quinta-feira, 18 de junho de 2009

Mistério ronda morte de dona de casa

Rio - O assassinato de uma dona de casa que esperava ser atendida dentro de consultório dentário está intrigando a polícia carioca. Entre 15h48 e 15h51 da tarde de quarta-feira, um homem entrou no número 1.643 da Av. Vicente de Carvalho. Sem falar nada, ele encostou o revólver no peito de Maria do Carmo Tomaz de Araújo, 44 anos, e disparou uma vez. Ela morreu na hora e ele fugiu. O crime, que está sendo investigado pela 38ªDP (Brás de Pina), é cercado de mistérios.

Maria do Carmo feliz após o nascimento do neto; ao lado, o marido Jaime chora, consolado pela família. Fotos: Reprodução e Carlos Moraes / Agência O DIA

Primeiro: nenhuma das quatro pessoas — a dentista, dois funcionários e um paciente — que estavam no consultório viu o assassino chegar ou sair. Segundo: a câmera da Secretaria de Segurança, instalada na Praça do Carmo, em frente ao consultório, ficou 40 minutos voltada na direção de um salão de beleza e da sala do dentista. Às 15h48, ela foi virada para o outro lado, para só voltar três minutos depois. Neste intervalo, um homem teria parado uma moto e andado na direção do consultório. Testemunhas, então, ouviram um disparo.
Ontem, a polícia começou a ouvir parentes da vítima: “Que motivo leva alguém a fazer uma maldade dessas? Ela nunca brigava com ninguém, ajudava todo mundo”, desabafou a filha de Maria do Carmo, Michele de Araújo, de 24 anos.
A dona de casa, segundo familiares, estava vivendo um momento de grande alegria, por causa do neto de 1 ano. Ela vivia com o taxista Jaime havia 33 anos. No enterro ontem à tarde, em Irajá, ele chorava muito e mal conseguia falar.
Jaime foi a última pessoa a falar com Maria do Carmo. Ele teria ido encontrá-la no dentista, minutos antes, para lhe entregar R$ 250. O dinheiro não foi encontrado na bolsa que ela usava. Mas ninguém que estava no consultório ouviu qualquer anúncio de assalto, hipótese não descartada mas considerada improvável.
A polícia também tenta descobrir quem atraiu Maria do Carmo ao dentista. Isto porque a família diz que sua consulta não estava marcada para quarta-feira, mas alguém teria ligado dizendo que sua prótese estava pronta. No consultório, a secretária informou à polícia que a consulta estava marcada desde a semana passada. Agora, a 28ªDP tenta descobrir se alguém, de fato, ligou para a vítima avisando da consulta.
Outro mistério: quem abriu a porta do consultório para o assassino entrar? Segundo parentes, a porta só pode ser aberta pelo lado de dentro.

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