quarta-feira, 29 de julho de 2009

Nova gripe leva prefeitura do Rio a fechar creches até 17 de agosto

Objetivo é proteger crianças de até 3 anos.
Trinta mil professores passarão por treinamento.

Daniella Clark Do G1, no Rio

 

Além de adiar em uma semana o retorno às aulas de 711 mil alunos do ensino fundamental por conta da nova gripe, a Secretaria municipal de Educação também estenderá até 17 de agosto o recesso nas creches da Prefeitura do Rio, que atendem 30 mil crianças e bebês de até 3 anos.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Hans Dohman, a medida é necessária para que se tenha um cuidado maior com as crianças nessa faixa etária.
“Pelos dados da Organização Mundial de Saúde, existem alguns grupos que têm demonstrado maior propensão ao agravamento súbito do quadro. E as crianças de até 2 anos compõem um desses subgrupos, que inclui ainda idosos e grávidas. Nessa população, a gente de fato tem que ter um alerta, um cuidado maior”, explicou o secretário.

Treinamento pela TV

Segundo a secretária municipal de Educação, Claudia Costin, além de adiar o retorno às aulas, será feito um treinamento com os 30 mil professores da rede municipal, na próxima quarta-feira (5). Eles receberão orientações técnicas e terão esclarecidas suas dúvidas em relação à nova gripe.
As informações serão repassadas aos professores e auxiliares de creche pelas televisões das escolas, por meio da programação da Multi Rio, canal exibido na rede aberta.

“Os professores vão poder fazer perguntas por meio de e-mail e fax, que serão respondidas no ar. E como é disponível na TV aberta, os pais também poderão assistir, então vamos fazer recomendações a eles também”, explicou a secretária, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (29).

Recomendação vale para rede privada

Os professores receberão orientações sobre como identificar sintomas e como se portar na identificação de casos mais avançados, além de como informar e discutir com as crianças o assunto.
Nas 1.062 escolas da rede, haverá ainda cartilhas e orientações sobre higiene das salas e das mãos, como proteger o espirro e a tosse, além de não compartilhar copos, bebedouros e garrafas. Os diretores também estão sendo orientados a ter álcool em gel para uso de docentes e alunos.
O secretário de Saúde afirmou ainda que a mesma recomendação para o adiamento do início das aulas vale para a rede privada de ensino.
“Mas cada estabelecimento tem absoluta autonomia para tomar a decisão que melhor achar necessária”, disse.

Pico da doença deve ocorrer em agosto

Segundo Hans Dohman, a curva epidemiológica da doença deve atingir seu pico no início de agosto. Por isso, a cada quinta-feira será feita uma avaliação para verificar a necessidade de se ampliar o prazo de recesso nas escolas:
“Dependendo dos dados epidemiológicos, podemos estender esse prazo, apesar de isso não estar sendo cogitado”.

Segundo o secretário, o objetivo dessas medidas é também passar uma mensagem às famílias:
“O colégio é o local em que eles mais se reúnem. Estamos passando também uma mensagem aos pais para que, caso identifiquem sintomas de gripe, devem fazer um esforço para que os filhos evitem locais de aglomeração”.
Já segundo a secretária Claudia Costin, as faltas de professores por causa de sintomas de gripe não acarretarão diminuição do prêmio anual de desempenho. Quanto as aulas, cada escola estabelecerá como será feita a reposição dos dias perdidos.

Na rede estadual de ensino, em que o retorno às aulas também foi adiado para o dia 10, a previsão é que na próxima semana, uma nova reunião determine se há ou não necessidade de prorrogar ainda mais as férias escolares. De acordo com a Secretaria de Educação, a decisão deve atingir cerca de 1,5 milhão de alunos, além dos 100 mil das escolas técnicas.

Bebedouros elétricos devem ser desligados

“Temos que nos antecipar e ter precaução”, resumiu Côrtes. “Na sexta-feira (31) vamos nos reunir com coordenadores e inspetores do estado para que sejam treinados e capacitados por profissionais de saúde sobre a doença”, completou a secretária estadual de Educação, Teresa Porto.
Segundo ela, entre as medidas de higiene que devem ser recomendadas às escolas está a substituição de bebedouros elétricos pela oferta de água em copos descartáveis. Os professores também devem manter as salas com janelas abertas.
“Além das crianças, uma das nossas preocupações foi com as profissionais de educação grávidas”, afirmou a secretária.

Vírus A (H1N1)

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