Ministro Temporão: 'Vírus Influeza A H1N1 circula livremente pelo Brasil'

Rio - O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou na tarde desta quinta-feira, durante entrevista coletiva, que o vírus Influenza A H1N1, que provoca a gripe suína, já circula livremente pelo Brasil. A confirmação foi feita após o resultado do exame de um menino de 11 anos, que morreu em São Paulo, no dia 20 de junho, sem nenhum vínculo de fora. A vítima não teria tido contato com nenhum estrangeiro de áreas de risco e nem teria viajado para fora do país recentemente. Com isso, o Brasil passa a ser o 8º país a ter a presença do vírus circulando.  
"Pela primeira vez, através das análises epidemiológicas, não foi possível detectar de onde veio o vírus. Há evidências de que no Rio Grande do Sul, o vírus possa estar circulando. Não há evidência de que o vírus circule em outros estados. Nesse momento, a mudança de cenário tem uma implicação para que as pessoas estejam mais atentas. Quem tem febre alta, dor muscular, não fique em casa tomando chazinho", orientou o ministro.
Temporão garantiu ainda que a situação é de tranquilidade. "Esse fato não significa que a situação se agravou. Apenas que o vírus mudou o padrão de presença no Brasil. Teremos um mês e meio mais crítico. Não há nenhum motivo para pânico, nenhum motivo para mudar a rotina. É importante apenas que as pessoas se mantenham informadas e sob qualquer sintoma de gripe procure seu médico de confiança ou um posto de saúde. A recomendação para que evite viajar continua".
Agora que o vírus circula pelo país, a orientação, segundo o ministro, é a de que todas as pessoas que tenham sintomas de gripe procurem um médico de confiança ou posto de saúde para já ser tratado com remédio específico contra a gripe suína. "O tratamento deve ser independente do resultado dos exames laboratoriais", disse Temporão.
O Ministério da Saúde contabiliza 1.175 casos confirmados. Desses, a maioria já teve alta ou está em tratamento. O número de mortos subiu de 7 para 11 nesta quinta-feira. São 7 casos no Rio Grande do Sul, 3 em São Paulo e um no Rio de Janeiro. De acordo com Temporão, quatro deles tinham doenças preexistentes.
"A proximidade do Rio Grande do Sul com a Argentina e o inverno rigoroso da região contribuem para facilitar a propagação do vírus. Temos equipes para enfrentar a situação lá. Quero chamar a atenção que essa estratégia de mídia será reforçada. Levaremos a informação por meio de rádios, tv, jornais e teremos a campanha reforçada na fronteira dos países do Mercosul, nos portos e aeroportos", disse Temporão.
A primeira morte no Rio aconteceu no dia 14 de julho, mas só foi confirmada por exames laboratoriais nesta quinta. De acordo com o ministro, todas as ações tomadas pelo Ministério da Saúde são basedas em evidências científicas. "O Brasil tomou as medidas necessárias e se preparou antecipadamente para este momento. Todas as providências estão sendo tomadas", disse.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, não indícios de que o vírus esteja combinado com outros, o que, de acordo com ele, gera alguma estabilidade. Em alguns casos, o vírus leva a complicações respiratórias que facilitam a evolução ao óbito. Outros 112 países já confirmaram casos da doença, sendo 591 mortes no mundo. "Há um protocolo do Ministério da Saúde para priorizar medicamentos em pacientes sintomáticos com maior risco de agravamento posterior. Já foram detectados resistência ao medicamento em três países e temos que ter a responsabilidade com a única arma específica que temos contra o vírus. As pandemias são eventos prolongados". 

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