sexta-feira, 31 de julho de 2009

Mário Sérgio sobre DPOs: Não eram efetivos

Polícia Militar

O coronel Mário Sérgio de Britto Duarte, comandante da Polícia Militar, convocou uma reunião com a imprensa na tarde de quinta-feira para explicar detalhes da retirada dos Destacamentos de Polícia Ostensiva (DPOs), Postos de Policiamento Comunitário (PPCs) e Grupamentos de Policiamento em Áreas Especiais (Gpaes) das comunidades. A reunião aconteceu dias depois da divulgação de notícias informando que traficantes da Favela Vila Cruzeiro, na Penha, teriam invadido e destruído o antigo DPO. Segundo dados da Polícia Militar, até o momento já foram retiradas as unidades de 21 comunidades. Outras 44 delas ainda estão em fase de avaliação. Segundo moradores, os três DPOs da Favela da Rocinha estão com tapumes e cadeados nas portas, mas foram pichados com o nome da facção criminosa que controla a venda de drogas na favela.

1) Porque a decisão de acabar com os Destacamentos de Polícia Ostensiva (DPOs), Postos de Policiamento Comunitário (PPCs) e Grupamentos de Policiamento em Áreas Especiais (Gpaes) no interior das comunidades?

Houve um aumento dos crimes de rua nos últimos tempos e eles estão diretamente relacionados a uma necessidade de ostensividade. A gente sabe que faltam policiais. Nos destacamentos tínhamos 399 homens que não funcionavam como um braço do Estado. Eles não eram efetivos. Eram 10 homens que ficavam escondidos dentro das favelas, contra 100 bandidos do lado de fora.

2) Mas como está sendo feita essa avaliação?

Foram desativadas as unidades que não eram úteis ao Estado. No 4º BPM (São Cristóvão), por exemplo, a coronel decidiu reativar o DPO do Caju porque viu, junto com a comunidade, que havia essa necessidade.

 3) Mas os moradores das comunidades não vão ficar sem policiamento?

A população já era vulnerável. E os policiais também. Eles ficavam trancados em postos insalubres. Tiramos eles de lá e colocamos para proteger a população nas ruas. Qual era a efetividade de 5 ou 6 homens contra centenas de bandidos armados com fuzis?

4) Mas não incomoda pensar que traficantes estão em prédios que antes eram da PM?

Incomoda essa ocupação por saber que esse terreno poderia estar sando usado pelas famílias carentes. Esses prédios eram abandonados. A gente não imaginava que eles chamariam famílias para morar lá. O ideal mesmo seria que esses prédios fossem utilizados em prol da população. Os prédios pertencem ao povo dessas comunidades. Eles não terão forças para ocupar esses lugares se agirem sozinhos. As comunidades precisam agir juntas.

5) Como solucionar esse problema?

Mas também não estamos dizendo que não vamos voltar. Não saímos como um adeus final. Podemos voltar, mas é preciso também proteger a população que está sendo assaltada nas ruas. Os próprios moradores das comunidades não são vítimas lá dentro e sim no asfalto.

Caso de Polícia - Extra Online

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