro de criança quando está enjoada. Era um choro parecido um pouco com desespero”, disse Edilaine, ao deixar a delegacia.

Pai vai a Brasília

O pai de Sophie, o empresário austríaco Sasha Zanger esteve na última terça-feira (23), em Brasília. Acompanhado do embaixador da Áustria, ele teve um encontro com o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior.
Sasha pediu apoio para agilizar os processos de liberação do corpo da menina para ser enterrado na Áustria, e também para conseguir a guarda do filho de 12 anos – que está sob a guarda provisória da avó de criação Anayá Rocha. O empresário também pediu ajuda para resolver um processo aberto pela mãe das crianças, a brasileira Maristela dos Santos – que sofre de problemas psiquiátricos – de cárcere privado.
Em 2008, alguns meses depois de Maristela ter fugido para o Brasil trazendo os filhos do casal sem o consentimento de Sasha, ela foi localizada por um detetive contratado pelo empresário. O casal entrou em acordo e, às vésperas de voltar para a Áustria, Maristela teria rasgado as passagens e fugido para a casa de sua mãe de criação Anayá Rocha, acusando Sasha de tê-la mantido junto com as crianças em cárcere privado.

G1 > Edição Rio de Janeiro

Nenhum comentário: