quinta-feira, 9 de julho de 2009

MP denuncia policiais que mataram lanterneiro

Execução no Morro da Coroa
Demorou três meses para a polícia identificar e responsabilizar os policiais militares que executaram o lanterneiro Josenildo Estanislau dos Santos, no último dia 2 de abril. Na última segunda-feira, o Ministério Público denunciou quatro PMs do 1º BPM (Estácio) pelos assassinatos de Josenildo e outros cinco homens, no Morro da Coroa, no Catumbi. A informação foi divulgada ontem pelo Ministério Público.
Os PMs Vagner Barbosa Santana, Carlos Eduardo Virgínio dos Santos, Jubson Alencar Cruz Souza e Leonardo José de Jesus Gomes foram denunciados ao Tribunal do Júri por homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e sem dar chance de defesa às vítimas). Se condenados, os policiais podem pegar uma pena de 12 a 30 anos de prisão. Os acusados, a princípio, vão responder pelo crime em liberdade.
O comandante do 1º BPM, tenente-coronel Sérgio Luiz Mendes — que, desde o início, defendeu a atuação dos seus subordinados no Morro da Coroa, inclusive reafirmando que os seis homens mortos pelos PMs eram bandidos — desta vez foi menos enfático:
— Os policiais (acusados) me disseram, na época, que aquelas pessoas foram mortas em um confronto legítimo e que todos eram traficantes. Cabe a eles, agora, provar que falaram a verdade e que não houve nenhuma ilegalidade _.
Depois de passar dias indo à delegacia em busca de informações sobre o inquérito que investigava a morte do irmão Josenildo, o taxista Josilmar Macário dos Santos, de 45 anos, ao tomar conhecimento da denúncia contra os policiais, se sentiu mais aliviado e esperançoso:
_Acho que, agora, a Justiça está sendo feita. Meu irmão nunca foi bandido. Ele era trabalhador e foi morto de forma brutal. Espero que todos os acusados sejam condenados e expulsos da Polícia Militar_.
Para o promotor Márcio José Nobre, autor da denúncia, os quatro policiais agiram com violência e não comprovaram ter sofrido qualquer tipo de ataque. Os denunciados, segundo o promotor, agiram de forma arbitrária quando executaram as vítimas usando como argumento que todos eram traficantes. Os PMs são acusados, ainda, de, no intuito de dar licitude aos atos, levar os cadáveres dos mortos para o Hospital Souza Aguiar.

Casos de Polícia #203331

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