domingo, 12 de julho de 2009

‘A PM hoje desperdiça policiais’

Christina Nascimento e Vania Cunha

Foto: Uanderson Fernandes / Agência O DIA

Foto: Uanderson Fernandes / Agência O DIA

Rio - Desde que assumiu o comando-geral da Polícia Militar, na última quarta-feira, foram, em média, duas horas de sono por dia. Como filho pródigo, o coronel Mário Sérgio de Brito Duarte, 50 anos, diz que não via o momento de voltar “para casa”, de onde estava afastado há três anos. O retorno não aconteceu exatamente como imaginava: nos três primeiros dias na liderança da tropa, uma criança de 13 anos morreu atingida por bala perdida, uma dona de casa e um cabo do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram baleados em assaltos —, o policial morreu. Diante de um Rio amedrontado, o autor do blog ‘Segurança Pública - Ideias e Ações’ tem agora nãos mãos o desafio de colocar em prática suas teorias para redução da criminalidade e a transformação da tropa em uma polícia “mais qualificada”, como não se cansa de repetir. “Não vou descansar, enquanto não conseguir resultados”, reafirma o oficial, que é também formado em Filosofia, é espírita kardecista e vascaíno.

O DIA: O assalto que vitimou o cabo do Bope, na sexta-feira, foi mais um episódio ocorrido durante a troca de turno dos policiais. O que o senhor vai fazer para evitar esse vácuo no policiamento de rua?
Mário Sérgio: As substituições geram uma série de situações que precisam ser resolvidas. Temos que ser inteligentes o suficiente para realizarmos as trocas sem tirar todo o policiamento das ruas. Podemos executar, por exemplo, um rodízio de horários. Sabemos do problema e vamos corrigir para que, no momento em que uma viatura estiver saindo, outra venha a substituí-la.

Para resolver, então, basta alternar os horários das trocas de turno?
Não é um mecanismo fácil, porque existe número ‘x’ de viaturas. Se a gente for esperar cada uma chegar para substituir a outra, vai levar 24 horas para terminar todas as trocas. Fazer é complicado, mas não significa que não possa ser feito. Podemos colocar horários diferentes para cada setor mudar de serviço, por exemplo.

O senhor fala que é o momento do ‘corte da gordura burocrática’. Quais áreas vão receber o reforço dos homens que estão saindo dos gabinetes? Como o senhor sabe que mil homens é o número necessário?
Meu feeling de policial de 30 anos aponta que tenho essa necessidade imediatamente. Todo o meu esforço vai ser para botar mais mil homens nas ruas. E eles vão para os locais de maior incidência de criminalidade. Por exemplo, na área do 9º BPM, com Rocha Miranda e Madureira, há essa necessidade. Niterói e São Gonçalo também, além da Tijuca, onde aconteceu esse episódio lamentável com o cabo do Bope.

Mas só aumentar o efetivo é o bastante?
Não. Temos que apostar num planejamento adequado e na utilização de ferramentas, como o Laboratório de Análise Criminal do Instituto de Segurança Pública (ISP), que, trimestralmente, divulga relatório sobre a incidência de crimes em todo o Estado do Rio.

Que treinamento os PMs que vão sair dos gabinetes vão receber?
Esse pessoal já trabalha na rua. Eles tiram uma, duas vezes por semana, serviço na rua. Na realidade, a PM precisa de um treinamento o tempo todo. Eles já fazem o que chamamos de instrução de manutenção. Mas tem um trabalho burocrático que a gente pensa: ‘poxa, por que isso está sendo feito?’. Vamos enxugar esse negócio, colocar esse policial na rua. Mas como estamos ainda num passado em termos de tecnologia da informação, alguma coisa que numa empresa é feita por um, na PM é feita por quatro pessoas. Por isso que algumas coisas são rápidas na corporação e outras, não. Também é preciso capacitar comandantes para aplicar, seguindo um emprego operacional inteligente nos recursos.

