quarta-feira, 8 de abril de 2009

Justiça determina que 40% dos ônibus circulem na Baixada Fluminense

Sindicato afirma que, mesmo com greve, medida já está sendo cumprida.
Segundo a Fetranspor, seis ônibus foram depredados.

Do G1, no Rio

O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região determinou nesta quarta-feira (8) que o sindicato dos rodoviários deve garantir a circulação de, no mínimo, 40% da frota de ônibus nos sete municípios atingidos pela greve.  
O sindicato afirmou que realizará uma assembleia para decidir se a greve será mantida. O sindicato engloba funcionários dos municípios de Nilópolis, Belford Roxo, Mesquita, São João de Meriti, Japeri e Queimados, todos na Baixada Fluminense.

Caso haja descumprimento da medida do TRT, a multa diária será de R$ 50 mil. Segundo o diretor do sindicato dos rodoviários, Nilo Dias, medida já estava sendo levada em conta.

“Os 40% exigidos pelo Tribunal Regional do Trabalho já estão sendo cumpridos”, afirma o diretor.

Terceira paralisação

Os dirigentes do Sindicato dos Rodoviários de Nova Iguaçu decidiram nestas quarta-feira manter a greve de ônibus iniciada à meia-noite em sete municípios. É a terceira paralisação no estado em menos de 15 dias.

Segundo Nilo Dias, as negociações com a TransÔnibus (sindicato das empresas de ônibus de Nova Iguaçu) não avançaram.

Ônibus depredados

A Fetranspor explicou que seis ônibus foram depredados, sendo dois deles em Nilópolis. A empresa entrou com ação na Justiça para contestar a constitucionalidade da greve.

Ainda segundo a Fetranspor, a greve atinge cerca de 900 mil pessoas.

Poucos ônibus em Nova Iguaçu

Ampliar Foto Foto: Alba valéria Mendonça/G1 Foto: Alba valéria Mendonça/G1

Rodoviários protestam contra os baixos salários da categoria (Foto: Alba valéria Mendonça/G1)

Em Nova Iguaçu, o movimento de ônibus foi bastante reduzido. No Terminal Rodoviário da cidade, poucos ônibus circularam pela manhã. Os passageiros recorreram às vans, kombis e trens.

A SuperVia, concessionária do transporte ferroviário do Rio, informou que disponibilizou trens extras para atender aos passageiros prejudicados pela greve. Segundo a concessionária, o fluxo de passageiros aumentou em 30%, e até o momento não há registro de tumulto.
Motorista da empresa Evanil, José Rocha, que trabalha na linha Nova Iguaçu-Central do Brasil, acredita que a greve deverá ser mantida até o final do dia. Os rodoviários reivindicam um aumento de 20%, enquanto os empresários propõem um reajuste de 7%.

“Acho que se os patrões subirem a proposta em mais 2%, o pessoal volta a trabalhar. Aqui na Baixada estamos ganhando muito pouco. O salário mais alto de motorista aqui é de R$ 1.171, enquanto que em São Paulo o pessoal ganha quase R$ 2 mil. Além do mais querem dar um aumento só de R$ 10 na cesta básica. Isso é muito pouco. O pessoal está revoltado”, disse o motorista.

Passageiros reclamam da greve

Ampliar Foto Foto: Alba valéria Mendonça/G1 Foto: Alba valéria Mendonça/G1

Passageiros esperam por ônibus em Nova Iguaçu (Foto: Alba valéria Mendonça/G1)

Passageiros que aguardavam ônibus no terminal de Nova Iguaçu, como Josiane Santos, reclamaram dos prejuízos da greve, apesar de compreenderem o esforço da categoria.
“Tem pouco ônibus circulando e as vans estão lotadas. Já liguei para o meu trabalho para avisar que vou chegar muito mais tarde. Entendo a reivindicação dos motoristas, mas o grande problema é que são sempre os passageiros os maiores prejudicados nas greves”, lamentou a diarista.
Já o funcionário público Adão Costa de Moura disse que a greve não o afetou. Morador de Bangu, na Zona Oeste, ele costuma ir para o trabalho em Nova Iguaçu de trem. E contou que apesar de chegar na estação mais cedo, não conseguiu evitar os trens lotados. Adão aguardava no terminal de Nova Iguaçu por um ônibus com destino ao subúrbio do Rio.
“Agora, tenho de ir de ônibus porque para o bairro que vou não dá para ir de trem. Vou ter de esperar um pouquinho, mas isso faz parte”, disse Moura.

G1 > Edição Rio de Janeiro

Nenhum comentário: