terça-feira, 14 de julho de 2009

Pais desolados e clima de revolta no sepultamento da pequena Rita de Cássia

Amigos e parentes acreditam que Fátima e Gilson Rodrigues não devem ser presos por morte da menina

POR FRANCISCO EDSON ALVES, RIO DE JANEIRO

Rio - Nesta terça-feira, cerca de 300 pessoas acompanharam o sepultamento da pequena Rita de Cássia, de 5 anos, morta depois de cair do quinto do andar do prédio que morava, em Tomás Coelho, Zona Norte. Os pais, a professora Fátima Rodrigues Edivirges Sena, 50 anos, e o contador Gilson Rodrigues Sena, 51 anos, não estavam em casa e estão sendo acusados de abandono de incapaz seguido de morte.

Foto: Felipe O'Neill / Agência O Dia

A mãe de Rita, Fátima Rodrigues Edvirges Sena, dá o último beijo na filha coberta de flores. Foto: Felipe O'Neill / Agência O Dia

O sepultamento foi realizado na capela 3 do cemitério de Irajá com muita comoção. Os pais ainda estavam muito desolados. A mãe de Rita de Cássia, Fátima Rodrigues, não saiu do lado do caixão e teve que sentar por ter se sentido mal. Ela pediu forças a Deus para resistir. A irmã, Ana Carolina, grávida de 8 meses, passou mal e teve de ser medicada. Muito abalado, Gilson Rodrigues não falou com a imprensa.
A todo momento, a mãe de Rita de Cássia relembrava momentos da vida da menina e afirmava não saber como será a vida da família depois da morte. Junto ao caixão, parentes carregavam um grande quadro rosa com uma foto de Rita.

Ainda durante o velório o clima era de revolta com relação à prisão dos pais de Rita de Cássia. Parentes e amigos acham que os dois não devem ir para a cadeia, sob a acusação de abandono de incapaz, por causa da morte da menina.
Um noite na carceragem
Abatidos e chorando muito, Fátima e Gilson Rodrigues tiveram a prisão relaxada e deixaram a cadeia na segunda-feira. Segundo policiais, ambos passaram a noite em choque e em prantos, ainda sem conseguir a aceitar a morte da filha.

Fátima ficou na carceragem da Polinter em Mesquita. A professora não foi hostilizada pelas presas, mas, por precaução, foi colocada numa cela separada. Abalada, ela teria tomado vários medicamentos controlados de uma vez.
Acompanhada da advogada Fátima Pandolpho, a mãe de Rita saiu às 13h45, num carro particular, onde também estava Gilson, que havia saído da Polinter de São João de Meriti uma hora antes. Os dois se abraçaram e choraram. O contador passou a maior parte da noite isolado, chorando, também numa cela especial, e recusou o jantar da carceragem. Ele pernoitou ao lado de dois acusados de homicídio e um terceiro que responde por assalto.

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