segunda-feira, 27 de julho de 2009

Comandante da PM vai cobrar estudo para promover policial

O comandante da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, quer modificar e apertar os critérios de promoção dos policiais para forçar a qualificação da tropa. O maior alvo do projeto é a conquista automática de patentes apenas por tempo de serviço, há mais de ...

20 anos em vigor para cabos, sargentos e subtenentes.

Mexer no mecanismo de ascensão da tropa é como atacar um vespeiro. Recentemente, pelo menos dois comandantes tentaram e sucumbiram, diante das pressões para não dificultar as promoções por tempo de serviço. "Desagrada aos mais antigos, que só esperavam o tempo passar para serem promovidos. Queremos acabar com isso. Até porque já foi usado como instrumento político", explica Mário Sérgio.

Foto: Uanderson Fernandes / Agência O DIA

"O policial tem que investir em conhecimento. Não pode ficar de braços cruzados. Hoje, para ir de soldado a cabo, por exemplo, basta esperar oito anos. É automático. Pelo projeto que está em estudo, queremos que passe para 12 anos. Assim ele vai voltar a estudar se quiser ascender mais rápido", compara o comandante.

Mário Sérgio sabe que, para seguir adiante, dependerá de aprovação do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, e do governador Sérgio Cabral, que receberão o projeto ainda este ano.
Para incentivar a qualificação, Mário Sérgio garante ainda que tenentes-coronéis só chegarão a coronéis se estiverem à frente de comandos de unidades. Para dar o exemplo, o comandante será um dos alunos do curso de gestão, com duração de uma semana, que será oferecido aos oficiais.

"Vamos aprender a usar o observatório de análise de crimes do Instituto de Segurança Pública, orçamento e outras ferramentas de trabalho. Temos que aplicar os recursos certos na hora certa.

Então, precisamos ter conhecimento", defende. As avaliações dos policiais, feitas a cada seis meses pelos comandantes de batalhões, também serão mais rigorosas. "Queremos formar lideranças na PM. Se o policial não tem compromisso, mesmo sem ter cometido transgressão disciplinar, ele poderá ser submetido a conselho disciplinar e ser demitido", avisa.

'Preguiçosos' estão na mira

Policiais considerados 'preguiçosos' também estão na mira do comandante-geral, Mário Sérgio Duarte. Para isso, serão reavaliados todos os atestados médicos da corporação."O estado não pode continuar pagando salários para oficiais e praças que não tenham o foco na profissão", adverte o comandante-geral.

Apesar de querer tratar a falta de empenho de alguns policiais com mão de ferro, Mário Sérgio pretende afagar quem estiver disposto. "O sargento, por exemplo, é o elo entre o comando e a tropa. Nós, agora, mandamos dez sargentos em viagens acompanhando capitães. Queremos apostar em mérito intelectual e capacitação", argumenta.

Semana passada, o oficial deu outro presente para a tropa: determinou aos comandantes que suspendam as prisões administrativas para transgressões leves, como atrasos e faltas.

AS REGRAS

PROMOÇÃO AUTOMÁTICA

Sem estudar, um soldado pode chegar a cabo após oito anos na corporação, sem responder a crimes. De cabo para sargento são mais sete anos. Com mais dez, chega-se a primeiro sargento e, com mais quatro, a subtenente, maior patente para quem entrou na PM fazendo concurso para cabo.

FORMAÇÃO

Se o critério de antiguidade deixar de ser requisito fundamental, o PM poderá ir a cabo em dois anos. Para isso, ele terá que fazer curso de formação. Para ser sargento também há cursos, assim como para chegar a subtenente. Pelo projeto, o policial poderá fazer cursos com intervalo de um ano. Hoje, policiais que fazem cursos são preteridos em função da preferência dada aos mais antigos.

ACADEMIA

Os oficiais são formados na Academia Dom João VI, reconhecida pelo Ministério da Educação e Cultura como curso superior. Depois de três anos, o cadete forma-se aspirante a oficial. Em quatro anos, chega a tenente, mas para ser major ou tenente-coronel tem que fazer curso de aperfeiçoamento. Já para ser coronel é obrigatório o curso Superior de Polícia.

O Dia Online

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