quarta-feira, 2 de abril de 2008

Especialistas indicam: mosquiteiro é a melhor proteção contra dengue

Segundo eles, repelentes não são 100% seguros e requerem cautela contra uso excessivo.
Grávidas e crianças de até 2 anos devem ouvir médicos para escolher melhor proteção.

Alícia Uchôa Do G1, no Rio

Em tempos de epidemia de dengue, medo de ser a próxima vítima e dúvidas sobe qual é a melhor proteção são comuns. Repelentes líquidos, hidratantes, elétricos, inseticidas. São muitas opções e muitos os cuidados que se deve ter na hora de escolher como se proteger. Segundo especialistas, o ideal é conciliar mais de um método e não abrir mão da maneira mais tradicional de lidar com o mosquito:

“O mosquiteiro é a forma mais eficiente de se proteger”, atesta Bernardo Gaia, especialista em dermatologia e infectologia para medicina de viagem, que investiga e previne possíveis infecções a viajantes ao redor do mundo.

“Além da cama, tem carrinho de bebê com mosquiteiro, berço com mosquiteiro e até mosquiteiro para rede. É para ser usado de dia e de noite. E, importante, mosquiteiro é para colocar em volta de você. Só tela não adianta porque o mosquito não entra só pela janela”, avisa a pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunização, Isabella Ballalai.
Segundo os especialistas, há no mercado mosquiteiros impregnados de inseticidas, que além de não deixar o mosquito passar, matam o inseto quando tentam furar a barreira. Mas, apesar da validade de cinco anos certificada pena Anvisa, custam caro: cerca de R$ 200.

Repelentes tradicionais

Tido como herói nos dias de hoje, os repelentes devem ser tratados com parcimônia. “A reaplicação deve ser feita e é fundamental, porque ele sai com o suor e tem tempo de ação”, explica Gaia, lembrando que deve-se seguir a recomendação dos fabricantes. “A aplicação não é para ser rotineira, só quando o risco é alto. Mas o problema, com tantas crianças morrendo, é a limitação no repelente de crianças”, alerta Isabella.
Segundo ela, há repelentes que só podem ser aplicado em maiores de 12 anos e, alguns, em crianças menores. “Não é recomendado para crianças abaixo de 6 meses. Em maiores de 3 anos, no máximo, três aplicações diárias. Abaixo de 2, é preciso conversar com o pediatra sobre riscos e benefícios”, sugere a médica, que recomenda que as grávidas também procurem seus médicos antes que escolherem a proteção.
De maneira geral, os repelentes são compostos de duas substâncias: a dietiltoluamida, conhecida como DEET, e a picaridina. De acordo com indicações da Organização Mundial de Saúde, as concentrações satisfatórias dos componentes devem ser de 30% a 50%, se feito a base de DEET, ou de 7% a 15%, se feito com picaridina.

Repelentes elétricos, spray ambiente e fumacê

Os dois médicos explicam que a eficácia dos repelentes elétricos é ainda mais questionável. “Funciona, mas pouco. Nunca devem ser utilizadas como única estratégia”, diz Gaia.
“Criança alérgica, asmática, pode ter uma crise respiratória pelo uso do repelente de parede”, pondera Isabella, que indica sprays de ambiente. “O ideal é passar na ausência das crianças, mas nos cantinhos da casa, embaixo da cortina...”, ensina ela.
Para Gaia, os carros fumacê são mitos. “A gota tem que acertar o mosquito e o ganho é muito pequeno. É uma coisa mais paliativa, mais visual, para acalmar as pessoas, do que algo com bom resultado”, assegura o médico, que enfatiza:

“O repelente não tem que ser agradável para a gente, tem que ser desagradável para mosquito”.

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