quinta-feira, 28 de maio de 2009

Presos em operação formavam milícia mais forte do Rio, diz polícia

Dos 31 mandados de prisão, 16 foram cumpridos nesta quinta.
Milicianos estariam explorando venda de apartamentos.

Do G1, no Rio, com informações do RJTV

A Polícia Civil afirmou que os 16 presos durante a Operação Leviatã 2, nesta quinta-feira (28), faziam parte da milícia considerada a mais forte do Rio. O grupo teria como base o Morro do 18, no bairro de Quintino e de Anchieta, no subúrbio. A polícia considerou a prisão como um duro golpe no crime organizado.
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A  força da milícia foi constatada quando as investigações revelaram que os milicianos tomaram 23 blocos de apartamento de um conjunto residencial em Anchieta, construídos pela Caixa Econômica Federal.
“É assustador. Nós chegamos a constatar um domínio de mais de 23 comunidades. Um volume enorme de crimes de sangue e de homicídios praticados. Realmente identificamos um grupo que chamou a atenção pela violência e pela amplitude que está trabalhando”, disse o delegado Cláudio Ferraz, diretor da Draco, responsável pela operação.

Dos 31 mandados de prisão, a polícia cumpriu 16. Entre os presos, segundo a polícia, estão o segundo homem da quadrilha, dois advogados e dois policiais militares. Os policiais estouraram, ainda, um paiol da quadrilha onde foram apreendidas várias armas, grande quantidade de munição, e três radiotransmissores.

De acordo com a polícia, os apartamentos seriam vendidos por até R$ 30 mil. Os suspeitos exigiam uma taxa mensal de R$ 100 dos moradores. Segundo as investigações, eles passavam, ainda, orientações sobre como o morador deveria se comportar e criavam regras do condomínio, assinadas pela “administração”.

Além da suposta segurança, os milicianos também cobravam pelo sinal de TV clandestina por assinatura e internet. Os moradores eram obrigados a assinar fichas de “adesão e contribuição”.

Estratégia para eleições

Na comunidade do Morro do Dezoito, em Quintino, um cartaz desejava feliz Dia das Mães em nome de um homem conhecido como “Fabinho, o amigo dos bairros”. De acordo com a polícia, ele é suspeito de ser um dos líderes da milícia local.
Ainda segundo os investigadores, o fortalecimento do nome de um dos chefes da quadrilha era uma estratégia para lançar um candidato da milícia nas próximas eleições.

Outros envolvidos

De acordo com a polícia, há outras pessoas envolvidas com o grupo, mas só são conhecidas por apelidos e, por isso, ainda não tiveram a prisão pedida. Mas a polícia acredita que as prisões desta quinta-feira vão causar um forte impacto nas comunidades.
“A milícia é mais perigosa do que o próprio tráfico. Agem de uma forma com o que você perca todos os seus direitos individuais. Outros integrantes ainda estão soltos. As investigações são profundas e enquanto tiver uma investigação sendo feita, pessoas serão presas”, disse Alan Turnowski, chefe de Polícia Civil.
Participaram da ação cerca de 200 policiais da Polinter, Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Delegacia de Repressão a Armas e Entorpecentes (Drae), Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) Delegacia de Homicídios (DH) e Delegacia de Homicídios da Zona Oeste (DH/OESTE), com apoio de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
“A meta no combate contra atuação das milícias está sendo cumprida, como pode ser observado nos dados obtidos nos últimos quatros anos. Até agora a Polícia Civil já prendeu 67 pessoas envolvidas com grupo paramilitares no Estado, 78 em 2008, 21 em 2007 e somente cinco no ano de 2006”, ressaltou José Mariano Beltrame, durante coletiva realizada na sede da Secretaria de Segurança.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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