quinta-feira, 16 de abril de 2009

Identificado PM suspeito de não reprimir agressão a passageiros em Madureira

 

Delegado vai ouvir 20 funcionários da SuperVia que estavam no local.
Suspeitos de agressão podem responder por lesão corporal dolosa.

Cláudia Loureiro Do G1, no Rio

Foi identificado e está sendo ouvido nesta quinta-feira (16) o policial militar que estava na estação de trem de Madureira e é suspeito de não reprimir a agressão a passageiros na quarta (15).

A informação foi confirmada pela assessoria da PM, que também afirma que foi aberta uma sindicância para apurar o caso.

A PM disse ainda que não é atribuição da corporação fazer segurança nas plataformas, mas que pode atuar se for chamada.

Em entrevista na segunda-feira (13), no Palácio Laranjeiras, o secretário estadual de Transporte, Julio Lopes, manifestou sua preocupação com a extinção do Batalhão Ferroviário da Polícia Militar (BPFer), em janeiro, e a necessidade de formar uma equipe de agentes preparados para substituir os militares e atuar nas estações.
“Precisamos pensar em uma nova força tarefa para conter a questão de abertura de portas, que é uma coisa complicada, que nós sabemos. Mas o BPFer foi extinto e a Supervia tinha que levar um tempo para equipar tropas e fazer essas intervenções”, disse.
Com a extinção do BPFer, o grupo de 300 policiais foi reduzido para 90 homens e a equipe passou a se chamar Grupamento de Policiamento Ferroviário.

Delegado vai ouvir 20 funcionários da SuperVia

O delegado Júlio da Silva Filho, da 29ª DP (Madureira), quer ouvir todos os funcionários da SuperVia que estavam trabalhando na estação de Madureira nquarta-feira (15) quando passageiros foram agredidos com socos, pontapés e até chicoteados. Segundo ele, cerca de 20 pessoas devem comparecer à delegacia nos próximos dias para prestar esclarecimentos sobre o caso.

As imagens mostram, pelo menos, quatro funcionários, já demitidos , participando da ação. Além deles, um policial militar, também flagrado, é suspeito de não ter impedido os atos de violência.

"Estamos trabalhando para trazer os autores até a delegacia para que sejam ouvidos. Além deles, todos que trabalhavam naquele dia também serão ouvidos", diz o delegado, que ainda não conseguiu confirmar quando começarão os depoimentos.

Segundo ele, os suspeitos envolvidos na agressão podem responder por lesão corporal dolosa, quando a intenção de provocar o dano.

Os agentes demitidos eram funcionários de uma empresa terceirizada. Eles disseram que tentavam retirar pessoas que estavam em cima dos vagões e que alguns passageiros teriam reclamado do atraso que isso estava provocando. Os agentes teriam dito também que alguns ususários começaram a xingar e até teriam cuspido neles, que acabaram perdendo o controle.
Segundo a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp), há fiscais nas ruas todos o dias nos trens, barcas e metrô. A ouvidoria informou que recebe por mês cerca de 40 reclamações falando da Supervia. As principais são atrasos em trens, problemas com os cartões de embarque, e falta de atendimento de informações.  

Sindicato mantém greve

O presidente do Sindicato dos Ferroviários, Walmir Lemos, informou decidiu manter a greve porque a SuperVia se comprometeu a readmitir apenas sete dos 11 funcionários demitidos nos últimos quatro meses. Segundo Walmir, quatro funcionários foram demitidos sem inquérito administrativo. Além disso, o Sindicato reivindica melhores condições de segurança para os maquinistas e usuários das linhas de trem.  

Suspensos ramais de Saracuruna e Belford Roxo

Depois do horário de rush, os intervalos dos trens aumentaram nesta quinta-feira (16) no Rio. Os ramais de Saracuruna e de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, continuam cancelados. A Linha Nova Iguaçu, do ramal Japeri, que operou nesta manhã, também foi suspensa. As informações são da SuperVia, concessionária da via.

Em nota, a concessionária informou que decidiu suspender a circulação de trens nos ramais Belford Roxo e Saracuruna e está concentrando todos os esforços nos ramais Deodoro, Santa Cruz e Japeri.

Não há registro de tumulto nas estações. No entanto, passageiros reclamam nesta manhã de atrasos e superlotação. Muitos denunciaram que as composições estão saindo com as portas abertas.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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