Processo seletivo despertou interesse de PMs de outros estados e de militares.
Os concursos realizados depois do filme tiveram, ao todo, quase 1 mil inscritos.
Do G1, no Rio
Divulgação
Policiais fazem treinamento em escadaria. (Foto: Divulgação)
“O pessoal está achando que vai fazer mais sucesso com as mulheres, que vai ganhar mais dinheiro”.
Foi assim que o preparador físico do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), Jorge Otero, justificou a procura recorde pelos dois últimos concursos do Bope realizados após o filme “Tropa de Elite”, que tiveram, juntos, quase 1 mil inscrições.
O número de interessados triplicou. O concurso realizado em janeiro, para o curso de ações táticas (CAT) recebeu 567 inscritos, mais de três vezes a média histórica de 180 candidatos.
O processo seletivo que será concluído neste mês de abril também não fica por baixo. O curso de operações especiais (COESP), teve 413 inscritos - dos quais 27 candidatos eram de outros estados - número também muito superior à média histórica de 120 interessados.
Essa procura expressiva por parte de policiais e militares de outras instituições e estados, aliás, também é novidade. Militares da Força Aérea Brasileira, Policiais Civis e PMs do Espírito Santo, de Pernambuco e de Alagoas disputaram vagas no curso.
Jorge acredita que o grande número de inscritos se deva ao sucesso do longa-metragem, mas explica que, ainda assim, poucos conseguem passar pelos testes.
'Ele pedem pra sair mesmo', diz preparador físico
“Vamos começar uma turma agora, com 55 homens. São 25 oficiais e sargentos, 25 para cabos e soldados e cinco oficiais de outros estados. Os treinamentos começam na segunda quinzena de abril. Se sobrarem 15 já vai ser muito. Eles pedem para sair mesmo”, brinca ele, lembrando que, dos 567 inscritos no CAT realizado em janeiro, só sobraram 18.
Não há um número pré-determinado de vagas para trabalhar no Bope. Vão entrar para o batalhão todos que, desse grupo de 55, ‘resistirem’ ao curso.
Caminho das pedras
Para ingressar no Bope, há apenas esses dois caminhos: o concurso para o curso de ações táticas (CAT) e o concurso para o curso de operações especiais (COESP).
O primeiro qualifica apenas para incursões em favelas e resgate de reféns, o segundo é um treinamento mais longo, que prepara para todo tipo de ação especial.
Para fazer esses concursos é preciso ser policial militar concursado no Estado do Rio ou pertencer a uma instituição que se disponha a pedir ao Comando Geral da PMERJ, através de documento hábil, a vaga no curso desejado.
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