segunda-feira, 6 de julho de 2009

Natalino é interrogado e afirma ser vítima de perseguição

Justiça

A juíza Alessandra de Araújo Bilac, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, realizou nesta segunda-feira, dia 6, o interrogatório do ex-deputado estadual Natalino José Guimarães e de mais cinco acusados de integrar o grupo conhecido como “Liga da Justiça’.

O primeiro a ser interrogado foi o ex-deputado, que afirmou estar sofrendo uma perseguição por causa de um discurso feito por ele na Assembléia Legislativa, onde pedia que fosse feita uma investigação para apurar corrupção na Polinter envolvendo cerca de um milhão de reais. “O que está havendo é uma perseguição comandada pelo delegado Marcus Neves, da 35ª DP, de Campo Grande”, afirmou Natalino.
O ex-deputado foi preso em flagrante no dia 22 de julho em sua casa, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, onde, segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público, era realizada uma reunião com um grupo de milicianos. Na operação, foram apreendidas dez armas de fogo, mais de 200 munições, cinco automóveis - alguns deles blindados - algemas, cintos com carregadores, coletes à prova de bala, toucas ninja e documentos que fariam referência à atuação do bando.

Em relação ao dia da prisão, Natalino contou sua versão dos fatos. “Cheguei em casa por volta das 23 horas com meu vizinho Rogério Carvalho – um dos réus do processo – e como estava no carro oficial fui pegar o meu carro particular para levá-lo em casa. Quando ia sair com o veículo, vi os ex-policiais conhecidos como ‘Chico-Bala’, ‘Escangalhado’, ‘Alex Popeye’ e ‘Gaguinho’ vindo na minha direção e atirando contra mim. O Rogério entrou correndo, com medo, e o delegado Marcus Neves se aproximou gritando ‘a casa caiu! a casa caiu!’, além de vários palavrões. Voltei então para minha casa e ficamos discutindo, eu da varanda e ele do lado de fora”, contou Natalino.

O ex-deputado disse ainda que, ao entrar em casa, chamou a polícia através do número 190 e que, pouco tempo depois, apareceram um tenente e um sargento, mas o delegado disse para eles “não se meterem nisso”. Foi quando Natalino saiu e foi algemado e levado para a viatura policial. Cerca de uma hora depois chegaram outros dois delegados - Rodrigo Oliveira, da Coordenadoria de Recursos Especiais, e Alan Turnowski, chefe da Polícia Civil. Só então Natalino teria permitido que os delegados, sozinhos, entrassem em sua casa. Quando a porta foi aberta, no entanto, os ex-policiais que acompanhavam Marcus Neves também entraram e, de acordo com Natalino, teriam “plantado” as armas, as munições e todo o material apreendido na parte de trás da casa.
Quanto aos outros réus, Natalino afirmou que nenhum estava reunido em sua casa no dia da prisão. O policial militar Rogério Carvalho teria chegado com ele de carro, já que neste dia, trabalhou como motorista para o ex-deputado; o assessor parlamentar Julio César Pereira da Costa estava passando quando viu a confusão e chegou perto da casa para perguntar o que estava acontecendo. Foi quando o delegado perguntou quem era ele e, ao dizer que era assessor de Natalino, Marcus Neves mandou prendê-lo também; Fábio, que era seu ex-assessor mas já havia sido exonerado pelo próprio Natalino, foi levado ao local por uma viatura da polícia e Natalino só o teria visto quando ele já estava baleado a poucos metros de sua casa.
Quanto a seu sobrinho Luciano Guimarães, ele afirmou que não o via há muitos meses. Luciano estava foragido da polícia e encontrava-se escondido em Minas Gerais. Em relação ao PM Moisés Pereira Junior, Natalino afirmou que era seu assessor e que foi preso apenas por isto. A audiência terminou por volta das 19 horas e os demais acusados acabaram confirmando a versão do ex-deputado.

Caso de Polícia - Extra Online

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