Claudia Andrade
Do UOL Notícias
Em Brasília
Protégenes dá entrevista coletiva na Câmara dos Deputados
Mesmo depois de conseguir autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para ficar calado durante seu depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Escutas Telefônicas, na Câmara, o delegado da PF (Polícia Federal) Protógenes Queiroz disse hoje que ainda tem o que revelar sobre a Operação Satiagraha.
"No caso da Satiagraha, já foram revelados muitos dados e ainda estão para serem revelados muitos outros para a população brasileira", afirmou, em entrevista coletiva concedida na Câmara dos Deputados.
O delegado disse estar sofrendo "pressões" e citou um fato relacionado a pessoas de sua família. "Tiveram dois membros da minha família que foram demitidos sumariamente de seus empregos - não vou aqui entrar em detalhes nem revelar o porquê e as razões - mas, em breve, todos ficarão sabendo a forma como foram processadas essas demissões".
"Sofri busca e apreensões em locais onde não encontraram nada, só com o intuito de causar algum constrangimento - que de fato causou", acrescentou.
O delegado explicou que o pedido de habeas corpus foi feito por conta dos rumores de que ele poderia sair preso de seu depoimento aos parlamentares. O ministro Carlos Alberto Menezes Direito, do STF, concedeu o habeas corpus preventivo na manhã desta quarta.
"Em nenhum momento eu ouvi de nenhum membro da CPI que havia predisposição para tal ato. Mesmo assim, (pedi o habeas corpus) a fim de evitar qualquer tipo de constrangimento que porventura poderia acontecer em um ato importante, histórico, dentro do parlamento, dentro de uma comissão que tem desempenhado um trabalho importante para o país, que é desvendar interceptações clandestinas", afirmou.
O delegado da Polícia Federal tinha um depoimento marcado para hoje, que foi adiado para o próximo dia 8 (quarta-feira). "Vou reeditar tudo aquilo que antes eu falei para a população, da nossa indignação contra os fatos que estão sendo veiculados, nossa indignação contra a inversão de papéis que está ocorrendo, que os investigadores passaram a ser investigados, e numa correlação de força política jamais vista no país, em tudo o que vem a ser noticiado tentam desqualificar o trabalho que foi realizado pelos policiais da operação Satiagraha. Notadamente, o alvo maior desses insultos, dessas agressões desmedidas, de todos esses atos injustos que diuturnamente estão praticando é contra o delegado Protógenes que está aqui", ressaltou.
O delegado que participou da operação que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, além de Celso Pitta e Naji Nahas, finalizou a entrevista dizendo não ter medo de ninguém. "Eu não temo ninguém, não tenho medo de ninguém, não temo a nada, só a Deus".
Do UOL Notícias
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