quinta-feira, 30 de julho de 2009

Amigos de brasileiro sumido na África buscam doações na internet

Eles tentam arrecadar fundos para ajudar nas buscas pelo economista.
Blog “Ajude Gabriel Buchmann” já atraiu mais de 200 membros.

Rodrigo Vianna Do G1, no Rio

Foto: Reprodução/Internet

Criado por amigos e parentes, o blog “Ajude Gabriel Buchmann” já atraiu mais de 200 membros (Foto: Reprodução/Internet)

Foi através da internet que amigos e parentes do brasileiro Gabriel Buchmann, de 28 anos, que desapareceu quando fazia trilha no monte Mulanje, no Maláui, na África, no dia 17 de julho, encontraram uma forma de ajudar nas buscas. Com espaço para doações e notícias, o blog “Ajude Gabriel Buchmann” já atraiu mais de 200 membros.
Amigo de Gabriel e um dos responsáveis pelo blog, o economista Felippe Ramos da Cás, de 28 anos, disse que a página da internet serve também para arrecadar fundos para ajudar a pagar os gastos com os voluntários que estão na África trabalhando no resgate.
“A gente queria fazer atualizações e criar uma página para que as pessoas pudessem mandar e-mail e ajudar. Pelo blog foi mais fácil a gente se comunicar. A gente começou a ter dificuldades financeiras para manter as buscas, por isso nós criamos um link para doações”, disse Felippe.

Oito canadenses especialistas em salvamento vão auxiliar nas buscas pelo brasileiro. O único gasto com a equipe será com transporte e alimentação, já que os canadenses irão trabalhar como voluntários. Gabriela Podcameni, amiga de Gabriel, disse na segunda-feira (27), que a família está tentando apoio do Itamaraty, mas caso não consiga, vai arcar com todos os custos.

Na última quinta-feira (23), o Itamaraty disponibilizou um helicóptero para auxiliar os 60 homens que percorrem as trilhas do monte. Segundo a família, a aeronave sobrevoou o local até a sexta-feira (24).
A necessidade de mais um helicóptero para ajudar as equipes de salvamento foi um dos assuntos de um dos textos postados no site. De acordo com Cristina Reis, namorada de Gabriel, que também está na África, a aeronave seria útil para sobrevoar a área e compreender qual o local merece a concentração dos trabalhos. Ela diz, ainda, que o grupo dispõe de um piloto experiente, que poderia fazer esse mapeamento.

Ajuda em forma de doações

O blog “Ajude Gabriel Buchmann” disponibiliza duas contas bancárias e um link para que as pessoas possam fazer doações. Felippe Ramos da Cás disse que a família do brasileiro recebeu vários e-mails de interessados em colaborar. Para ele, o blog serviu como uma janela de divulgação da campanha.
“A ajuda é para pagar as passagens das pessoas que estão ajudando nas buscas. Nós estamos contando com a ajuda de pessoas do mundo inteiro, não só canadenses, mas israelenses também. A equipe estava aumentando, e a gente é que estava bancando tudo”, contou.

Além do blog, Felippe contou que os amigos também criaram um e-mail (ajudegb@hotmail.com) e um perfil no Twitter. Ele acredita que campanhas como esta reforçam a divulgação e a imagem do amigo, que tinha a intenção de conhecer o mundo através de suas belezas, suas dores, a pobreza e a injustiça dos homens contra a natureza.

Foto: Arquivo pessoal

O economista Gabriel Buchman registrou muitos momentos de sua viagem na África (Foto: Arquivo pessoal )

Economista viajava desde julho de 2008

O economista estava viajando desde julho do ano passado. Ele percorreu 26 países da Ásia, África e o Oriente Médio como preparativo para um doutorado sobre políticas públicas de apoio a populações pobres. Antes de subir o monte Mulanje, Gabriel entrou em contato com a mãe.
“Foi por e-mail. Falou: ‘mamãe, estou terminando a viagem, estou indo para o Maláui. Vou já providenciar minha passagem Joanesburgo/Amsterdam para estar no Brasil no dia 28’”, conta a mãe do jovem. 
A namorada de Gabriel acredita que ele tenha se machucado no percurso. “Eu já elaborei algumas hipóteses. Eu acho que, como Gabriel tem experiência em subir montanha, ele é bastante safo, ele é precavido, ele deve ter se machucado. Então, acho que ele está só perdido e machucado, por isso é fundamental que as equipes de busca deem força total para encontrá-lo”, disse Cristina.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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