segunda-feira, 20 de abril de 2009

Um especialista em confrontos

POR LESLIE LEITÃO, RIO DE JANEIRO

Rio - As primeiras mudanças que serão promovidas pelo novo chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, na cúpula da instituição, demonstram que a política de confronto ganhou ainda mais força. O delegado Rodrigo Oliveira será anunciado como novo diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), cargo que era ocupado até então por Turnowski. Também estão previstas trocas de diretores nos departamentos de polícia da Baixada e do Interior e na Corregedoria de Polícia Civil (Coinpol). A expectativa é que os novos chefes tenham perfil similar ao de Turnowski e ao de Oliveira.

 

Foto: Severino Silva / Agência O DIA

Considerado um delegado operacional, Oliveira dirige a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) nos últimos anos e atuou nas principais operações da Polícia Civil e conhece muito bem as áreas de risco do Rio. Com a nomeação, o delegado comandará as principais especializadas do estado, como a Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae) e Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) e Divisão de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA).

Allan foi nomeado chefe de polícia na sexta-feira no lugar do delegado Gilberto Ribeiro que ocupava o cargo desde o início do governo Sérgio Cabral. Ribeiro foi destituído do cargo por discordar do Portal da Segurança que disponibilizou os dados da Polícia Civil para a PM. Desde então, os ânimos entre ele e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, ficaram estremecidos.

Transformação de imagem

O perfil e o histórico operacionais de Turnowski preocupam a Secretaria de Segurança, que já está trabalhando para mudar sua imagem. Nos últimos anos, ele liderou operações com elevado número de mortes.

Em junho de 2007, o novo chefe da Polícia Civil comandou a operação que terminou com 19 mortos no Complexo do Alemão. Na época, entidades de direitos humanos acusaram a polícia de execução. Quatro meses depois, ele liderou a ação na Favela da Coréia, em Senador Camará, com 12 pessoas mortas.

Gilberto Ribeiro se defende
Por nota oficial, Gilberto Ribeiro falou sábado sobre sua saída. Ele se defendeu dizendo que não foi contra o Portal de Segurança, mas fez críticas ao projeto. Para ele, a exposição de informações, tanto dos policiais como dos cidadãos comuns, põe em risco o trabalho de investigação, viola o direito ao sigilo e que, por isso, a criação do portal merece cuidado. Ribeiro ainda ressaltou que a Polícia Civil é a única instituição que tem o poder legítimo de investigar e que, portanto, deve ter direito ao acesso a esses dados sigilosos.

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