segunda-feira, 1 de junho de 2009

Clima entre passageiros de voos para Paris é um misto de apreensão e alívio

Muitos relataram que planejavam viajar no domingo (31).
Segundo novo balanço, mais de 50 brasileiros estavam a bordo do AF 447.

Daniella Clark Do G1, no Rio

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Aline Tamiozo, de 25 anos, e Wilson Marcondes, de 30, vão passar a lua de mel em Paris  (Foto: Daniella Clark/G1)

O clima entre os passageiros que embarcam rumo à Paris na tarde desta segunda-feira (1º) no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, é um misto de apreensão e alívio. Muitos planejavam viajar na noite de domingo (31), quando decolou o voo da Air France que desapareceu, mas mudaram de ideia na última hora. Segundo último balanço, entre os passageiros desaparecidos estão mais de 50 brasileiros.

Cobertura completa: Air France voo 447
O casal Aline Tamiozo, de 25 anos, e Wilson Marcondes, de 30, que se casaram no sábado (30), embarcaram nesta tarde para Paris, onde vão passar a lua de mel.
“Planejávamos viajar na noite de domingo, mas preferimos passar mais tempo com a família. Se tivéssemos viajado, estaríamos no voo que desapareceu. Muitas pessoas ligaram para nós e para nossa família, achando que estávamos entre os desaparecidos”, disse Aline, que não está apreensiva com a viagem. “Acho que dois raios não caem no mesmo lugar assim tão rápido”, disse, ao embarcar nesta tarde.

A estudante francesa Marie Charlotte Bailly, de 22 anos, que está fazendo mestrado de Administração no Brasil, também acordou com telefonemas de amigos que acharam que ela estava no voo 447.
“Como na França é feriado, deixei para ir na segunda. Recebi ligações e vários e-mails de amigos que pensavam que eu estava no voo. É muito bizarro. É como se tivesse alguém lá em cima olhando por mim”, disse a estudante, antes de embarcar.
Na fila do check-in, a relações públicas Vera Marsicano contou que ia viajar sozinha e estava apreensiva. “Vai ser uma viagem angustiante”.
Para o arquiteto Guilherme Aquino, de 34 anos, que embarcava para Paris com a mulher Silvana Martins, de 33, mais do que apreensão, o pesar pelas famílias das vítimas vai marcar seu voo. O casal mora em Paris e estava passando férias no Rio, com a família.
“Como estou voltando de férias, bate a saudade da família e o pesar pelas famílias, que não têm notícias e podem sequer encontrar os corpos. A gente fica emocionado, mas não deve alimentar o medo”, disse.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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