domingo, 6 de abril de 2008

Caso Isabella: menia foi espancada, dizem peritos

Rio - Isabella Oliveira Nardoni foi espancada antes de cair ou ser jogada da janela do 6º andar do prédio em que seu pai, o consultor jurídico Alexandre Alves Nardoni, 29 anos, e a madrasta, Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, 24, moravam. Segundo a Agência Estado, essa foi a conclusão de peritos criminais e médicos-legistas envolvidos na apuração do caso depois de reunião quinta-feira, no Instituto Médico-Legal (IML) em São Paulo.
Além do médico-legista responsável pelo exame do corpo — Laércio de Oliveira César — outros dois foram destacados para o caso. “O corpo apresenta várias escoriações e hematomas próprios de pancadas”, atestou perito que teve acesso aos dados preliminares do IML.

Isabella sofreu e a prova seriam manchas no pulmão associadas ao processo de asfixia. Havia manchas vermelhas no coração e as pontas dos dedos estavam arroxeados, sinal de desoxigenação dos tecidos. Entretanto, a suspeita maior dos peritos é que ela tenha sido sufocada. Apesar de todas as análises, ainda não foi definido se ela morreu pela asfixia ou pela queda.

A perícia também achou vestígios de sangue nas roupas deixadas no apartamento vizinho ao de Alexandre, mas exame de DNA vai apontar se eram dele. O pai e a madrasta voltam a depor amanhã e sua defesa prepara lista de suspeitos para entregar à polícia, além do pedido de habeas corpus. Uma nova reconstituição do caso também será marcada. Ontem, a mãe de Isabella, Ana Carolina de Oliveira, fez 24 anos e disse esperar justiça.

‘ELA NÃO QUERIA ME VER TRISTE’

ENTREVISTA: ANA CAROLINA CUNHA DE OLIVEIRA, mãe de Isabella

Ana Carolina Cunha de Oliveira fez 24 anos ontem e após nova missa pela filha recebeu manifestações de apoio. Muitas pessoas sugeriram a criação de uma ONG com o nome de Isabella e ela disse que quer ajudar outras mães.

— Como é fazer aniversário sem Isabella?
-Gostaria muito que este dia fosse maravilhoso. Estou tentando manter a serenidade.
— Como fica serena?
— Não faço esforço. Sou assim mesmo e continuarei sendo assim, pela minha filha. A vida continua. Devo voltar a trabalhar.
— Seu depoimento foi fundamental para a prisão do pai e da madrasta de Isabella?
— Não obtive nenhuma informação de que o meu depoimento fez com que isso acontecesse.
— A solução demora?
— Eu quero que haja o tempo necessário para que se faça justiça.
— Você usa a camisa ‘Para sempre nossa estrelinha’...
— Minha filha deveria estar ao meu lado, que é o lugar dela. Mas com certeza está num lugar melhor que a gente agora. Ela deve ter virado uma estrela.
— Como será sua vida?
— Vou levar a minha vida para frente, por tudo que já tínhamos juntas.
— Isabella faria 6 anos dia 18. Fariam algo especial?
— Estávamos programando festa para ela. Seria rosa e azul, como ela gostava.
— E a saudade?
— Isabella sempre foi feliz, ativa e lutou por tudo que queria. Não gostava de me ver triste. Não vou sofrer. Eu vou só sentir saudade.

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