segunda-feira, 20 de abril de 2009

Marido de grávida morta em assalto não reconhece suspeitos

Reconhecimento por fotografias aconteceu na tarde desta segunda (20).
Delegado afirma que investigação continua com trabalho de inteligência.

Vivianne Banharo Do G1, no Rio

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Foto: Vivianne Banharo / G1

Anderson Pinheiro prestou depoimento nesta segunda-feira (20) (Foto: Vivianne Banharo / G1)

Anderson Pinheiro Lopes, marido da grávida morta em assalto no último sábado (18), em Maria da Graça, subúrbio do Rio, prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (20), na 44ª DP (Inhaúma). Muito abatido, ele não quis dar declarações, mas o delegado que investiga o caso, Carlos Eduardo Almeida, disse que não houve identificação de suspeitos.
“Ele não conseguiu ver os bandidos, devido a baixa luminosidade no local do crime. Infelizmente, neste dopoimento não houve grandes revelações, somente a formalização de declarações já conhecidas”, explicou o delegado.

O marido já havia afirmado para a polícia que não tem condições de fazer um retrato falado porque estava com a cabeça baixa no momento do assalto. Mas conseguiu descrever o suspeito como um homem pardo de 18 anos, aproximadamente, e estatura mediana.

Durante o depoimento, Anderson viu fotografias de suspeitos. Mas até mesmo a polícia admite que é difícil o reconhecimento dessa forma. “É pouco provável que ele identifique assim. Vamos investir em um trabalho de inteligência, apurando denúncias para chegar a nomes. Queremos trazer os suspeitos para tentar fazer um reconhecimento pessoal”, completou.
Policiais mostraram uma motocicleta para a vítima, na esperança de tentar identificar o modelo usado no assalto. Na ocasião quatro homens armados, em duas motos, abordaram o casal.

O delegado admite que vai ser difícil chegar aos culpados, mas ainda tem esperanças. “Já passei por casos parecidos, com poucas informações, mas de repente aparece uma boa pista, investigamos e chegamos à autoria. Pode acontecer”, disse o policial, que fez um apelo para que possíveis testemunhas entrem em contato com o Disque Denúncia ou diretamente com a delegacia.

 

                     Investigação

 

O delegado afirmou, ainda, que as equipes da delegacia estão fazendo um trabalho de investigação e levantamento de dados.

“Tenho três equipes na rua hoje (segunda), não posso informar a localização por questões de segurança, mas nossa intenção é trazer suspeitos para um possível reconhecimento pelo Anderson Pinheiro Lopes, marido da vítima fatal”, revela, dizendo que os suspeitos seriam da Favela do Jacarezinho, no subúrbio do Rio.

 

                     Operação da PM

 

Policiais do 3º BPM (Méier) e do Batalhão de Operações Especiais foram, na manhã desta segunda-feira (20), à Favela do Jacarezinho, no subúrbio do Rio. O objetivo seria encontrar os assassinos da enfermeira Leslie Lima. Os suspeitos não foram localizados.

Segundo o coronel Marcos Jardim, comandante da 1ª CPA (Companhia de Policiamento de Área), três suspeitos que estariam portando pistolas morreram em confrontos. Jardim contou que uma das pistolas seria da Polícia Civil. Ele afirma que a operação ainda teve a intenção de cumprir mandatos de prisão e de combater o tráfico de drogas, além de apreender armas.

 

                       Morte durante assalto

 

Leslie estava na 28ª semana da gravidez. Anderson Pinheiro Lopes, marido da vítima, contou que saiu imediatamente do carro, mas a mulher ficou nervosa e se atrapalhou ao tentar tirar o cinto de segurança. Ele acha que o criminoso atirou por causa disso.
Sua filha Juliana nasceu com 1,6 quilo e foi internada na UTI neonatal da Maternidade Carmela Dutra, no Lins. Os médicos disseram que ela está em observação, mas passa bem. Não há previsão de alta.

 

                                Enterro

 

O enterro da enfermeira de 33 anos foi marcado pela emoção dos parentes. Leslie Lima estava grávida de seis meses e já programava um chá para comemorar a chegada do bebê, uma menina.
“Nós íamos marcar para maio. A gente fica abismada e em estado de choque. Nós víamos acontecer com as outras pessoas e achávamos que não ia acontecer com a gente. Agora não. Agora, a gente fica com medo”, lamenta uma jovem que não quis se identificar.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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