Cocaína era preparada em laboratórios na Grande São Paulo.
Drogas eram vendidas para favela carioca.
Daniel Haidar Do G1, em São Paulo
Carro com fundo falso era usado para transporte de drogas (Foto: Divulgação/PF )
A quadrilha investigada na Operação Riqueza, deflagrada nesta quinta-feira (14) pela Polícia Federal, lucrou cerca de R$ 3 milhões desde agosto de 2008, segundo o delegado Guilherme Almeida, responsável pelas investigações. A organização criminosa preparava cocaína em laboratórios na Grande São Paulo para vender a traficantes da Vila Cruzeiro, no conjunto de favelas do Alemão, no Rio, segundo PF.
Por volta de 12h desta quinta-feira, dos 18 mandados de prisão, a PF tinha conseguido prender temporariamente 12 pessoas em São Paulo e quatro em Campo Grande. Durante as investigações, nos últimos nove meses, outros 12 suspeitos tinham sido detidos. Os presos vão responder por tráfico interestadual de drogas e associação para o tráfico, segundo a PF.
Segundo o delegado, a quadrilha adquiria pasta-base, cocaína e haxixe em Ponta Porá (MS), que eram transportados em fundos falsos de carros até a Grande São Paulo. Durante as investigações, três laboratórios de refino de cocaína foram desmantelados em Santo André e Mauá, no ABC.
A droga preparada nos laboratórios era vendida para traficantes de uma facção criminosa no Rio, que, segundo o delegado, não foram identificados nas investigações, e o lucro obtido com o comércio era depositado em contas bancárias de empresas de “fachada” e “laranjas”.
Segundo as investigações, a venda de drogas rendeu cerca de R$ 3 milhões só nos últimos nove meses. Nesta quinta-feira (14), foram bloqueadas 39 contas bancárias, 14 de empresas e 25 pessoas físicas, mas o delegado não soube estimar a quantia de dinheiro apreendida.
O esquema era comandado por um traficante que foi preso no início das investigações. De dentro de um presídio no estado de São Paulo, ele continuou a dar ordens, por telefone celular, para a quadrilha, segundo Almeida. A advogada desse traficante foi presa nesta quinta-feira. “Ela exorbitou de suas funções. Fazia o papel de levar informações pra ele”, declarou o delegado Guilherme Almeida.
Foram cumpridos também 33 mandados de busca e apreensão, sendo 14 em São Paulo, cinco em Santo André, três em Mauá, um em Santa Isabel, cinco em Belo Horizonte e cinco em Campo Grande.
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