Mas o senhor não teme que o aumento de efetivo ostensivo resulte em mais casos como o do menino João Roberto (morto quando a mãe teve o carro fuzilado por PMs) e o da engenheira Patrícia Amieiro, em que a falta de preparo dos agentes para este tipo de situação ficou evidente?
Vamos fazer isso para toda a corporação e reativar outros programas que já tivemos. Não podemos deixar de considerar que ele vai ter que fazer isso na folga ou vai precisar sair das ruas. Então, temos que ter alguma coisa inteligente. O mês de férias é de 30 dias. Se o policial entrou num mês de 31 dias, já sobrou um dia para ele realizar uma instrução antes de voltar à sua escala.

Esses PMs em atividades burocráticas chegariam a formar um batalhão?
Na atual circunstância, mil homens dariam dois batalhões. O ideal seria que tivéssemos esse contingente em apenas um batalhão. Com toda a nossa necessidade de homens na rua, a Polícia Militar desperdiça policiais e tem hoje dois batalhões de burocratas.

O Bope já está há alguns meses na Cidade de Deus, fazendo um trabalho de ocupação que deveria ser feito por unidades operacionais. O senhor pretende deixar este contingente lá?
Essas ações requerem preparação para situações de maior risco. Eles estão sempre envolvidos no momento mais difícil desse quadro de segurança. Eu pretendo tirar o Bope daquela comunidade. Lá só vai ter unidade de pacificação. O Bope realiza o esforço primeiro de participação nas áreas que serão pacificadas, mas tem que sair. Depois, quando a área está dominada, aí entra um novo modelo de pacificação, que é a polícia de proximidade.

Os salários baixos são um problema histórico na PM. O senhor já conversou com o governador sobre isso?
A questão salarial na tropa é uma realidade. Desde que conversei com o secretário, ele mesmo tocou no assunto. É um tema importante que não está esquecido. Estou muito esperançoso porque o governador, já num primeiro momento, deixou claro que é uma questão que precisa ser resolvida. Não sabemos, no entanto, se será ainda este ano.

E as promoções de praças? Há alguma política estabelecida para isso? É possível definir um prazo?
Disse aos praças que temos que resgatar a promoção pela capacitação, e não pela extensão do tempo. É claro que vamos continuar com as promoções por tempo de serviço, mas também vamos oferecer o benefício para aqueles policiais que estudam, se dedicam a concursos internos, por exemplo.

Sobre as Unidades de Policiamento de Pacificação (UPPs), o senhor já definiu quais comunidades serão beneficiadas com a continuidade desse programa?
Este é um estudo científico que ainda está sendo realizado. Uma possibilidade é que os Grupamentos de Policiamento em Áreas Especiais (Gpaes) podem ser potencializados e transformados em Unidades de Pacificação. Mas isso não pode ser uma ação isolada. Tem que haver uma integração para que outros serviços sociais do governo entrem junto na comunidade.

O senhor também pretende acabar com os Postos de Policiamento Comunitários (PPCs) e Destacamentos de Policiamento Ostensivo (DPOs)?
Sexta-feira desativamos o PPC do Morro do Turano, na Tijuca. Com isso, ganhamos cerca de 30 policiais a mais nas ruas. Não adianta ter homens dentro de uma favela, onde eles não são o braço forte do estado, onde estão sujeitos a serem corrompidos. Vamos identificar as áreas onde esses postos não são eficazes e desativá-los para colocar homens em patrulhamento que realmente faça a diferença.

O DIA ONLINE - RIO

3 comentários:

silveira disse...

Sp.07/07/2009.
(Cartões clonado! O porque?! De quem ´é a culpa! Dos bancos.. veja)

Os criminosos já descobriram qual a melhor hora e locais para os assaltos .
Sabe-se que banco já não tem mas tanto dinheiro, nos dias de hoje tem mas grana nos caixas eletrônicos , por isto o aumento dos crimes nos atm.
Ate um jegue já foi usado para arrastar um terminal. Os assaltos e furtos nos caixas eletrônicos em todo o pais são facilitados pela inexistência de segurança nos mesmos ( a lei obriga que tenha vigilantes). Um absurdo os clientes terem que passar por diversos constrangimentos como cartão clonado por chupa-cabra e outros dispositivos instalados nos atm , seqüestros relâmpagos com o dono do cartão. Acontece tudo isto pela falta de segurança com vigilância nesses locais.
O pior disto tudo é que desde 2003 , já se tornou obrigatório ter o segurança ali na área física(área contígua) da agencia bancaria. Para reforçar a tal decisão de 2003 a própria Policia Federal, em sua ultima portaria 387/2006, ver ( www.dpf.gov.br ) .
Esta por determinação que todo caixa tem que incluir em seu plano de segurança o vigilante nos caixas.Mas nos parece que todos esquecem de cumprir a Lei.
Os bancos por sua vez esperam que a PF vá lá multar e aguardar uns 6 meses até que este documento chegue a Brasília , para uma comissão avaliar..... e recorrer demorando mais , enquanto isto os crimes continua acontecendo, vide nos últimos 2 anos só pelas noticias da imprensa , já tivemos mais de 4 mil atm levado , furtados e não da para caracterizar os seqüestros relâmpagos , pois para a policia isto e considerados como roubo consumado. As entidades sindicais fazem denuncias pelo não cumprimento da lei aos montes.
Neste ano de 2009 , já foram assaltados mais de 200 caixas.)
Só para entender, todo ano cada agencia bancaria paga uma taxa de 1000 ufir para que o plano de segurança seja aprovado , nesta data a policia federal já poderia ou multar e fazer cumprir a lei quer dizer colocar o segurança nos atm , olha que isto já se tornou obrigação de constar no plano de segurança desde 2006 , quer em 2007 todas as agencias já passarão pelo crivo da PF, quer dizer que todas agencias já deu ciência a PF, o porque não obriga que tenha segurança é outra situação .....
Nos demais caixas ainda não tem obrigação de lei , mas por uma questão de bom senso já deveria ter segurança. Aos senhores da imprensa alerta , na hora que forem entrevistar os representantes dos bancos , em geral eles costuma dizer que ainda não sabem ou não tiveram tempo para ler o texto, outros dizem que ainda vão recorrer, tudo conversa fiada para não falar do tema, tem muitos delegados das delegacias da segurança privada , usam do mesmo expediente.locais para buscar mais detalhes ,no PF www.dpf.gov.br/unidades
Sindicatos do Brasil, www.vigilantecntv.org.br , www.fetravesp.org.br, sindicatos no Estado de São Paulo.

silveira disse...

SP.12.07.2009
Vigilância Privada também esta autorizada a usar armas de choque, espargidor de gás pimenta e algemas.

Agora liberada para segurança privada.
Com a publicação da portaria.n°358 de 25.06.2009(publicação no diário oficial da união).Alcance da arma ate 10 metros
Para o transporte de valores o alcance será de 50 metros

Em seu artigo. 70 e parágrafo 11,autoriza que as empresas possa comprar e utilizar armas de descarga elétrica na segurança privada,(armas não letais).
Treinamento com duração de 14 hs., Para a segurança patrimonial e pessoal.
Neste treinamento esta embutida o uso do gás de pimenta e algemas.

Já para os que trabalham no transporte de valores o treinamento será de 20 hs, pois tem também o uso de granada de gás lacrimogêneo.
Projéteis de borracha. Nas armas de calibre 12.

Escola provig, esta programando para o dia 11.07.2009 o primeiro treinamento para o corpo de instrutores desta escola, contato.
Renato Souza, tel.3618.4900 nextel. 78550399.
Tel. da policia federal sp. 3538.5000.
Para conseguir imagens ver com a escola e a empresa que ira treinar...

Alguns dados :uma arma de fogo , custa hoje R$ 1700,00 , as munições deveriam ser trocada a cada 6 meses assim diz o fabricante, mas nem 10 % das 1400(em todo o pais) empresas de segurança fazem a troca como determina o fabricante.
Usa-se(arma de fogo) por mais de vinte anos, pois não tem prazo de validade.

Uma arma de choque agora no mercado brasileiro , importada por uma só empresa , estrangeira autorizada pelo Exercito Brasileiro , ainda não temos todas as informações .


Colete a prova de balas .
Os coletes a prova de balas , após o vencimento que são de 5 anos devem ser devolvidos a empresa fabricante para que seja destruído..isto vale para toda empresa de segurança e vigilância e as empresas de transporte de valores..
Conquista.
A conquista da obrigação de fornecer o colete a prova de bala é de dez de 2006 ,através da portaria 191 de 2006 do Ministério do Trabalho e emprego.Até dez de 2011 todos os postos de trabalho ( de todo o Pais ) que utilize arma deve fornecer os coletes , são 20 % do efetivo de trabalhadores,.hoje tem aproximadamente 270 mil armas nas empresas de segurança privada.
Por outro lado os seguranças irregular , só no estado de são Paulo, chega a cifra de 400 mil , no Brasil tem mais de 1.8 milhões de segurança e vigilantes clandestino..incluindo esses que fazem a pseudo segurança nas vias publicas .
So para lembrar na via publica , somente a Policia Militar pode atuar.

silveira disse...

SP.12.07.2009
Vigilância Privada também esta autorizada a usar armas de choque, espargidor de gás pimenta e algemas.

Agora liberada para segurança privada.
Com a publicação da portaria.n°358 de 25.06.2009(publicação no diário oficial da união).Alcance da arma ate 10 metros
Para o transporte de valores o alcance será de 50 metros

Em seu artigo. 70 e parágrafo 11,autoriza que as empresas possa comprar e utilizar armas de descarga elétrica na segurança privada,(armas não letais).
Treinamento com duração de 14 hs., Para a segurança patrimonial e pessoal.
Neste treinamento esta embutida o uso do gás de pimenta e algemas.

Já para os que trabalham no transporte de valores o treinamento será de 20 hs, pois tem também o uso de granada de gás lacrimogêneo.
Projéteis de borracha. Nas armas de calibre 12.

Escola provig, esta programando para o dia 11.07.2009 o primeiro treinamento para o corpo de instrutores desta escola, contato.
Renato Souza, tel.3618.4900 nextel. 78550399.
Tel. da policia federal sp. 3538.5000.
Para conseguir imagens ver com a escola e a empresa que ira treinar...

Alguns dados :uma arma de fogo , custa hoje R$ 1700,00 , as munições deveriam ser trocada a cada 6 meses assim diz o fabricante, mas nem 10 % das 1400(em todo o pais) empresas de segurança fazem a troca como determina o fabricante.
Usa-se(arma de fogo) por mais de vinte anos, pois não tem prazo de validade.

Uma arma de choque agora no mercado brasileiro , importada por uma só empresa , estrangeira autorizada pelo Exercito Brasileiro , ainda não temos todas as informações .


Colete a prova de balas .
Os coletes a prova de balas , após o vencimento que são de 5 anos devem ser devolvidos a empresa fabricante para que seja destruído..isto vale para toda empresa de segurança e vigilância e as empresas de transporte de valores..
Conquista.
A conquista da obrigação de fornecer o colete a prova de bala é de dez de 2006 ,através da portaria 191 de 2006 do Ministério do Trabalho e emprego.Até dez de 2011 todos os postos de trabalho ( de todo o Pais ) que utilize arma deve fornecer os coletes , são 20 % do efetivo de trabalhadores,.hoje tem aproximadamente 270 mil armas nas empresas de segurança privada.
Por outro lado os seguranças irregular , só no estado de são Paulo, chega a cifra de 400 mil , no Brasil tem mais de 1.8 milhões de segurança e vigilantes clandestino..incluindo esses que fazem a pseudo segurança nas vias publicas .
So para lembrar na via publica , somente a Policia Militar pode atuar.