domingo, 19 de julho de 2009

Gilberto Mestrinho, ex-governador do Amazonas, morre aos 81 anos

CBN; O Globo; Agência Brasil

O ex-governador do Amazonas Gilberto Mestrinho - Roberto Stuckert Filho / Arquivo

RIO - O ex-senador e ex-governador do Amazonas Gilberto Mestrinho(PMDB-AM), de 81 anos, faleceu na manhã deste domingo. Mestrinho, que lutava contra um câncer de pulmão, estava internado desde o último dia 3, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Prontocord, em Manaus. O boletim médico divulgado apontou como causa da morte insuficiência cardiorrespiratória.

O corpo de Mestrinho está sendo velado no salão nobre do Palácio Rio Negro, antiga sede do governo do estado. A família quer dar oportunidade para a população se despedir do ex-governador. Ele será embalsamado, e o enterro está previsto para as 10h de terça-feira, no cemitério São João Batista, na capital amazonense.

O governo do Amazonas decretou luto de três dias pela morte de Mestrinho. Em nota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a perda.

"Mestrinho teve um papel de destaque como líder político do Amazonas. Sua atuação ímpar como senador, presidindo por três vezes consecutivas a Comissão Mista de Orçamento, deixou sua marca na história do Senado. Neste momento de profundo pesar, envio meu abraço de solidariedade a seus familiares e a seus companheiros de atuação política", diz a nota.

Governador do Amazonas por três vezes, foi terror dos ambientalistas

Auditor fiscal aposentado do Tesouro Nacional, Gilberto Mestrinho foi eleito três vezes governador do Amazonas. Ingressou na vida política em 1956, como prefeito de Manaus. Ao longo de sua trajetória, colecionou diversas polêmicas, principalmente na área ambiental. Ganhou apelidos como "imperador da selva" e "vilão ecológico", mas o que mais gostava era "Boto Tucuxi", título do livro do escritor Márcio de Souza. Ele deixa esposa, nove filhos e mais de 20 netos.

Durante a conferência da biodiversidade, a Rio-92, no Rio de Janeiro, o então governador abusou da fama de politicamente incorreto. Aliado de madeireiras estrangeiras e inimigo de Sting, missionários estrangeiros, Raoni e de qualquer ecologista, pregava sem pudor: "A Amazônia não é museu. Sou a favor do desmatamento da floresta; as árvores velhas não produzem oxigênio, só gás carbônico".

Durante a revolução de 1964, foi cassado, com base em denúncias de corrupção. Passou 20 anos fora do Amazonas. Sempre fiel ao PMDB, foi eleito para o Senado em 1998, onde permaneceu até 2007.

Em abril de 2006, o então senador viveu momentos de terror ao lado de sua família, quando teve a casa invadida por 15 homens, em São Conrado, no Rio. Mestrinho, a mulher, Maria Emília, e três empregados foram amarrados e agredidos pelos bandidos. Os assaltantes queriam que ele abrisse um cofre que estava sem uso há anos. Como Mestrinho não conseguia abri-lo, eles ameaçaram decepar os dedos das mãos de Maria Emília.

Extra Online

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