quarta-feira, 1 de abril de 2009

Mesmo após habeas corpus, Protógenes diz que ainda tem o que revelar sobre a Satiagraha

Claudia Andrade
Do UOL Notícias
Em Brasília

José Cruz/ABr

Protégenes dá entrevista coletiva na Câmara dos Deputados

Mesmo depois de conseguir autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para ficar calado durante seu depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Escutas Telefônicas, na Câmara, o delegado da PF (Polícia Federal) Protógenes Queiroz disse hoje que ainda tem o que revelar sobre a Operação Satiagraha.
"No caso da Satiagraha, já foram revelados muitos dados e ainda estão para serem revelados muitos outros para a população brasileira", afirmou, em entrevista coletiva concedida na Câmara dos Deputados.
O delegado disse estar sofrendo "pressões" e citou um fato relacionado a pessoas de sua família. "Tiveram dois membros da minha família que foram demitidos sumariamente de seus empregos - não vou aqui entrar em detalhes nem revelar o porquê e as razões - mas, em breve, todos ficarão sabendo a forma como foram processadas essas demissões".
"Sofri busca e apreensões em locais onde não encontraram nada, só com o intuito de causar algum constrangimento - que de fato causou", acrescentou.

O delegado explicou que o pedido de habeas corpus foi feito por conta dos rumores de que ele poderia sair preso de seu depoimento aos parlamentares. O ministro Carlos Alberto Menezes Direito, do STF, concedeu o habeas corpus preventivo na manhã desta quarta.
"Em nenhum momento eu ouvi de nenhum membro da CPI que havia predisposição para tal ato. Mesmo assim, (pedi o habeas corpus) a fim de evitar qualquer tipo de constrangimento que porventura poderia acontecer em um ato importante, histórico, dentro do parlamento, dentro de uma comissão que tem desempenhado um trabalho importante para o país, que é desvendar interceptações clandestinas", afirmou.
O delegado da Polícia Federal tinha um depoimento marcado para hoje, que foi adiado para o próximo dia 8 (quarta-feira). "Vou reeditar tudo aquilo que antes eu falei para a população, da nossa indignação contra os fatos que estão sendo veiculados, nossa indignação contra a inversão de papéis que está ocorrendo, que os investigadores passaram a ser investigados, e numa correlação de força política jamais vista no país, em tudo o que vem a ser noticiado tentam desqualificar o trabalho que foi realizado pelos policiais da operação Satiagraha. Notadamente, o alvo maior desses insultos, dessas agressões desmedidas, de todos esses atos injustos que diuturnamente estão praticando é contra o delegado Protógenes que está aqui", ressaltou.
O delegado que participou da operação que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, além de Celso Pitta e Naji Nahas, finalizou a entrevista dizendo não ter medo de ninguém. "Eu não temo ninguém, não tenho medo de ninguém, não temo a nada, só a Deus".

Do UOL Notícias

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