quarta-feira, 2 de abril de 2008

Prefeitura anuncia medidas para reforçar e humanizar atendimento a doentes

Médicos receberão mais para aumentar carga horária e 83 postos abrirão aos sábados.
Hospital de Acari será inaugurado nesta quinta-feira, mas sem emergência.

Daniella Clark Do G1, no Rio

Depois de 44 mortes confirmadas só no município do Rio e do caos no atendimento que tomou conta de postos e hospitais, a Prefeitura do Rio anunciou nesta quarta-feira (2) uma série de medidas para reforçar e humanizar o atendimento nas unidades médicas. As ações incluem desde o reforço na carga horária de até 900 profissionais, aumentando o número de postos abertos no fim de semana para 83, até a distribuição de repelentes a vítimas da doença. Além disso, o Hospital de Acari será finalmente inaugurado nesta quinta-feira (3), após ficar desde 2004 de portas fechadas.

Em entrevista coletiva, o secretário municipal de Saúde, Jacob Kligerman, afirmou que, desse total de vagas para reforço de carga horária, 40% foram aceitas por médicos e enfermeiros que já atuam na rede de saúde do Rio. As demais poderão ser preenchidas por residentes e até médicos aposentados que queiram retornar à ativa.

A prioridade é para especialidades como clínica médica, pediatria e saúde pública. Esses profissionais vão receber R$ 2,5 mil por mês, por quatro plantões de 24 horas. Os gastos da prefeitura com essa medida chegarão a R$ 1 milhão por mês.

Locais onde há mais incidência serão priorizados

Com esse reforço no atendimento, a Prefeitura vai ampliar, já neste fim de semana, o número de postos abertos aos sábados e domingos. Do total de 145 unidades, 83
abrirão aos sábados e 15 aos domingos. Desses, seis continuarão funcionando 24 horas e os demais abrirão as portas das 8h às 17h. A prioridade será dada para os locais onde há mais incidência da doença.
A Prefeitura enviou ainda ao Ministério da Saúde um pedido de extensão de carga horária para 797 funcionários federais que atuam em hospitais municipalizados. Entre esses médicos federais estão ortopedistas e neurocirurgiões, entre outras especialidades.
“Esses profissionais dariam um reforço nesse momento difícil de surto de dengue”, disse o secretário, que afirmou que não serão contratados médicos de outros estados.

Repelentes e biscoitos nas filas

Segundo Jacob Kligerman, serão distribuídos a partir de segunda-feira (7) repelentes fitoterápicos, fabricados pela própria prefeitura, aos pacientes vítimas de dengue que estiverem em atendimento ambulatorial:
“Nós também queremos humanizar o atendimento, distribuindo água e biscoito nas filas.”
Já o Hospital de Acari, depois de anos de portas fechadas, será inaugurado nesta quinta-feira (3) com apenas 58 de sua capacidade de 398 leitos. A unidade contará ainda com 30 áreas para hidratação. Segundo o secretário, o atendimento será referenciado, ou seja, a população será encaminhada para o hospital e não haverá, neste primeiro momento, emergência ou atendimento direto.

Segundo a Prefeitura, haverá transporte das unidades de saúde até o local. O atendimento será ampliado em parcelas, segundo Kligerman, e o hospital deve estar atuando com sua capacidade total em um ano.

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