quinta-feira, 23 de abril de 2009

Após bate-boca no STF com Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes diz que 'não há crise , não há arranhão' na imagem do Supremo

 Isabel Braga - O Globo; CBN; GloboNews TV

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, durante entrevista depois de encontro com o presidente da Câmara, deputado Michel Temer, no Congresso - Foto de Roberto Stuckert Filho - O Globo

 

BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse nesta quinta-feira que a imagem do Judiciário não foi afetada pela discussão que teve na véspera com o ministro Joaquim Barbosa no plenário da mais alta corte do país. Na sessão, Barbosa acusou o presidente do STF de estar "destruindo a credibilidade da Justiça brasileira". (Veja o vídeo da discussão no Blog do Noblat)

Gilmar Mendes minimizou a repercussão do bate-boca - o mais agressivo já visto na corte. Segundo o presidente do STF, "não há crise" institucional. Na mesma linha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o ocorrido está "longe de representar uma crise" e comparou a situação a uma briga de futebol. Ao "Jornal Hoje", da Rede Globo, Joaquim Barbosa disse que não comentaria o episódio, e que continuaria trabalhando normalmente.

(Leia mais: Discussões são rotina no STF)

- Sobre isso não vamos falar, está superado. O tribunal já manifestou. Não há crise, não há arranhão - disse Gilmar Mendes, que esteve na Câmara para discutir a tramitação dos projetos do Pacto Republicano, assinado dia 13 de abril. (Para você, a imagem da Justiça sai arranhada com o bate-boca no STF?)

O presidente do STF ressaltou o trabalho que vem sendo realizado no tribunal.

- É um tribunal que, os senhores sabem, tem trabalhado muito bem. Temos tidos resultados expressivos, vocês podem avaliar. A imagem do judiciário é a melhor possível - afirmou o ministro.

Ele defendeu também o modelo adotado pelo Supremo de sessões ao vivo:

- Há uma discussão, alguns juízes propõem a revisão deste modelo ( de sessões ao vivo do STF) , mas é um modelo que está estabelecido.

Na acalorada discussão, Joaquim Barbosa chegou a dizer que Gilmar tem capangas; o presidente do STF não quis fazer comentários sobre isto e também não respondeu quando os jornalistas quiseram saber o motivo da discussão.

Sobre isso não vou falar - disse Gilmar.

 

Gilmar quis aprovar nota de repúdio a Joaquim Barbosa

 

Depois do bate-boca da quarta-feira, a crise se instalou na corte. Barbosa foi embora sem falar com ninguém. Gilmar convocou reunião a portas fechadas com os ministros. Ellen Gracie, que não fora ao tribunal, foi a única ausente. Depois de três horas, os ministros divulgaram nota de apoio a Gilmar. O documento é assinado por oito ministros: Cezar Peluso, Ayres Britto, Marco Aurélio, Carmen Lúcia, Menezes Direito, Celso de Mello, Eros Grau e Ricardo Lewandowski. Todos, com exceção de Gilmar, Joaquim e Ellen Gracie.

"Os ministros do Supremo Tribunal Federal que subscrevem esta nota, reunidos após sessão plenária de 22 de abril de 2009, reafirmam a confiança e o respeito ao senhor ministro Gilmar Mendes na sua atuação institucional como presidente do Supremo, lamentando o episódio ocorrido nesta data", diz a nota.

Na reunião, Gilmar queria aprovar nota de repúdio a Joaquim Barbosa. Carmen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Ayres Britto se recusaram. Só aceitariam assinar nota se não houvesse menção ao nome do colega. O texto foi negociado na tentativa de reforçar a defesa institucional do STF na figura do presidente da Corte. A sessão desta quinta foi cancelada.

    Extra Online

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