sexta-feira, 15 de maio de 2009

Presos suspeitos de envolvimento com milícia em Campo Grande

Eles teriam participado de um ataque a um DPO, diz polícia.
Entre os presos estão um sargento da PM e um ex-sargento do Exército.

Do G1, no Rio, com informações da TV Globo

Pelo menos nove pessoas foram presas nesta sexta-feira (15) suspeitas de envolvimento com milícia em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Segundo a polícia, eles teriam participado de um ataque ao Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) de Sambaetiba, distrito de Itaboraí, na Região Metropolitana, em março deste ano, e que terminou com a morte de um sargento da PM.

Os suspeitos foram presos durante uma operação da Polícia Militar com o apoio de agentes da 2ª CPA e da 71ª DP (Itaboraí). Segundo o tenente-coronel Macedo Júnior, comandante do 35º BPM, as prisões ocorreram em três endereços no bairro de Campo Grande e não houve reação.

Entre os presos estão um sargento da PM e um ex-sargento do Exército. Os policiais apreenderam cinco pistolas, um revólver, duas espingardas, quatro veículos com material para instalação de TV a cabo, além de dinheiro e munições. Os presos foram levados para a 71ª DP, onde o caso foi registrado.

O subsecretário de Integração Operacional da Secretaria de Segurança, Roberto Sá, ressaltou as investigações e ações em conjunto das polícias: "O resultado positivo é um desdobramento das investigações após ao ataque do DPO de Itaboraí. Este foi um trabalho de integração das polícias Militar e Civil que culminou nas prisões em flagrante".
O delegado titular da 71ª DP (Itaboraí), Luiz Antônio Ferreira, acredita que haverá mais prisões: "Além dos militares, familiares de integrantes dessa milícia também foram presos. Isto é importante para as investigações, já que eles podem passar informações sobre elementos ainda foragidos".

quer prender outros chefes de milícia

Depois da prisão do ex-PM Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman, na última quarta-feira (13), a polícia agora quer prender outros chefes de milícia. Batman chegou nesta sexta-feira (15) ao Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.

Os investigadores atuam agora em duas frentes: uma busca prender os chefes dos outros grupos de milícia que agem na Zona Oeste do Rio. Eles faturam com a exploração do transporte alternativo e distribuição de gás. De acordo com as investigações, além de Ricardo Batman, outros três suspeitos dividem o comando das milícias na região.
A outra frente de investigação visa descobrir quem são os policiais civis e militares que recebiam propina em troca da proteção de Batman. No casa onde o ex-PM foi preso os investigadores encontraram uma lista com 60 nomes.
As investigações estão sendo mantidas em sigilo.

Envolvidos serão exonerados, diz Cabral

O governador Sérgio Cabral afirmou nesta sexta, durante um evento em Niterói, que policiais de qualquer patente, sejam militares graduados ou delegados, que forem identificados na lista de propina apreendida durante a prisão do miliciano Ricardo Teixeira, o Batman, serão afastados do serviço público.

“Mais do que surpreso, a gente fica triste quando vê um servidor público, seja militar ou civil, envolvido com corrupção e com facínora. Nós estamos investigando e, certamente, nós vamos identificar aqueles que, comprovadamente, tiverem envolvimento com esquema de corrupção, milícia e assassinato em série. Porque esse grupo cometia as piores barbaridades que se pode imaginar. Essas pessoas vão responder criminalmente e serão expulsas do serviço público”, afirmou.
E acrescentou: “Do coronel ao soldado, do delegado de polícia ao agente. Não tem diferenciação hierárquica. Quem estiver na lista comprovadamente envolvido com isso pagará o pato. Responderá criminalmente e será expulso da sua corporação”.
Sérgio Cabral disse ainda que a transferência de Batman para a prisão de Mato Grosso do Sul era necessária. “A transferência foi uma determinação minha e do Mariano (José Mariano Beltrame, secretário de Segurança) e fundamental para mostrar como esse tipo de marginal deve ser tratado".

G1 > Edição Rio de Janeiro

Nenhum comentário: