segunda-feira, 1 de junho de 2009

Milícia do ex-PM Mirra teria feito alianças com outros bandos para ampliar seu poder

Rio - Investigações da Polícia Civil revelam que a mais bem armada milícia do Rio, a Águia de Mirra, comandada pelo ex-PM Fabrício Fernandes Mirra, se associava a outros grupos para matar inimigos e ampliar o domínio territorial do bando. Segundo relatório da Secretaria de Segurança, Mirra é suspeito de ter tramado atentado contra o vereador Cristiano Girão e de ter recebido encomenda para matar o deputado estadual Marcelo Freixo, que presidiu a CPI das Milícias.

Quinta-feira passada, policiais prenderam 15 pessoas e apreenderam armas do bando, que domina 23 favelas. O vereador, citado pela CPI como líder da milícia na Gardênia Azul, em Jacarepaguá, confirmou que o ex-PM teria participado do atentado que sofreu, em outubro de 2007, deixando seu pai e um funcionário feridos. Girão afirmou não conhecer Mirra e disse que ele teria comandado toda a ação por telefone.
Depoimentos também atribuem à Águia de Mirra a morte do policial civil Laizo Leal Hill, da 35ª DP (Campo Grande), em 27 de março. No intenso tiroteio no Camelódromo de Campo Grande, morreram também o cabo PM Alessandro da Rocha Rodrigues e o PM reformado Jorge dos Santos. O segundo sargento PM Flávio Aurélio foi baleado.

A polícia tenta identificar um militar - bombeiro ou policial - lotado na Corregedoria Geral Unificada (CGU) que receberia R$ 500 por mês para repassar à milícia informações sobre as investigações feitas pelo órgão.

Crime foi acerto de contas

À época, as investigações do crime de Campo Grande atribuíram o caso à disputas de milicianos, mas há informação de que Hill não tinha envolvimento com paramilitares. Ele passava pelo camelódromo quando ouviu os tiros e foi verificar o que acontecia no local. O confronto teria sido um acerto de contas. Segundo o relatório, naquele dia as vítimas teriam ido à Favela Belém-Belém, no Engenho de Dentro, e causado constrangimento ao ex-PM Marcos Gregório Siqueira da Silva, o Malha Zero, apontado como integrante da milícia, na frente de seus comparsas.

Meia Hora - Plantão de Polícia

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