sábado, 6 de junho de 2009

Após tentar falar com parentes, presidente de associação deixa hotel

Ela perdeu o marido no acidente da TAM em 1996.
Air France informa que, por ora, só familiares têm acesso ao hotel.

Rodrigo Vianna Do G1, no Rio

Foto: Fabrício Costa/G1

Foto: Fabrício Costa/G1

Sandra Assali é presidente da Associação Brasileira de Parentes e Amigos das Vítimas de Acidentes Aéreos (Foto: Fabrício Costa/G1)

Sem conseguir falar com parentes de passageiros que estavam no voo 447, da Air France, que desapareceu após partir do Rio de Janeiro, no domingo (31), com destino a Paris, a presidente da Associação Brasileira de Parentes e Amigos das Vítimas de Acidentes Aéreos (Abrapava), Sandra Assali, deixou o hotel Windsor, na Barra da Tijuca, onde os familiares estão hospedados, na manhã deste sábado (6). 

Cobertura completa: voo 447

Sandra afirmou que foi impedida pela Air France de entrar na sala de convenções - onde se encontra a maioria dos parentes. “Eu vim aqui para dar apoio e auxílios aos familiares. Queremos ajudar. Nós só queremos entregar um documento que possa ajudar os parentes com possíveis dúvidas nessa hora. Estamos voltando para casa sem poder falar com eles”, disse.
A assessoria de imprensa da Air France informou que, devido à situação especial, só os parentes das vítimas do voo 447 tem autorização para entrar na área restrita.
De acordo com a presidente da associação, ela foi chamada por um familiar de um dos passageiros e veio para o Rio para atendê-lo. Sandra disse, ainda, que em mais de 40 acidentes aéreos no Brasil, essa é a primeira vez que a Abrapava é impedida de falar com os parentes das vítimas.
“Entendemos que a companhia aérea possui sede na França e respeitamos as suas leis, mas o que não podemos aceitar é nos impedir de falar com as famílias de passageiros brasileiros. Voltamos para casa aguardando um novo contato”, completou.
Além disso, na sexta-feira (5), Sandra Assali, que perdeu o marido em um acidente aéreo em 1996 - todos os passageiros que estavam no Foker 100 da TAM morreram -, lembrou que os parentes de vítimas têm um caminho árduo pela frente.
“Todos têm que saber que tem direito a receber um seguro obrigatório automático. Esse seguro viria pela França. Mas tem que chegar logo para ajudar as pessoas a contratarem advogados. A indenização nesses casos deve ser de 100 mil euros”, disse.
O clima é tranquilo na manhã deste sábado em frente ao Windsor, na Barra. Nenhum dos parentes dos passageiros saiu do hotel. De acordo com a Abrapava, os familiares disseram que deverão continuar hospedados até que haja uma resposta sobre o desaparecimento do avião da Air France.

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