José Accioly - de Grande Recife
O Comando da Aeronáutica e da Marinha do Brasil informaram, neste sábado (6), que encontraram dois corpos das vítimas do voo AF 447, da empresa Air France, que caiu em águas marinhas brasileiras no último dia 31. Ambos são do sexo masculino. Além disso, foram localizados destroços do avião. Os objetos e as vítimas estavam à 849 quilômetros da costa da ilha de Fernando de Noronha e a 69,5 quilômetros a nordeste do local onde a aeronave relatou a pane elétrica. As buscas de objetos do avião foi ampliada para 200 mil quilômetros quadrados da região onde foram encontrados os objetos e as vítimas.
Segundo o tenente-coronel e chefe da assessoria de comunicação da Aeronáutica, Henry Wender Muñoz, a prioridade agora é localizar corpos e destroços. "Essa rotina permanecerá nos próximos dias de busca", disse o oficial, na coletiva de imprensa no Cindacta 3, no Recife, na noite deste sábado. Os detalhes dos objetos encontrados e do estado dos corpos serão informados somente aos parentes da vítimas, após a perícia.
Segundo informações oficiais, por volta das 4h, o radar do avião R99 (foto acima) identificou diversos pontos eletrônicos no mar e o avião Hércules C-130, da Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou visualmente, por volta das 6h, a presença dos objetos no mar. Por volta das 8h14, o navio corveta Caboclo recuperou uma poltrona azul, de série 23701103833-0, da aeronave. Às 9h10, a embarcação avistou o primeiro corpo, que somente foi recolhido 20 minutos depois. Uma mochila contendo um notebook e uma cartão de vacinação foram localizados às 9h50. Às 10h18, uma pasta de couro com o bilhete do voo AF 447 também foi identificado na mesma região. O segundo corpo só foi encontrado às 11h13. "Encontramos também parte das asas da aeronave e outros itens", contou Muñoz.
O material foi transferido para a fragata Constituição F 42 (foto acima) , que cuidou do transporte até uma distância de 300 quilômetros da ilha, onde um helicoptero Blackhawk vai conduzir os destroços e as vítimas a Fernando de Noronha. A previsão de chegada dos corpos não foi confirmada pelo comando do Cindacta 3, mais informações extra-oficiais dão conta que os objetos e os corpos chegariam a ilha na manhã do domingo, sendo, posteriormente, transferidos para o Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife. "Quando os corpos chegarem em Fernando de Noronha, eles serão catalogados pelos cinco peritos da Polícia Federal de Brasília e serão encaminhados para a Capital Pernambucana, onde serão identificados a partir de uma série de exames", destacou o tenente-coronel.
A corveta Caboclo (foto acima) e o navio-patrulha Grajaú continuarão as buscas por novos materiais e corpos no mar nos próximos dias. O capitão-de-fragata da Marinha, Gilcemar Tabosa Cardoso, confirmou que a operação de resgate conta com o apoio de aeronaves e radares franceses e americanos. "Elaboramos um planejamento onde o avião R99, equipado com um radar noturno, vai sobrevoar a área dos destroços. Caso localize mais objetos, aeronaves da FAB vão indicar os navios da Marinha a localização correta para resgate do material, que serão recolhidos e trazidos para Pernambuco", explicou Cardoso.
O cônsul-geral da França no Nordeste, Yves Lo-Pinto, apareceu no Cindacta 3 no último sábado, por volta das 19h. Questionado pela Imprensa sobre a presença do representante do governo francês, Henry Wender, ele resumiu que se tratava de uma "questão política". Segundo informações não confirmadas, Lo-Pinto teria visitado o IML do Recife no sábado, por volta das 16h.
IML
A Polícia Civil (PC) de Pernambuco isolou a área em volta do Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife, localizado no bairro de Santo Amaro. As ruas Pedro Afonso, Treze de Maio e do Pombal foram fechadas para facilitar a chegada dos corpos ao instituto. Ao todo, foram designadas 15 viaturas, sendo três do Corpo de Bombeiros (CB), quatro da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) e oito da PC. Ainda segundo informações extra-oficiais, caso sejam localizados mais de 150 corpos e fragmentos nos próximos dias, o IML do Recife funcionará exclusivamente na identificação das vítimas. A demanda diária do órgão vai ser transferida para hospitais pública da Região Metropolitana do Recife.
Nenhum comentário:
Postar um comentário