sexta-feira, 10 de julho de 2009

Mulher do braço rabiscado diz que parto no corredor salvaria bebê

Ela reafirmou que médico do Miguel Couto escreveu no seu braço.
Vítima soube que perdeu o bebê ao ser socorrida na Zona Norte.

Do G1, no Rio, com informações da TV Globo

 

A mulher que teve o braço rabiscado no Hospital Miguel Couto, no Leblon, Zona Sul do Rio, falou pela primeira vez nesta sexta-feira (10), uma semana depois de perder o bebê. “Acho que foi irresponsabilidade dele (médico) porque se ele tivesse me atendido, se tivesse feito o parto até no corredor, e transferisse depois, minha filha sobreviveria”, contou ela.

Sob efeito de calmantes e remédios para controlar a pressão, Manoela tem passado os dias em repouso. Visivelmente abalada, a mulher, de 28 anos, tentou ser atendida no Miguel Couto na semana passada, aos sete meses de gravidez.

”O médico pegou no meu braço mostrou que tava cheio (o hospital) e disse que não tinha lugar. Fez o toque em mim, escutou o neném, o coração tava batendo muito fraco e me deu dois comprimidos pra amenizar a dor, até eu chegar à maternidade Fernando de Magalhães. Aí escreveu no meu braço o número do ônibus e o nome da maternidade.”, contou.

Manoela disse que se sentia tão mal que nem reagiu quando o médico rabiscou no braço dela o nome da maternidade e as linhas de ônibus que deveria pegar. “Na hora nem pensei nada, achei que fosse morrer. Tava com muita dor. Eu não conseguia falar, já tava perdendo toda minha força”, contou.
Já na maternidade, em São Cristóvão, o momento mais delicado. “Na ultrassom a médica disse que a neném já tava morta”. Segundo ela, para chegar na maternidade, ela demorou uma hora e quinze minutos.
O advogado de Manoela disse que entrou com uma representação no Conselho Regional de Medicina porque, segundo ele, o médico do Miguel Couto infringiu pelo menos 17 artigos do código de ética médica.
“Ele, além de infringir o código de ética, além de tratar minha cliente como se fosse gado. A rigor ele deveria ter tratado dela ali, teria que ir de ambulância. Vou requerer imediatamente uma pensão pra ela, para que ela se trate, além de perdas e danos contra o município e contra o médico”, informou o advogado da grávida Michel Assef. 

Obstetra pode ser demitido

A Secretaria municipal de Saúde concluiu nesta sexta a sindicância no Hospital Miguel Couto e abriu inquérito administrativo contra o obstetra, que pode ser demitido.
O médico que teria se recusado a atender Manoela foi intimado a depor e era esperado na quinta na delegacia do Leblon. Mas ele não apareceu. O depoimento foi remarcado para segunda-feira. Ele responde por omissão de socorro, com morte.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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