terça-feira, 21 de abril de 2009

Corrida para salvar a vida da pequena Juliana

Marido de enfermeira assassinada conta o drama na noite do crime

'Respira, respira, pelo amor de Deus”, suplicava o funcionário público Anderson Pinheiro Lopes, 32 anos, enquanto tentava socorrer a mulher Leslie, com o rosto desfigurado por um tiro, depois da tentativa de assalto em Maria da Graça. Em desespero, no caminho até o Hospital Salgado Filho, no Méier, Anderson segurava a mão da mulher, grávida de seis meses, que estava inconsciente e perdia muito sangue. A enfermeira Leslie Lima, 33, conseguiu resistir até dar a luz à pequena Juliana e morreu logo depois.
“Praticamente invadimos a ambulância do Samu. Anderson chorava muito. De repente, o bebê chorou e, neste momento, Anderson sorriu, dizendo: ‘ela está viva, gente!”, disse a pediatra Denise Baptista Soares, que levou Juliana até a Maternidade Carmela Dutra.

FELICIDADE E TRISTEZA

Anderson visitou a menininha ontem de manhã. Fez fotos com o celular e disse que Juliana se parecia com a mãe. “Pude tocar nela pela abertura da incubadora. Foi uma mistura de felicidade e tristeza, porque minha mulher não estava ali”, desabafou. Segundo o diretor da maternidade, Mário Celso Lima, o quadro é grave, mas as chances dela sobreviver são grandes. Não há previsão de alta, pois a menina, de 1,1 quilo, precisa chegar a 2,5 quilos para deixar a UTI.

Anderson e Leslie se conheceram em janeiro de 2007, em um site de jogo de cartas. Formaram um grupo de amigos até que começaram a namorar. A gravidez foi inesperada, mas o casal ficou muito feliz e curtia cada momento.

O nascimento de Juliana e a dor pela perda de Leslie uniram ainda mais a família do casal. A enfermeira perdeu a mãe a dois anos e a tia passou a acompanhá-la. Em fevereiro, no dia do aniversário de Leslie, as duas voltavam do Shopping Nova América e passaram pela esquina das ruas Miguel Gama e Fernando Esquerdo, onde Leslie foi baleada, pouco antes de um tiroteio. “Quando soubemos do que nos livramos, ela disse: ‘tia, que susto. Deus protegeu a mim e ao meu bebê’. E sábado, tudo aconteceu ali”, disse Jandira. “São uns monstros esses que levaram a vida da minha linda. Leslie era muito amada e Juju será ainda mais. Vou lavar as roupinhas dela e vamos fazer uma festa de um ano muito colorida, como Leslie queria”, completou.

Em busca de suspeitos, PM mata três no Jacarezinho

Para prender os assassinos da enfermeira, 100 homens da PM invadiram ontem a Favela do Jacarezinho. Houve confronto com os traficantes e três deles morreram. Segundo a polícia, Renato Carlos de Oliveira, o Renatinho, 24 anos, — acusado de liderar bando que rouba carros na área do grande Méier — é suspeito de ter participado do crime.

As fotografias dos três bandidos mortos foram mostradas ao marido da vítima, Anderson Pinheiro Lopes, na 44ª DP (Inhaúma), mas ele não os reconheceu.

O coronel Marcus Jardim Gonçalves, comandante do 1º Comando de Policiamento de Área disse que através do Disque-Denúncia a PM tem recebido muitas informações: “Foi um destes informes que nos levaram até o Jacarezinho”.

O DIA ONLINE - RIO

Um comentário:

Anônimo disse...

quero saber se a menina eta melhor porque nao passa nenhuma reporgaem sobre o caso estou muito aflita
obrigado!!