quarta-feira, 8 de julho de 2009

Justiça aceita denúncia contra dois dos 30 PMs denunciados pelo MP

PMs são acusados de homicídio em 2007.
Vinte mortes foram registradas como autos de resistência.

Do G1, no Rio, com informações da TV Globo

O juiz Fábio Uchôa, do 1º Tribunal do Júri aceitou nesta terça-feira (7) a denúncia contra dois dos 30 policiais militares denunciados oferecida pelo Ministério Público do Rio. Segundo o Tribunal de Justiça, os dois foram denunciados pelo homicídio em 2007 de Sandro Fortunato, na favela Beira Rio.
O crime foi inicialmente registrado como auto de resistência (quando o policial alega que matou para se defender), mas o promotor Alexandre Themístocles encontrou indícios no inquérito de que houve execuções.
De acordo com o TJ, Ricardo Berto de Carvalho e Odilon Rodrigues Siqueira vão responder em liberdade ao processo. A Justiça continua analisando as outras 28 denúncias oferecidas pelo MP contra policiais.
Os 20 acusados teriam matado pelo menos 20 pessoas durante operações policiais em 2007 e 2008. Todos os casos foram registrados como autos de resistência. Das 20 vítimas, 18 não tinham antecedentes criminais.
Os policiais pertencem aos batalhões de Rocha Miranda (9º BPM) e Olaria (16º BPM). Os laudos revelam que a maioria dos tiros foi à queima-roupa. Muitos disparos atingiram as costas das vítimas.

Execução sumária

“As investigações, procedidas pela polícia judiciária, principalmente as provas técnicas, afastam a versão dos policiais de confronto e de auto de resistência e evidenciam hipótese clara de execução sumária das vítimas”, afirmou o promotor.
Em uma das denúncias, o promotor escreve as circunstâncias da morte de um jovem de 14 anos numa favela do Rio. De acordo com o Ministério Público, ele foi morto depois de ser torturado e atingido com tiros a curta distância.
Durante as investigações, foram realizadas reconstituições do crime na comunidade. Parentes se revoltaram com a atuação dos PMs.
“A única coisa que a gente quer é ter a dignidade do meu irmão resgatada, porque se ele não era bandido, ele não pode ser enterrado como foi, como um bandido, como um marginal”, se revoltou um parente.

G1 > Edição Rio de Janeiro

Nenhum comentário: