quinta-feira, 21 de maio de 2009

Deputado acusado de homicídio será julgado semana que vem

 

Deputado Geraldo Moreira. - Foto: Marcos Tristão/02.06.2004

Está marcado para a próxima segunda-feira, às 13h, o julgamento do deputado estadual Geraldo Moreira (PMN) no processo em que ele é acusado de ser o mandante do assassinato do médico Carlos Alberto Peres Miranda, de 55 anos. O crime ocorreu no dia 14 de março do ano passado, na Tijuca. O parlamentar é acusado pelo Ministério Público de homicídio triplamente qualificado. Por ter foro privilegiado, ele será julgado pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça (TJ), composto pelos 25 desembargadores mais antigos da corte.

Além da agravante de ser apontado pelo Ministério Público como mandante do crime, o parlamentar foi denunciado por motivo torpe: ordenar o assassinato do namorado da ex-mulher, a assistente social Leila Mayworm Costa, porque ele estaria "exercendo forte influência" sobre ela na partilha de bens. Também pesou contra o deputado o fato de o crime ter sido cometido com a vítima sendo surpreendida ao volante de seu carro, quando "foi covardemente abatida", e em local de grande movimento, expondo a risco quem passava pela Rua Andrade Neves., na Tijuca.

Os outros cinco acusados da execução do médico - entre eles dois PMs - respondem à ação penal na 3ª Vara Criminal e serão julgados pelo Tribunal do Júri, já que não possuem foro privilegiado.

O crime

O médico Carlos Alberto Peres Miranda foi executado a tiros, por volta das 9h do dia 14 de março de 2008. Ulisses Matheus Costa, de 23 anos, e Leandro Rosa da Silva, de 27, foram presos logo após o crime. Eles contaram à polícia que tinham sido contratados por PMs e ex-policiais para matar o médico, a pedido de um empresário da Baixada. Um dos PMs, Marcelo Gonçalves Brasil, de 31 anos, do 39º BPM (Belford Roxo), foi preso na mesma noite do crime. No mesmo batalhão, também foi detido Ivan Luiz Bayer. O ex-PM Aílton Silva Diniz, o Abel, teve a prisão temporária decretada. Os assassinos teriam recebido R$25 mil pela execução.

O médico foi assassinado na Rua Andrade Neves, na Tijuca. - Foto: Hipólito Pereira/30.04.2008

O crime ocorreu na altura do número 451 da Rua Andrade Neves, na Tijuca. O médico dirigia seu Peugeot 306 quando foi atacado e morreu na hora. O corpo dele ficou quase dez horas no asfalto à espera da remoção. Carlos Alberto era professor da Uerj e diretor-presidente de uma operadora de planos de saúde. 
Perfil do parlamentar

Deputado estadual pelo terceiro mandato consecutivo, Geraldo Moreira ganhou expressão após ser eleito presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, durante o governo de Rosinha Garotinho. No cargo, ele atuou em casos de grande repercussão, como as investigações da Chacina da Baixada, ocorrida em Queimados e Nova Iguaçu, em 2005.  Apesar da militância nos direitos humanos, uma das principais bandeiras do deputado é o setor de transportes. Sua base eleitoral é Duque de Caxias.

#188081 Casos de Polícia – Extra Online

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