Delegado vai ouvir 20 funcionários da SuperVia que estavam no local.
Suspeitos de agressão podem responder por lesão corporal dolosa.Cláudia Loureiro Do G1, no Rio
Foi identificado e está sendo ouvido nesta quinta-feira (16) o policial militar que estava na estação de trem de Madureira e é suspeito de não reprimir a agressão a passageiros na quarta (15).
A informação foi confirmada pela assessoria da PM, que também afirma que foi aberta uma sindicância para apurar o caso.
A PM disse ainda que não é atribuição da corporação fazer segurança nas plataformas, mas que pode atuar se for chamada.
Em entrevista na segunda-feira (13), no Palácio Laranjeiras, o secretário estadual de Transporte, Julio Lopes, manifestou sua preocupação com a extinção do Batalhão Ferroviário da Polícia Militar (BPFer), em janeiro, e a necessidade de formar uma equipe de agentes preparados para substituir os militares e atuar nas estações.
“Precisamos pensar em uma nova força tarefa para conter a questão de abertura de portas, que é uma coisa complicada, que nós sabemos. Mas o BPFer foi extinto e a Supervia tinha que levar um tempo para equipar tropas e fazer essas intervenções”, disse.
Com a extinção do BPFer, o grupo de 300 policiais foi reduzido para 90 homens e a equipe passou a se chamar Grupamento de Policiamento Ferroviário.Delegado vai ouvir 20 funcionários da SuperVia
O delegado Júlio da Silva Filho, da 29ª DP (Madureira), quer ouvir todos os funcionários da SuperVia que estavam trabalhando na estação de Madureira nquarta-feira (15) quando passageiros foram agredidos com socos, pontapés e até chicoteados. Segundo ele, cerca de 20 pessoas devem comparecer à delegacia nos próximos dias para prestar esclarecimentos sobre o caso.
As imagens mostram, pelo menos, quatro funcionários, já demitidos , participando da ação. Além deles, um policial militar, também flagrado, é suspeito de não ter impedido os atos de violência.
"Estamos trabalhando para trazer os autores até a delegacia para que sejam ouvidos. Além deles, todos que trabalhavam naquele dia também serão ouvidos", diz o delegado, que ainda não conseguiu confirmar quando começarão os depoimentos.
Segundo ele, os suspeitos envolvidos na agressão podem responder por lesão corporal dolosa, quando a intenção de provocar o dano.
Os agentes demitidos eram funcionários de uma empresa terceirizada. Eles disseram que tentavam retirar pessoas que estavam em cima dos vagões e que alguns passageiros teriam reclamado do atraso que isso estava provocando. Os agentes teriam dito também que alguns ususários começaram a xingar e até teriam cuspido neles, que acabaram perdendo o controle.
Segundo a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp), há fiscais nas ruas todos o dias nos trens, barcas e metrô. A ouvidoria informou que recebe por mês cerca de 40 reclamações falando da Supervia. As principais são atrasos em trens, problemas com os cartões de embarque, e falta de atendimento de informações.Sindicato mantém greve
O presidente do Sindicato dos Ferroviários, Walmir Lemos, informou decidiu manter a greve porque a SuperVia se comprometeu a readmitir apenas sete dos 11 funcionários demitidos nos últimos quatro meses. Segundo Walmir, quatro funcionários foram demitidos sem inquérito administrativo. Além disso, o Sindicato reivindica melhores condições de segurança para os maquinistas e usuários das linhas de trem.
Suspensos ramais de Saracuruna e Belford Roxo
Depois do horário de rush, os intervalos dos trens aumentaram nesta quinta-feira (16) no Rio. Os ramais de Saracuruna e de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, continuam cancelados. A Linha Nova Iguaçu, do ramal Japeri, que operou nesta manhã, também foi suspensa. As informações são da SuperVia, concessionária da via.
Em nota, a concessionária informou que decidiu suspender a circulação de trens nos ramais Belford Roxo e Saracuruna e está concentrando todos os esforços nos ramais Deodoro, Santa Cruz e Japeri.
Não há registro de tumulto nas estações. No entanto, passageiros reclamam nesta manhã de atrasos e superlotação. Muitos denunciaram que as composições estão saindo com as portas abertas.
G1 > Edição Rio de Janeiro
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