sábado, 19 de abril de 2008

Perícia revela os últimos momentos antes do assassinato de Isabella Nardoni

Extra

Montagem de fotos de Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni escoltados pela polícia

RIO - A "TV Globo" teve acesso, neste sábado, às conclusões da perícia técnica que trabalhou no caso Isabella. Segundo uma reconstituição baseada nas provas coletadas, o pai da menina assassinada, Alexandre Nardoni, teria jogado a menina do sexto andar do edifício London, na capital paulista. Explica ainda os últimos momento da vida da garota e novos detalhes do crime que abalou o país (leia também: Tecnologia ajuda a esclarecer caso Isabella ).

Infográfico mostra as marcas do crime, as pistas no apartamento e as muitas versões

A perícia confirmou que havia pingos de sangue de Isabella no carro da família : na cadeirinha de bebê, num estofado (atrás do banco do motorista) e entre os bancos do Ford Ka. Ainda havia sangue nas roupas do pai e da madrasta, Anna Jatobá.

Os pingos de sangue reaparecem no corredor; seguem até a sala - onde tudo indica que a menina foi deixada por um tempo, pois havia uma maior concentração de sangue -; e as marcas de sangue ainda estão presentes nas camas que ficam perto da janela, estas borradas pelo chinelo do pai de Isabella.

Ainda de acordo com a perícia, Alexandre Nardoni teria passado as pernas e, depois, o tronco de Isabella pelo buraco feito na tela de proteção da janela. Os técnicos da polícia ainda descobriram que o pai teve que empregar grande força para segurar a filha pelos braços, pois havia fibras da tela fortemente presas à camisa de Alexandre.

Por último, a perícia ainda percebeu marcas que teriam sido feitas por Isabella do lado de fora da janela, logo abaixo do parapeito, mostrando o esforço que Alexandre teria feito antes de jogá-la do sexto andar (leia também: Pai e irmã de Alexandre Nardoni vão depor na terça-feira ).

Casal é indiciado por homicídio doloso qualificado

O interrogatório do casal no 9º Distrito Policial, no Carandiru, levou a polícia a indiciar o casal por homicídio doloso (com intenção) qualificado por motivo torpe, crueldade e impossibilidade de defesa da vítima, pois houve contradições entre Anna Jatobá e Alexandre. A madrasta foi ouvida das 20h30m de sexta-feira até a 1h30m de sábado. Fontes da polícia disseram que Anna respondeu a todas as perguntas e foi lacônica. Quando perguntada sobre o sangue no carro e na fralda, a madrasta usou a mesma resposta: "desconheço".

O interrogatório de Alexandre durou pouco mais de oito horas, das 11h45m às 19h50m de sexta-feira, e ele chegou a chorar ao ver as fotos da filha. Enquanto o pai de Isabella era interrogado pelos delegados Calixto Calil Filho e Renata Pontes, Anna Jatobá esperava. Às 4h40m, o casal deixou a delegacia sob protesto de curiosos, que gritavam palavras como "assassino" e "justiça". Segundo fontes da polícia, a prisão preventiva do casal deve ser pedida na próxima terça-feira (leia também: Pai e madrasta devem ser convocados para reconstituição do crime ).

Nenhum comentário: