PMs são acusados de homicídio em 2007.
Vinte mortes foram registradas como autos de resistência.
Do G1, no Rio, com informações da TV Globo
O juiz Fábio Uchôa, do 1º Tribunal do Júri aceitou nesta terça-feira (7) a denúncia contra dois dos 30 policiais militares denunciados oferecida pelo Ministério Público do Rio. Segundo o Tribunal de Justiça, os dois foram denunciados pelo homicídio em 2007 de Sandro Fortunato, na favela Beira Rio.
O crime foi inicialmente registrado como auto de resistência (quando o policial alega que matou para se defender), mas o promotor Alexandre Themístocles encontrou indícios no inquérito de que houve execuções.
De acordo com o TJ, Ricardo Berto de Carvalho e Odilon Rodrigues Siqueira vão responder em liberdade ao processo. A Justiça continua analisando as outras 28 denúncias oferecidas pelo MP contra policiais.
Os 20 acusados teriam matado pelo menos 20 pessoas durante operações policiais em 2007 e 2008. Todos os casos foram registrados como autos de resistência. Das 20 vítimas, 18 não tinham antecedentes criminais.
Os policiais pertencem aos batalhões de Rocha Miranda (9º BPM) e Olaria (16º BPM). Os laudos revelam que a maioria dos tiros foi à queima-roupa. Muitos disparos atingiram as costas das vítimas.
Execução sumária
“As investigações, procedidas pela polícia judiciária, principalmente as provas técnicas, afastam a versão dos policiais de confronto e de auto de resistência e evidenciam hipótese clara de execução sumária das vítimas”, afirmou o promotor.
Em uma das denúncias, o promotor escreve as circunstâncias da morte de um jovem de 14 anos numa favela do Rio. De acordo com o Ministério Público, ele foi morto depois de ser torturado e atingido com tiros a curta distância.
Durante as investigações, foram realizadas reconstituições do crime na comunidade. Parentes se revoltaram com a atuação dos PMs.
“A única coisa que a gente quer é ter a dignidade do meu irmão resgatada, porque se ele não era bandido, ele não pode ser enterrado como foi, como um bandido, como um marginal”, se revoltou um parente.
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