quarta-feira, 22 de julho de 2009

Homem que teve próteses roubadas ganha pernas maiores para dançar

Segundo o aposentado, foi "pura maldade" dos ladrões.
Ele está 4 cm mais alto e feliz da vida por voltar à dança de salão.

Alba Valéria Mendonça Do G1, no Rio

      Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1

Aposentado que teve próteses roubadas ganhou novas peças e pode voltar a dançar(Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)

Dois meses depois de ter as próteses das duas pernas roubadas durante um assalto, no Centro do Rio, o aposentado Antônio Joviniano Filho, de 58 anos, recobrou a alegria de viver. Este mês, além de voltar a andar, acrescentou  mais quatro centímetros à sua estatura.
De acordo com o médico Antônio Lobato, chefe da oficina de ortopedia da Associação Fluminense de Reabilitação (AFR), o aposentado, que mora em Nova Iguaçu,na Baixada Fluminense, agora, com 1,62m de altura, poderá fazer com mais desenvoltura o que mais gosta: praticar dança de salão, numa posição mais confortável para conduzir as parceiras.
“Ele é uma pessoa muito animada, ativa e adora dançar. Aproveitamos o incidente para encomendar próteses maiores para que ele ficar um pouquinho mais alto. Ele está feliz da vida. Antes, reclamava que era difícil encontrar uma dama à altura”, disse Lobato.

O aposentado, que presta serviços num escritório de advocacia no Centro do Rio, contou que, desde recebeu as novas próteses, "a vida voltou a ser uma maravilha".

"Já voltei a andar de bicicleta, que gosto muito. E agora mais alto, com certeza ficou melhor dançar forró e pagode. Nasci em Barbacena (MG), mas me criei mesmo em Bento Ribeiro (Zona Norte do Rio), terra de Ronaldinho. Com a prótese não dá mais para jogar futebol, mas quando tinha as pernas, era considerado um verdadeiro 'canhotinha de ouro'. Jogava muito bem", lembrou Joviniano.

Ele perdeu as pernas em acidente

Ex-motorista e operador de máquina, Joviniano perdeu as pernas num acidente de trabalho em 1977. Desde então, membro da Associação Fluminense de Reabilitação, usava próteses. Em março, ele quando chegou à AFR de joelhos, deixando médicos, funcionários e pacientes chocados.
“Ele andava com muita desenvoltura. Quem não soubesse que ele usava próteses, não iria desconfiar”, disse Lobato.
Joviniano contou que tinha sido vítima de um assalto. Ele foi abordado por três moradores de rua, nas imediações da Central do Brasil, no Centro do Rio. Eles enfiaram a mão no bolso de sua calça para roubar o dinheiro do aposentado. Para evitar a fuga da vítima, um dos assaltantes lhe deu uma rasteira. Na queda, uma das prósteses se soltou.

“Os moleques começaram a rir e me roubaram as duas próteses. Chegaram a machucar minha perna. Foi pura maldade. Eles levaram meu celular e R$ 150 que eu tinha no bolso. Estava voltando para casa. Outros passageiros que estavam no ponto, quando viram minha situação, me ajudaram a entrar no ônibus. Mas agora já estou com tudo novinho", contou o aposentado.

De acordo com o chefe da ortopedia da AFR, embora muito caras, porque são feitas com material importado alemão, as próteses não servem em outra pessoa. Elas são feitas sob medida e, por isso, não têm valor no mercado.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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