quarta-feira, 1 de abril de 2009

Cidade Universitária do Fundão sofre com sequestro-relâmpago

Três pessoas foram vítimas de criminosos em menos de duas semanas.
Local ainda é alvo de assaltantes de ônibus e pedestres.

Aluizio Freire Do G1, no Rio

Ampliar Foto Foto: Aluizio Freire

Foto: Aluizio Freire

Estudantes e profissionais que trabalham na Cidade Universitária - como é chamado o campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro da Ilha do Fundão -, no subúrbio do Rio, passaram a sofrer com mais um tipo de crime que assola as ruas da cidade: o sequestro-relâmpago. Durante este mês de março pelo menos três pessoas foram vítimas da ação de uma quadrilha que passou a atuar naquela área.
Segundo o prefeito da Cidade Universitária, o professor Hélio de Mattos Alves, na última sexta-feira (27) um estudante foi abordado por dois homens armados quando entrava em seu carro, no estacionamento do Hospital Clementino Fraga Filho. Ele foi obrigado a seguir com os criminosos até um caixa eletrônico para sacar dinheiro. As outras vítimas foram atacadas na semana anterior.
Preocupado com o aumento da violência no campus, que tem sido alvo constante dos assaltantes - roubo e furto de carros, assaltos a pedestres e a ônibus são as ocorrências mais comuns -, o prefeito encaminhou uma carta ao secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, relatando os fatos e pedindo reforço no policiamento.

Ilha de intranquilidade

“Nós temos nossas ações, mas não são suficientes. Isso aqui não é uma ilha de tranquilidade. É impossível controlar quem entra e quem sai”, afirma, enumerando as medidas adotadas pela prefeitura, como a ronda feita por seis carros da Divisão de Segurança, que circulam das 6h às 23h, com sistema de radiocomunicação integrado com o batalhão da área, a instalação de três cabines nos principais acessos, e 19 câmeras de monitoramento. O campus conta com o apoio de duas patrulhas do 17º BPM da Ilha do Governador.
Mas o prefeito reconhece que esses recursos ainda são insuficientes para atender a área de aproximadamente 4,5 milhões de metros quadrados, equivalente aos bairros de Ipanema e Leblon juntos, como ele costuma comparar. No campus do Fundão, circulam diariamente aproximadamente 25 mil veículos e 65 mil pessoas.

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Foto: Aluizio Freire

Os locais mais críticos dos assaltos, segundo os estudantes, são o ponto de ônibus da passarela próxima ao hospital universitário e o trajeto para o alojamento. Nos ônibus, os ataques acontecem principalmente em alguns trechos do percurso, como a subida da Ponte Oswaldo Cruz e na Avenida Bento Ribeiro Dantas no conjunto de favelas da Maré, no trecho que vai do Timbau, Pinheiros, Vila Esperança, Vila do João e Manguinhos.
“Isso aqui é muito perigoso. É um deserto. Quando tenho que fazer alguma pesquisa e sou obrigada a sair daqui tarde da noite, morro de medo”, conta a estudante de enfermagem Marcelle Ribeiro, que já foi assaltada na passarela.

Estudantes andam em grupo

A médica Andréa Borges, que trabalha há cinco anos no hospital universitário, também considera a área insegura. “A gente está sempre ouvindo a história de alguém que foi assaltado.” Os estudantes de medicina Caio César Magalhães e Thiago Touma também não andam com tranquilidade pelo campus. “É melhor andar em grupo e ficar sempre atento”, ensina Caio.
O delegado Jader Amaral, titular da 37ª DP (Ilha do Governador), disse que existe uma investigação para identificar os criminosos que atuam naquela região.

“Estamos fazendo um trabalho conjunto com a delegacia de Bonsucesso e pedimos também um reforço no policiamento para o comandante do batalhão da área”, garantiu.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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