quarta-feira, 23 de abril de 2008

Armados contra a dengue

Tripulantes do maior navio de guerra do mundo, americanos no Rio não esquecem o repelente

João Ricardo Gonçalves

O porta-aviões USS George Washington tem 90 m de altura e 333 m de comprimento, onde cabem 80 aeronaves. Foto: Uanderson Fernandes / Agência O DiaRio - Como muitos estrangeiros que chegam à cidade, os tripulantes do USS George Washington, o maior navio de guerra do mundo, atracaram no Rio segunda-feira impressionados com a paisagem e a fim de festa, mas não se esqueceram da dengue. Eles não só vieram ‘armados’ de repelentes e roupas compridas, como também ajudaram e doaram sangue. Com a extensão de três campos de futebol e ‘habitado’ por mais de 4 mil pessoas, o porta-aviões está no País para participar de exercícios militares com as Marinhas brasileira e argentina.

Além de planejar possíveis forças navais multinacionais, o treinamento Unitas servirá para praticar a abordagem e identificação de embarcações de traficantes de drogas, pessoas e mercadorias piratas. Mas a possibilidade de fazer turismo foi comemorada a bordo.

“Quem não gostaria de parar no Rio? Conheci a cidade em 1989, em outro Unitas, e achei a cidade uma das mais bonitas do mundo. Ainda não tive chance de desembarcar, mas meus marinheiros estiveram em terra firme na noite passada e, pelo que ouvi, gostaram muito”, disse o comandante da embarcação, Philip Cullom.

Quem desembarcou assistiu a um vídeo sobre dengue e recebeu um pequeno frasco de repelente e camisinhas. “Estive em Copacabana ontem e achei muito bonito. Disseram para a gente usar manga comprida, mas estava muito calor e então só passei o repelente”, contou a marinheira Antonia Williams, 19 anos.

Dimensões e o poderio bélico impressionam

O USS George Washington faz parte da série de porta-aviões Nimitz, conhecida como as maiores embarcações do gênero. De seus 90 metros de altura — duas vezes a da Estátua do Cristo Redentor — e 333 metros de comprimento, a máquina exibe números que a fazem ter poderio bélico maior do que países inteiros.

Movido a energia nuclear, o meganavio pode operar por 20 anos sem reabastecer. O porta-aviões pode carregar mais de 80 aeronaves, entre eles caças F18 Superhornet, que decolam de 18,2 mil metros quadrados de convés. Ao todo, a embarcação pesa 97 mil toneladas. A cozinha serve 18 mil refeições diariamente, para até 6.250 tripulantes.

O comando do navio só não confirma — mas também não nega, por motivos de segurança — a presença de armas atômicas.

JATOS E BOMBAS NA FESTA DO DIA DA AVIAÇÃO

Caças fizeram manobras no céu e bombardearam alvos inimigos ontem em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. As aeronaves e os mísseis são de guerra, mas a missão era de festa: comemorar o Dia da Aviação de Caça. O vaivém de jatos supersônicos, os lançamentos de bombas e disparos de canhões foram as formas que a Força Aérea Brasileira (FAB) encontrou para festejar a data e homenagear os primeiros pilotos de caça do Brasil, que criaram o Esquadrão Senta a Pua e participaram da 2ª Guerra Mundial.

Sob os olhares atentos de militares e seus familiares, seis caças desfilaram sobre a Base Aérea e ex-combatentes foram homenageados. No Estande Operacional, 11 caças mostraram sua capacidade de ataque lançando 24 bombas em três alvos montados no campo do estande para representar bases inimigas. Um dos ex-combatentes homenageados foi o major-brigadeiro José Rebelo Meira Vasconcelos, 85 anos, que participou de 93 missões de guerra: “Toda vez que venho aqui tenho a impressão de que ganho alguns dias de vida”. Dos 49 pilotos que guerrearam, só ele e mais dois estão vivos. Apaixonado por aviação, o ator Max Fercondini, que pilota avião monomotor, se encantou com a exibição. (Andréa Uchôa)

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