sexta-feira, 29 de maio de 2009

Campus de universidades públicas no Rio sofrem com a violência

Estudantes reclamam dos assaltos constantes na UFRJ.
Um cobrador de ônibus morreu durante um assalto em abril.

Do G1, no Rio, com informações do Jornal Hoje

Os estudantes e frequentadores da Universidade Federal do Rio (UFRJ) e da Universidade do estado do Rio (Uerj) sofrem com a onda de assaltos. Flagrantes das câmeras de segurança da UFRJ mostram estudantes intimidados por flanelinhas, e pessoas estranhas circulando sem nenhum controle.

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O estudante Tiago Telles conta que já foi roubado no local.
“Um menino que tava pedindo água, ele veio direto passou por essas mesas aqui e pegou meu celular que tava em cima da mesa, e já correu direto pra comunidade que tem aqui do lado”, contou. 
Numa área tão extensa, com prédios distantes uns dos outros, há muitos espaços desertos. A cidade universitária da UFRJ fica na Ilha do Fundão, entre o conjunto de favelas da Maré, que reúne sete comunidades, e a Baía de Guanabara. São quase 5 milhões de metros quadrados, área maior que a do bairro de Copacabana. Sessenta e cinco mil pessoas passam pela universidade todos os dias e se deslocam principalmente de carro ou usando o transporte público, o que faz dos estacionamentos, dos pontos de parada e dos ônibus os locais mais vulneráveis a assaltos.

“Foi difícil porque você nunca espera ser assaltado e muito menos espera que veja uma pessoa morta ou morrendo na nossasua frente”, desabafou .
Nos estacionamentos, funcionários dizem que não é exigida nenhuma identificação.

“Aconteceu de estudantes pegando carro a ponto do assaltante falar assim, olha, não bota o carro aqui não porque aqui a gente sempre assalta. Eles mesmo dão a dica pra que a pessoa não estacione ali, é um absurdo, mas isso tá acontecendo”, contou sonora a funcionária Eliseth Ribeira.
O prefeito do campus chegou a escrever uma carta ao governo do estado pedindo reforço no patrulhamento.
“A Polícia Militar do estado do Rio de Janeiro colocou quatro viaturas aqui dentro auxiliando a ronda ostensiva. A roda ostensiva que hoje é feita com 6 viaturas da UFRJ”, disse Hélio de Mattos, prefeito da cidade universitária.

A Polícia Militar informou que o patrulhamento no campus é feito 24 horas por dia.

Reclamação de assaltos também na Uerj

A Universidade do estado do Rio (Uerj) fica numa área residencial e é vizinha ao estádio do Maracanã, na Zona Norte da cidade. São cerca de 23 mil alunos num campus de 160 mil metros quadrados. Os pontos mais perigosos são as ruas que dão acesso aos prédios e à passarela que leva ao metrô, segundo os alunos.
“Ele me abordou de modo muito intimidativo, insinuando que estava armado, e falando, perdeu, perdeu, playboy. Agora é pra você me passar tudo, senão vou te quebrar”, contou o estudante Romildo Lopes.
Os jovens montam estratégias para se proteger.
“Meu pai liga e fala: “espera um pouquinho, fica ai esperando alguém pra sair com você até desconhecido mesmo”. Pô, você tá subindo, então vamos junto”, contou a estudante Samantha Torres.
Outro aluno também conta dos perigos no local, mas se mantém positivo.
“A gente tem que ir sempre com fé de dar tudo certo e tal, dá um pouco de receio, mas é a única opção”, desabafou o estudante que não quis se identificar.

A Uerj e Polícia Militar fizeram um acordo para melhorar o policiamento. O patrulhamento foi reforçado dentro do campus e dos arredores e há uma cabine blindada perto de uma das entradas da universidade.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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